especializacao

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de História
REDEFOR


Disciplina: HI0093 - Trabalho de Conclusão de Curso
Orientador : Prof. Henry Marcelo Martins da Silva
Cursista:  Reginaldo Pereira                           RA:128648
Conceito:

                                                                                                         











Introdução

           Ao analisarmos a historia  do movimento sindical metalúrgico em Campinas , nos últimos 50 anos , depararemos com particularidades politicas e ideológicas  , que norteiam e nortearam , os posicionamentos políticos desta instituição ; como pode ser notado em escritos já realizados em torno do tema [1].
           O ponto de partida para tal analise , tem inicio a partir da década de 1990 ; mais precisamente  após a eleição do presidente  Fernando Henrique Cardoso , eleito dois mandatos consecutivos ( 1995 até  2003) . Neste sentido  ;  nota-se a resistência  dentro deste sindicato ( Sindicato dos  Metalúrgicos de Campinas e Regiao ) , no que tange a conciliação ao  ideário politico ideológico do governo deste período  ; pois a diretoria eleita nesta época tem suas bases politico-ideológicas , lastreadas em ( Cebs ) ,  partidos de esquerda ( PT , PC do B , entre outros ) ,além do apoio da maior central sindical do Brasil , a CUT ( Central Única dos Trabalhadores )  . Para este tipo de analise e afirmação foi tomado como referencia os escritos de Magali A Possan , que ao referir-se a esta instituição em seus escritos, definiu que a criação do sindicalismo de oposição , esta diretamente ligado a criação do Partido dos Trabalhadores ( PT ) , e consequentemente a formação politica de esquerda protagonizada por suas lideranças [2] .
            E notado desta forma que existe no interior do movimento sindical metalúrgico campineiro, oque chamaremos aqui de oposição programática, que visa confrontar as visões defendidas pelos “ trabalhadores “ , com as posições politicas defendidas pelo governo de FHC, podendo esta ser evidenciada nos  informes da categoria ( Boletins sindicais ) .
           Neste sentido , poderemos evidenciar a concretização de um discurso oposicionista ao governo de  FHC , bem como todo um embasamento politico-ideológico de origem marxista e partidário .A questão que norteadora deste trabalho será a seguinte : Após  o fim do mandato de Fernando Henrique  Cardoso , o discurso anti-neoliberal continuou fazendo parte do ideário deste sindicato ? Com a eleição  de Luís Ignácio da Silva  - Lula ; oque  muda no discurso da entidade  ?
            Para adentrar a discussão metodológica desta pesquisa é preciso também expor os entraves, dificuldades e desafios da metodologia a ser utilizada neste estudo  , que estará ligada à teorias de pesquisa qualitativa norteadas pelas teorias de Antônio Chizzotti que nos aponta que :
             “ Nas ciências humanas e sociais , a hegemonia das pesquisas , que privilegiavam a busca da estabilidade constante dos fenômenos humanos, a estrutura  fixa das relações e a ordem permanente dos vínculos sociais, foi questionada pelas pesquisas que se empenharam em mostrar a complexidade e as contradições de fenômenos singulares , essas novas pesquisas valorizaram aspectos qualitativos dos fenômenos ... e evidenciaram significados ignorados da vida social. “ (CHIZZOTTI .1998:78 )  
             No intuito de aprofundar e atualizar  tal analise realizaremos um estudo de caso , no Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região ;onde realizaremos entrevistas com membros que pertencem ou pertenceram a diretoria  do sindicato, bem como , funcionários da instituição e militantes do movimento sindical metalúrgico , que vivenciaram o período em questão ( 1995 – 2011 ) ; para que possamos  através da técnica de historia oral , esclarecer pontos de vista divergentes  ou concordantes ,  em relação a problemática já apresentada . ou seja ;
             “ A coleta de dados no estudo de caso é feita mediante o concurso dos mais diversos procedimentos  . Os mais usuais são : a observação  , a  analise de documentos , e entrevista e a história de vida . “  (GIL , 1989 : 121 )
              Através de relatos orais a realizados com ex-diretores , diretores , funcionários , ex-funcionários e militantes do movimento sindical , que estiveram de alguma forma envolvidos com o cotidiano metalúrgico/sindical , durante o período de abrangência deste trabalho .Estes representantes  estarão orientando as considerações a serem feitas acerca deste estudo , apontando através de entrevistas abertas , para que seja possível coletar passagens em sua história de vida , que serão a base ser empregada na interpretação dos  dados orais e bibliográficos. Neste sentido também foi realizado um levantamento junto ao setor de  Imprensa desta instituição , no sentido de identificar  e analisar o discurso politico ali impresso ; oque nos forneceu subsídios para termos maior discernimento da trajetória vivida por esta categoria , apontando mudanças e continuidades no discurso proferido para categoria metalúrgica .Tal inserção nos arquivos do sindicato visa avaliar fotos , boletins sindicais ( textos ) ,na tentativa de qualificar discursos e posturas politicas ;  uma vez que analise semelhante já foi anteriormente realizada em pesquisa , onde o tema enfocado remete a organização clandestina nos locais de trabalho [3].
          “Trata-se de uma metodologia qualitativa de pesquisa , adequada ao conhecimento do tempo presente ; permite  conhecer a realidade  passada e presente , pela experiência e pela voz daqueles que viveram. Não se resume a uma simples técnica . incluindo uma postura , na medida em que seu objetivo não se limita à ampliação de conhecimentos e informações , mas visa conhecer a versão dos agentes. Permite conhecer diferentes versões sobre um mesmo período ou fato , versões estas marcadas pela posição social daqueles que viveram e os narram . “ ( LANG ; 2000 : 123 )
            Tanto Chizzotti como Lang , apontam que a pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de fenômenos latentes , tais como , a observação participante , história ou relato de vida , análise de conteúdo, entrevista não diretiva , etc ;porém somente quando estivermos na fase conclusiva do campo teremos condições e oportunidade de validar  os meios e técnicas adotadas , demonstrando  a cientificidade  dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos , pois tudo depende da acuidade inventiva do pesquisador , além de sua perspicácia para elaborar a metodologia .
             O aumento exponencial dos índices desemprego tem sido considerado pelo sindicalismo em geral um elemento chave, que atua como inibidor da ação sindical; que devido a redução do numero de trabalhadores de sua categoria, e conseguinte redução das finanças levando ao estrangulamento seu poder de organização, mobilização e capacidade de resistência; gerado  certamente pelo “ medo de ser o próximo da lista de demissões “ . Encontramos dentro do movimento sindical, muitas outras razões que engrossam o rol das dificuldades para desenvolver uma efetiva ação sindical, das quais podemos citar  ; a ideologia e a pratica corporativista  da dirigencia sindical  , adoção de políticas atreladas a  “ conciliação de interesses “ , de onde advém uma correlação de forças desigual em relação ao empresariado , que detém o poder de demitir quando lhe convém .    

             Neste sentido ao analisarmos a recente história do sindicalismo, notaremos que a representatividade dos interesses de classe  tem sido colocados em cheque ; não é difícil identificarmos ataques aos direitos dos trabalhadores , “ As montadoras de caminhão são as que mais atacam: Mercedez colocou também 1500 em lay-off em São Bernardo, acordando com a burocracia da CUT um plano que evita imediatamente as demissões, mas que desarma os trabalhadores para resistir aos planos patronais. Em Curtiba a Bosch demitiu 400, enquanto a Cummings em Guarulhos demitiu mais de 250 e reduziu os salários. Meritor em Osasco, Scania e MAN em Rezende também vieram demitindo e cortando direitos nos últimos tempos.(Valor Econômico, 4 de setembro) [4]“ orquestrados “, pelos setores econômicos , aliados a interesses políticos de dada camada social .

               O objetivo deste trabalho é refletir sobre como o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região ( SMCR ) , atuou diante  da problemática de garantir direitos já conquistados e avançar na luta , por uma categoria mais forte e organizada . O   SMCR , apresenta-se como referencia quando tratamos a questão da luta sindical dentro da categoria Trabalhadores metalúrgicos . Por se tratar de um sindicato possuidor de uma trajetória, construída através  da Oposição  Sindical Metalúrgica  ( OSM ) na região , entre o final dos  anos 1970 e inicio dos anos de 1980  ( Possan , 1997 ) ; cabendo-  lhe o titulo de  “ Símbolo de Resistência “ no interior do sindicalismo brasileiro  , e definido por seus  dirigentes como “ combativo , independente ,classista ,democrático e organizado pela base “ ; características estas evidenciadas também  em trabalho anterior escrito por Davisson Charles Cangussu de Souza .

               Neste sentido foi analisado o período de 1998 a 2008 , buscando evidenciar a trajetória do SMCR ante as ações dos Governo ,  das organizações Patronais e de seus representantes . Para que tal estudo fosse possível , foi  analisado quais “ Bandeiras de Luta “ , permaneceram durante o período em questão .Para que tal trabalho tornasse possível partirmos de analises já realizadas anteriormente ;onde , ao longo deste trabalho , poderemos avaliar se durante o período proposto o SMCR manteve-se fiel as suas bases sindicais ?  ou seja ,  poderemos afirmar se o SMRC na década de 1990 posicionou-se contrario ao sindicalismo  praticado pela  ala majoritária da Central Única dos Trabalhadores ( CUT ) ? que primou pela conciliação ante aos interesses patronais , aceitando redução de postos de trabalho e de direitos já conquistados pela categoria .
             
                O período analisado neste trabalho refere-se a um momento que antecede a os resultados da eleição de 2003 , onde foi eleito Luiz Ignácio da Silva –  o Lula ; reconhecido líder sindical , possuidor de ligações históricas com a categoria dos metalúrgicos e um dos fundadores da CUT e do PT . Ao analisarmos o acesso de Lula , ao cargo de maior “ poder “ dentro da estrutura política/administrativa no país foi possível evidenciar  , avanços e retrocessos para os direitos dos trabalhadores em geral , e em especial à categoria metalúrgica da região de Campinas .

                 Quando oportunamente analisarmos as ações sindicais entre os anos de 1998 à 2002 , o período que antecede a eleição de Lula , verificaremos se houve a adoção pelos governos ( Estaduais e Federal )  de políticas de orientação neoliberal no Brasil , além de um processo fruto da reestruturação das empresas , caracterizado pelas demissões em diversas regiões do país , trazendo consigo uma redução da categoria  metalúrgica de 70.000 para 40.000 , no final dos anos 90 .  
            
                  Diante de tal situação de ataque aos direitos dos trabalhadores, nos referenciamos nas ações sindicais  , e como foi incluído tais enfretamentos nas pautas reivindicatórias da categoria  , ante as investidas do capital no período   .De modo geral ,  segundo considerações de  Davisson C. C. Souza[5] , houveram ações no sentido de barrar a escalada pela instalação da chamada conciliação ou parceria , ou seja , “ Em nossa avaliação , a ação do Sindicato também esteve comprometida pelo corporativismo e acomodamento à estrutura sindical . Ao diferenciar do sindicalismo propositivo defendido pelo campo majoritário da CUT nas estratégias de luta adotadas contra as demissões , a entidade se caracterizou pela continuidade do sindicalismo combativo que caracterizou a central nos anos de 1980 ... Avaliamos que o SMRC protagonizou mobilizações de resistência importantes , tais como greves , ocupações , denuncias e protestos dos mais diversos .se em alguns casos a ação do Sindicato se pautou pelo fraco poder de barganha , em outros os trabalhadores resistiram , tanto diante dos anúncios de demissões como nos momentos em que estas foram concretizadas .

                   Cabe neste momento dar continuidade em tal analise ,e para que tal seja levado a diante  , partimos da analise do principal instrumento de orientação para a categoria , ou seja , ao analisarmos os boletins referentes as campanhas salariais da categoria , entre outros   ; dos anos entre  1998 e 2008 ; assim podendo evidenciar se tais “ ações  sindicais “ já relatadas em trabalhos anteriores a este  , foram mantidas durante o governo Lula ? Se houve ou não mudanças na forma de encaminhar as lutas sindicais? Se as bandeiras de luta da categoria foram mantidas ou sofreram mudanças ante as investidas dos patrões?
 
                   Podemos vivenciar a atmosfera da politica sindical  da época a partir da leitura que se faz na mídia : CUT “racha “ apoio a campanha da Fiesp[6] .

 ... Eu me lembro muito bem !!! ... ( risos ) . Fechar com patrões ... Dentro da pauta deles , isso era impensável na minha época de sindicalista ...nós tínhamos princípios, e que eu me lembre , estes eram colocados a frente  em qualquer discussão com os patrões ... negociar direitos seria trair estes princípios   !!!  [7]




































O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região : Novos governantes e as mesmas Bandeiras de luta , um estudo de caso .


              Ao analisarmos  as formas de atuação do  SMCR , identificamos  que no  período analisado  ( 1998 e 2008 ) , as respostas aos ataques das organizações patronais e do governo , não diferenciaram-se muito das ações  promovidas pelo sindicato nos períodos anteriores ;pois com o fim do mandato do presidente  Fernando Henrique Cardoso ; surge  neste cenário a figura emblemática de Luís Ignácio da Silva . Lula encontra apoio nos sindicatos, partidos de esquerda e Centrais Sindicais  , e até  por partidos que antes lhe faziam oposição ,como o caso do Partido Liberal ; além de ter garantida sua imagem atrelada ao sindicalismo . Neste sentido , havia no seio das organizações sindicais  a expectativa de melhores dias dentre outras expectativas classistas para os trabalhadores das industrias metalúrgicas ; no entanto as “ transformações tão esperadas no “ mundo do trabalho e nas formas dos trabalhadores relacionarem-se politica e  ideologicamente, não foram bem recebidas por setores dentro do o próprio movimento sindical , que depara-se com um novo  “ momento politico “ .No entanto identificamos no governo Lula uma continuidade ao manter praticas e tendências neoliberais impostas desde o período anterior .

              Depois que o Lula ganhou a situação do Brasil mudou  (  fazendo referencia ao movimento sindical ) . Antes a gente tinha mais garra pra fazer oposição . Tinha mais Sindicatos . Como você vai fazer oposição a quem você mesmo ajudou a eleger ?[8]

              Esta  “ nova “ demanda político/sindical , surge agora como novo desafio para os metalúrgicos de Campinas e Região , uma vez que seu representante no governo havia sido gestado dentro do próprio movimento sindical ; em pouco tempo  passara de herói para vilão .Evidenciamos nos escritos de Roberto Veras de Oliveira , a afirmação de que a vitória eleitoral de Lula contribuiu para superação do preconceito contra a classe operaria no Brasil , onde  a ascensão de um militante do Partido dos Trabalhadores, protagonista de diversas greves contribuiu muito para a consolidação da democracia no país. Neste mesmo sentido o autor não nos deixa perder de vista o amplo arco de alianças políticas feitas com partidos outrora opositores, tendo, além de apresentar um empresário como vice, portanto, neste cenário tumultuado é aonde iriam se desenvolver as políticas do governo. Oliveira afirma ainda que variaram, no primeiro governo, desde a nomeação do banqueiro Henrique Meirelles para o Banco Central, representando o grande capital, “da adoção de uma política fiscal e monetária ortodoxa, a aceitação dos termos do acordo com o FMI .(OLIVEIRA, p.16, 2004)

               Armando Boito Jr, em seus estudos afirma ainda que Lula em seu governo aprofunda de forma surpreendente a politica neoliberal ; pois , não só mantem  os pilares do modelo capitalista neoliberal dependente, mas ainda perpetua alguns  aspectos desse modelo.” (2003) . Neste sentido reafirma ainda a tese, ao analisar a “carta aos brasileiros”  , afirmando que assumiria todos os contratos existentes, reafirma que o governo assume o lado dos empresários em detrimento dos trabalhadores. O governo Lula ,ainda implementa a reforma da previdência, aumentando a idade da aposentadoria ; fato que contribui para divisão do movimento sindical.

              A Central Única dos Trabalhadores - CUT, aliada ao governo , não esboça reação ante a este ataque do governo aos direitos dos trabalhadores ;A  entidade     “ rachada “ , vê setores mais a esquerda  ( da CUT ) promoverem manifestações em Brasília, capital federal ; greves e lutas contra o projeto alastram-se como rastilho de pólvora  por todo o pais . Dá-se a partir de então uma  “ divisão clara “ , dentro do movimento sindical filiado a esta central ; ou seja , os sindicatos alinhados com as orientações vindas da central , e os sindicatos que rejeitam suas orientações .

             Quando em 2003 , Lula toma posse como presidente do Brasil , e para os movimentos sociais, estudantis e sindicais  é posta uma grande questão, quais políticas o PT/CUT iriam assumir no governo, e qual a postura dos movimentos frente a este novo cenário, até que ponto conseguiriam se manter autônomos frente ao governo dirigido pelo partido que a maioria deles faziam ou fazem parte.

              Não demoraria muito para que o SMCR protagonizasse a debandada dos setores ditos classistas , da CUT . Agora com antigos dirigentes da CUT/PT ,  ocupando postos no governo Lula ,tornava-se contraditório a participação/filiação destes sindicatos a uma central  “ comprometida com interesses duvidosos “ . Neste sentido surgem criticas internas que levam sindicatos a desfiliação, e criação de um  “ novo modelo “  , que viesse a contrapor a politica defendida pela ala majoritária, e defensora de uma politica de “ conciliação de interesses de classes ou o chamado sindicalismo cidadão “ ; como pode-se notar nos escritos de  Souza :

                Com isso os sindicatos de base filiados a estas novas centrais, além de alguns que apenas romperam, mas não entraram oficialmente em lugar nenhum fizeram com que a CUT perdesse força nacionalmente, dentre esses a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura CONTAG, que organiza os trabalhadores do campo foi um dos maiores sindicatos a romper, além do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Metalúrgicos de São José dos Campos, ANDES-SN (Associação dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional),  Sindicato  dos  Químicos  Unificados  (Osasco,  Vinhedo  e  Campinas),  dentre  vários  outros, fragilizando a Central, apesar de não chegar perto de fazer com que deixasse de ser a maior central sindical do país.   Souza ,2005

             O SMCR desfilia-se da CUT , em 2007 , durante o 7º Congresso Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT - CNM/CUT engrossando o movimento de oposição a politica  de conciliação de interesses classistas .

             Durante o período preparatório ao evento, o tema da desfiliação da CUT foi central e somente o Coletivo dos Metalúrgicos da Conlutas defendia a proposta em sua tese. Porém, no congresso, a ASS (Alternativa Sindical Socialista, corrente majoritária no sindicato e também com o maior número de delegados) defendeu a desfiliação. A corrente APS também votou a favor. Somente a CSC defendeu a continuidade na CUT. FERRARO , Silva , 2007

               Ao analisarmos os boletins sindicais do SMCR , referente aos anos  que antecede a desfiliação do Sindicato ( 1998 a 2006 )   nota-se que o discurso neste instrumento de comunicação com a categoria mantêm-se ideologicamente coeso , com as  bandeiras de luta defendidas  em analises feitas em estudos anteriores , onde podemos citar ; a redução da jornada de trabalho ; o aumento de salarial ; a organização da luta dos trabalhadores nos locais de trabalho ; a independência em relação aos patrões e governos , a autonomia em relação aos partidos políticos ;a defesa de um sindicalismo classista , além da manutenção e  ampliação de direitos trabalhistas[9]   

               Ao verificarmos o boletim da campanha salarial de 1996 ( abaixo ) ; período que antecede  ao nosso estudo podemos perceber um discurso classista , condizente com a tradição ideológica  deste sindicato ; ou seja , nota se os dizeres logo abaixo de uma “ chamada “ da Campanha Salarial do grupo 8 [10], para categoria dar  manutenção a um movimento denominado Greve Dominó ,   conhecida por paralisar fabricas metalúrgicas uma a uma na região de Campinas-SP ; nota-se também , outras chamadas referentes as reinvindicações voltadas para este grupo de empresas ; ou seja : redução da jornada de trabalho para 40 horas sem  redução dos salários e sem flexibilização ; reajuste levando em conta as perdas da inflação ; aumento real ; unificação da data base da categoria ; manutenção das clausulas sociais contidas na convenção coletiva de trabalho [11]; proposta de um piso mínimo para a categoria ,  participação nos lucros e resultados das empresas , faz-se presente também neste boletim uma critica a respeito das propostas apresentadas ao setor ; além da chamada ao final do boletim , para que os trabalhadores participem das mobilizações da categoria . Partido destes parâmetros reivindicatórios encontrados no boletim de 19 de Abril de 1996 estabeleceremos a trajetória das bandeiras de luta deste sindicato .







 Foto da Diretoria eleita em 1996 ; Fonte : Revista  Comemorativa dos 25 anos do SMCR ,pag. 46 ,  2009




               Ao analisar o boletim do SMCR ( abaixo ) , este ganha o nome de Folha de Metal[12] , sendo que o material corresponde ao , Ano I – numero 8 , de 21 de Outubro de 1998; portanto , um intervalo de tempo de  mais de dois anos ; notamos a manutenção de algumas bandeiras defendidas em 1996 , e o avanço referente a pauta de reinvindicações , ou seja :

              Com relação as bandeiras de luta neste período notamos que a redução da jornada de trabalho  é mantida , e avança em relação ao tempo reivindicado de jornada ; passa de 40 horas para 36 horas ; a reposição das perdas salariais também é mantida , equiparação das perdas salariais com a inflação do período , aumento real , unificação do piso salarial e manutenção das clausulas sociais contidas no Acordo Coletivo de Trabalho no sentido ; além das criticas as propostas dos empresários .

               “ Em 98 , já tínhamos nos desfiliado da FEM . foi um dos momentos mais difíceis  ; porque já estávamos sem acordo desde 97 ; e o motivo principal  foi o da clausula 68 ; que trata das doenças relacionadas ao trabalho – DORT – LER . Fechamos acordo com todos  ... auto peças , montadoras e grupo 9 ... eramos conhecidos como Sindicatos do Interior . ... os patrões só cederam depois de muita greve  !!![13]


              No que diz respeito a Campanha  Salarial de 1999 , boletim do SMCR – Ano II – numero 26 ( abaixo )  ; podemos notar que bandeiras de luta como : reposição das perdas salariais com a inflação permanecem  ; redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais ,além da  manutenção das clausulas sociais contidas no acordo coletivo de trabalho ; podemos notar as criticas ao modelo de negociação ; ou seja , os empresários sendo criticados no boletim .





               Com relação ao boletim de 10 de junho de 2000 ; identificamos bandeiras de luta ao analisar a forma como esta disposto os assuntos em pauta preparatória da campanha salarial , onde lê–se : “ EM DEFESA DO EMPREGO ,  SALARIO E DIREITOS SOCIAIS “ ,  no entanto neste boletim não consta referencias quanto a participação nos lucros e resultados ; porem mantem o debate


 em torno da redução da jornada de trabalho ; a critica aos patrões  é acrescentada quando faz referencia ao valor que deveria ser pago a categoria , segundo o DIEESE ,  na época .Notamos também que a pratica de consulta e construção da pauta das campanhas salariais , a partir da participação da categoria , ainda é mantida .


              Ao analisar o boletim de 15 de agosto de 2001 ; é notado a “ ausência de dizeres a respeito das bandeiras de luta “  ( somente citado no artigo mais abaixo , que trata da união de sindicatos em torno de uma negociação conjunta )  ; historicamente divulgado para categoria em lugar de destaque nos boletins  ;

 tal analise  também nos faz crer que devido ao momento histórico da politica sindical levou os sindicatos de São Jose dos Campos, Santos , Limeira , Amparo/Jaguariúna , além do SMCR , a construir uma pauta em separado ;  por não concordar com as propostas da Federação Estadual dos Metalúrgicos- FEM/CUT  


                    

              O boletim de 12 de novembro de 2002 ( abaixo ) não contem informações a respeito das reinvindicações especificas para o grupo 8 ; no entanto suas bandeiras são reforçadas ao abordar , a reposição das perdas salariais no grupo 9 ; as clausulas sociais do acordo coletivo são citadas quando trata do grupo da 5 , não temos referencias com relação a participação nos lucros e resultados , no entanto é abordado o assunto como abono no texto que trata ;não é notado referencias a aumentos reais , no entanto nota-se a discussões em torno de índices para reposição salarial ; é encontrado também neste boletim a pratica de convocação da categoria para mobilizações e assembleias .     




                       Pode ser constatado no boletim sindica de 15 de novembro de 2003 ( acima )  , que as bandeiras mantem-se coerentes ao discurso sindical do SMCR ; pois nota-se que ao fazer referencia a mobilização da categoria enfatiza ganhos reais ao tratar do caso das montadoras da região ; a defesa das clausulas sociais , também são defendidas ao tratar da intransigência patronal ligada ao SINDPEÇAS ; nota-se também que as negociações com as essas empresas vem acontecendo em separado dos sindicatos ligados a CUT ; concluindo com uma foto de assembleia na porta da empresa EATON , reforçando a bandeira da  “ mobilização da categoria “ , e da necessidade de participação nas assembleias da campanha salarial ; no entanto  é notado a ausência da bandeira referente a redução da jornada de trabalho.
           
              Neste momento tava todo mundo empolgado . ... foi feito um trabalho dentro da  CUT ; ou seja , ganhar os sindicatos pra um dia ganhar o Governo Federal ... Neste momento todo mundo estava na expectativa  ; porem alguns  sindicatos estavam com o pé atrás devido a “  Carta Compromisso do Lula “ ; a tal “ Carta ao Povo “  ; ele ( Lula ) amarrava compromisso de manter-se aliado  com o FMI [14].”

 

              Com relação ao boletim de 16 de setembro de 2004 ( acima ) , após analise nota-se que as bandeiras são mantidas , ou seja , ao fazer referencia a ganhos reais , na chamada que indica o acordo fechado com as montadoras  que trata do abono conquistado  , defesa das clausulas sociais e avanço no piso salarial da categoria .Nota-se também no canto direito do boletim uma relação das bandeiras defendidas nesta campanha salarial , ou seja : redução da jornada de trabalho ; reposição integral da inflação do período ; aumento real ; piso salarial unificado  ;  manutenção  da clausula 68 da convenção  coletiva  dos  metalúrgicos
 ( uma referencia a tentativa  dos  empresários de flexibilizar as relações de trabalho  ) .nota-se também que a pratica de mobilização e assembleias no sindicato e nas portas das fabricas se mantém .



              Em analise ao boletim sindical de 25 agosto de 2005 ( acima ) , verifica-se a manutenção das bandeiras defendidas pelo SMCR , na qualificação do discurso dos empresários como sendo uma tentativa de flexibilização das relações de trabalho ; ou seja , destina a parte debaixo do boletim sindical para expor as propostas dos empresários , e completa a exposição ,  na sequencia apontando espaço que  as propostas foram recusadas por incluírem redução de direitos . Aponta também a necessidade de união dos trabalhadores em torno da unificação de direitos , como  o caso do adicional noturno , pode-se notar  também que a pratica relativa a participação nas decisões da campanha salarial continua atrelada a participação da categoria nas mobilizações , através da foto da assembleia realizada no SMCR, demonstrando disposição em não abrir mão dos direitos já conquistados.




                       No boletim Folha de Metal de 04 de setembro de 2006 ( acima ), podemos notar a ausência de textos que tratam das bandeiras de luta do SMCR ; no entanto a postura politica esta clara nos textos no tocante a resistência em não fechar acordos com índices apresentados pelos empresários ,  é possível identificar a mobilização da categoria através das indicações de assembleias nas portas das fabricas ; praticas estas que  vem sendo mantidas ao longo  do tempo e entram no rol das bandeiras defendidas pelo sindicato ; notamos também que o SMCR manteve a pratica de convocação para assembleias em sua sede para definição das ações da categoria .

             “ Nessa época quando a policia  chegou na KS ... estávamos todos lá  ... Os trabalhadores entravam na frente dos ônibus . Nosso sindicato tem um compromisso com a categoria !” [15] 





No boletim de 25 de julho de 2007 , pode-se notar que já não possui o símbolo da CUT , na apresentação  do Folha de Metal , isto devido o SMCR ter se desfiliado desta central ; o boletim aponta também que estão promovendo negociações somente  com as empresas que aceitarem as condições relacionadas  na pauta elaborada pelo sindicato em assembleia com a categoria . Aponta ainda que em relação aos grupos  5 e 9 , somente serão negociadas as clausulas econômicas da pauta , uma vez que as clausulas sociais constantes  no acordo coletivo estarão garantidas ate 2008 , evidenciando avanços nesta questão ; podemos  verificar também que as bandeiras de luta que fazem parte do sindicalismo metalurgico campineiro não tem sido abandonadas , haja visto que  no texto referente ao grupo aos grupos 5 e 9 , apontam as reinvindicações para esta campanha salarial ; ou seja , reposição da inflação do período ; aumento salarial ; reajuste do piso salarial ; redução da jornada de trabalho, além da “ inovação da discussão de planos de cargos e salários“.


                Devido a crise ( 2008 )  ... Ela ( Maxxion ) tem três plantas ... Aqui na região ocupou a planta da antiga Cobrasma  . Ainda tem Cruzeiro do Sul –SP , com 7000 trabalhadores e Osasco ... A Maxion , chamou o sindicato pra reunião para ... reduzir o salario em 20% e reduzir o adicional noturno . A Maxxion já tinha  negociado  já tinha negociado com o Sindicato de Cruzeiro ... redução de salario, banco de horas e redução do adicional noturno ... sendo igual ao fechado em Osasco ( Força Sindical )  .Alegaram que era para garantir os empregos ... evitar demissões  . Ao apresentarem a proposta para o SMCR ... Convocamos uma assembleia na porta da fabrica de Hortolândia   ... com proposta totalmente contraria a das outras plantas . ... a gente não negocia direitos , pois somos contrários a esse tipo de acordo .Se houvesse demissões nós discutiríamos  uma a uma  !! ... Mais tarde ocorreram as demissões ... mas os direitos foram preservados .Não teve banco de horas ... não teve redução de jornada ...não teve  redução de adicional noturno .Contraio do que aconteceu em Cruzeiro e Osasco ... la em Cruzeiro houve  redução de direitos ... e ainda demitiram 2200 trabalhadores . Osasco , além de reduzir os direitos ainda fechou a planta . Muita coisa que tem la hoje ( em Cruzeiro ) foi conseguido pelo Sindicato de Campinas e Região  .[16]

                      Fechando nossa analise relativa aos boletins do SMCR , pode-se notar que a apresentação do boletim Folha de Metal de  02 de julho de 2008 ,  não consta o símbolo da CUT , mas  sim o símbolo da  “ central sindical “ INTERSINDICAL , surgida das desfiliação em massa dos sindicatos classistas vivenciada  nos anos anteriores . podemos verificar também que a manutenção das bandeiras atravessaram o período de 1998 ate 2008 ; ou seja , podem ser observadas no texto que trata do recorde de produção das empresas ; ou seja : “ Neste momento em que vamos discutir a campanha salarial precisamos não só da reposição da inflação passada ; aumento real por conta da produtividade , mas  também colocar no meio  da negociação a inflação futura , senão qualquer aumento real pode ser perdido no mês seguinte . Este boletim também faz referencia  as clausulas sociais da Convenção Coletiva ,  garantidas no ano anterior restando basicamente as reivindicações de caráter econômico para serem discutido com a categoria , pratica esta também mantida ao longo do período estudado .

              “Em 2008 ; a mascara já tinha caído... toda ilusão do Governo Lula ... Se comparado aos governos anteriores ... em algumas partes ( Norte e Nordeste ) , as tais  “ bolsas Familia , etc “  . Mas sem formas de pegar interesse da classe trabalhadora em geral  ... ele manteve tudo aquilo que a gente achou que acabaria , com um governo popular  , por exemplo ; imposto  , previdência e a exploração das empresas . Ficou mais difícil porque varias pessoas  que ajudaram ele ( Lula ) a chegar ao governo passaram a ser governista  ... deixaram de ser sindicalista ... Foram trabalhar em vários ministérios  . Você acha que esses caras vão defender greve !!! ??? “ [17]











Conclusão

                Neste trabalho podemos avaliar que o SMCR , vem construindo sua historia e postura politica , diante da categoria de forma consistente ; muitas vezes contabilizando prejuízos na categoria ( demissões ) entre outros. Podemos afirmar que o sindicato  protagonizou durante o período estudado , mobilizações de resistência importantes, tais como greves, ocupações, denúncias e protestos dos mais diversos .O SMCR tem sido a vanguarda na defesa dos direitos dos trabalhadores , com sua postura irredutível em relação a flexibilização dos direitos a muito conquistados . Seja mobilizando a categoria , seja encaminhando ações conjuntas com a sociedade em geral , sempre se mostrou comprometido com o discurso .  Se em alguns casos a ação do Sindicato se foi orientada a partir do poder de mobilização da categoria , em outros momentos os trabalhadores o reconheceram como um instrumento de luta ; capaz de oferecer o suporte ideológico necessário para construir a resistência metalúrgica na região de Campinas. Mesmo quando esteve diante dos anúncios de demissões sua postura ( de seus dirigentes) manteve-se fiel aos seus princípios classistas e suas bandeiras de luta históricas . a muito conhecidas e tido como referencia para diversos outros sindicatos . Porém, apesar de apresentar um discurso,  classista de representação do conjunto dos trabalhadores, nota-se que muitas vezes a ação do sindical pautou-se pela burocracia institucional diante de demissões ( discussão em âmbito jurídico ) , o que limita a capacidade de construir uma política que abarque outros setores do mundo do trabalho .

              Verificamos também que o período que abrangido por  este estudo , pode ser notado  “ grandes mudanças “  no mundo do trabalho  ;surgiram expectativas com relação a eleição de Lula ; ao analisarmos a forma como as pessoas  que fazem parte desta instituição fazem referencia ao período analisado  .

             Entendemos que por esta instituição realmente possuir vínculos ideológicos com o chamado sindicalismo classista , chega ao limite de rompimento com a central sindical que ajudou a construir ; onde a postura de negação de conduta conciliatória com os empresários em nome de um sindicalismo cidadão , trouxe para si o posto de sindicalistas radicais .Neste sentido vemos surgirem também outras entidades sindicais ( Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira , São José dos Campos , Santos , entre outros )  que vem engrossar o coro dos que reivindicam a manutenção das bandeiras que orientaram a construção e a própria  história que construíram no interior da CUT.

             Durante o período  analisado neste trabalho , pode se evidenciado não somente o abandono da discussão em relação a flexibilização dos direitos trabalhistas , mas verifica-se a postura “ radical “ , em relação a participação em uma instituição que se tornou um entrave em relação aos avanços esperados.

             Com a vontade de construir o novo ;sindicatos unem-se  a partir 2007 , com a missão de construir uma instancia que vise concentrar os sindicatos alinhados com o discurso classista ; esta então dado o inicio para criação de uma “ Nova Central Sindical “ . Após varias visitas feitas ao sindicato dos metalúrgicos de Campinas , possibilitou-me afirmar que seus dirigentes não tem a intenção de construir uma nova CUT ; uma vez que esta mostrou-se frágil ante a institucionalização e colaboração com os  projetos de estabilidade polico / econômico , comprometidos com setores adversários históricos .

             Os elementos que ruíram com a CUT muitos anos depois, estavam presentes desde o início de sua formação, podendo ser percebido com mais facilidade depois de ser observada sua trajetória, porém já existiam em sua formação. Ousadamente o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas afirmam que a Intersindical ( nova Central Sindical ) é o embrião desta construção de superação da Central Única dos Trabalhadores, e que sua postura política junto aos trabalhadores , será a marca verificada neste “ novo instrumento sindical “ que, negando aspectos da institucionalidade, busca superá-la com mobilizações e lutas constante sem abrir mão de direitos e na tentativa de avançar em conquistas e ganhos para a classe trabalhadora . Não podemos afirmar que a expectativa deste sindicato irá se consolidar, já que é uma movimentação ainda inicial, mas o que podemos perceber é que a postura dele comparada aos demais sindicatos é muito diferente, refletindo a leitura que fazem acerca da sociedade e das tarefas políticas dos trabalhadores.

               Oque foi a CUT em 83 ? Qual era seu fundamento ? Nasceu de um agrupamento de trabalhadores independente de categoria ... pessoal da Igreja e até desempregados  . A discussão era ... defesa dos trabalhadores , independende de qualquer governo ou patrão . Hoje e o contrario disso ...virou governista ; faz o papel de ajudar a governar !!!  [18]

              Ao adentrarmos no mundo do sindicalismo metalúrgico campineiro  , nos deparamos com formas de encarar as relações de trabalho diferenciadas ;onde sem duvida encontramos grupos de pessoas que vivem ... respiraram o movimento sindical ; para estas pessoas a decepção, em relação ao papel que a CUT se prestou e oque da o norte para manutenção da luta pela manutenção dos direitos até aqui conquistados e perpetuados ate então em suas bandeiras de luta .

              Assumindo uma postura de enfrentamento ao governo , ( que os próprios sindicalistas ajudaram a eleger ) , noto a falta de credibilidade que abateu-se sobre a categoria em relação a expectativas futuras  ; ou seja ; ... Descobrimos  que a transformação não acontecerá por meio de votos ... O neoliberalismo e o Estado enxuto ... tudo oque o FHC , tentou e não conseguiu ... além do  Lula não rever as privatizações ... privatizou ainda mais  ; as rodovias , aeroportos ... e varias outras como a Petrobras  , e o próprio pre-sal .[19]
                                    
               O sindicalismo metalúrgico de Campinas e Região vem se mantendo alinhado as suas bandeiras históricas de luta ; pode-se notar isso ao analisarmos os boletins sindicais e declarações feitas em entrevistas ; podemos ainda afirmar que muitos dos que antes  “ partilhavam do mesmo prato , hoje já não o faz “ , seja devido a sedução trazida com o acesso ao poder , seja por falta de comprometimento com os trabalhadores ou falta de lastros ideológicos , que deem sustentação ao discurso , destacamos  neste trabalho evidencias que demonstram e que o SMCR , tem mantido os compromissos que tremulam em suas bandeiras de luta ; ou seja , A LUTA CONTINUA ... NA FABRICA E NA RUA !!!
 





















































Bibliografia :


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LANG , Alice beatriz da |Silva Gordo , Trabalhando com história oral: Reflexões sobre procedimentos de pesquisa . Cadernos CERU , Série 2 n. 11 , p 116 – 156 , 2000 .
POSSAM , Magali A ; A MALHA ENTRECRUZADA DAS ACOES: As experiências de        organização dos trabalhadores metalúrgicos de Campinas (  1978 – 1984 )
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SOUZA, Davisson C. C. de. Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região diante do desemprego no período de 1990 a 2002. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
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[1] POSSAM , Magali A ; A MALHA ENTRECRUZADA DAS  ACOES ,  As experiências de organização dos    
           trabalhadores metalúrgicos de Campinas (  1978 – 1984 ) ; Magali Possan A ,Campinas ,SP , 1996
[2] Sic , pag 26
[3] De Souza Santos ; Fagner Firmo : in  “ A ALTERNATIVA CLANDESTINA: UM ESTUDO SOBRE OS GRUPOS DE FÁBRICA DE CAMPINAS E REGIÃO (1984-1991) “

[4]Em Artigo de Francisco Pontes  à  “ Liga Estratégia Revolucionaria  “ LER - QI– in :  MAIS vantagens aos empresários, MENOS direitos aos trabalhadores  http://www.ler-qi.org/spip.php?article3600
[5] Davidsson C.C.Souza – Dissertação ( Mestrado ) USP  , 2005

[6] Panfleto do utilizado para mobilizar a categoria a participar de um debate com o tema ? O que esta por trás desse projeto que ataca a classe trabalhadora ?
[7] Depoimento de Reginaldo Pereira , 42 ; atuou como Dirigente Sindical do SMCR , mandato de 1996 – 1999 ; Declaração feita ao  fazer  referencia  a  um panfleto ( atual ) , que convidava a categoria a participar e assistir  um debate sobre acordo coletivo de trabalho – relato de  02 de Novembro de 2012 .
[8] Roselaine Rodrigues, 46 .Funcionaria do departamento de Sindicalização  - desde 1987. Declaração feita em 13 de novembro 2012
[9] Bandeiras de luta  citadas  na revista comemorativa dos 25 anos  do SRMC- 1984-2009 , pg 5
[10] Grupo 8 - Indústria de metais ferrosos, metais não ferrosos, balanças, condutores elétricos e trefilação, esquadrias metálicas, refrigeração e tratamento de ar, equipamentos rodoviários e ferroviários, tratamento e laminação de metais ; Fonte :

[12] A imprensa do Sindicato publica a Folha de Metal em duas versões, uma denominada também “jornal geral” ou “boletim geral” e outra, chamada internamente de “jornal específico” ou “boletim específico”, com assuntos relativos a determinadas fábricas. Nenhum deles, de acordo com as jornalistas responsáveis, tem uma periodicidade definida . in. A IMPRENSA SINDICAL EM JUIZ DE FORA E CAMPINAS .-  ;  http://www.facom.ufjf.br/documentos/downloads/lumina/doc_provisorio/R9-HP-Claudia.doc


[13] Francisco Carlota, 47 – ( Juruna ) Ex Dirigente do SMCR – 1996 – 2008 – entrevistado em 15 de novembro de 2012
[14]   Francisco Carlota, 47 – ( Juruna ) Ex Dirigente do SMCR – 1996 – 2008 – entrevistado em 15 de novembro de 2012
[15] Erasmo Miguel do Carmo .  45 . Sindicato desde 2005 – Atual Diretoria -  Empresa Maxxion (  Entrevistado em : 14/11/2012 )
[16] Erasmo Miguel do Carmo .  45 . Sindicato desde 2005 – Atual Diretoria -   Empresa Maxxion (  Entrevistado em : 14/11/2012 )
[17] Francisco Carlota, 47 – ( Juruna ) Ex Dirigente do SMCR – 1996 – 2008( entrevistado em 15 de novembro 2012
[18] Francisco Carlota, 47 – ( Juruna ) Ex Dirigente do SMCR – 1996 – 2008 ; em entrevista , 15 de novembro 2012
[19] Idem

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