sábado, 21 de agosto de 2010

REPUBLICA VELHA - RESUMÃO ... " ESTE É PRO CARA FICAR BÃO !!! "






ABAIXO VÍDEO DO TELECURSO QUE SERVE COMO RESUMO DA MATÉRIA DE HISTÓRIA





A república velha

O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.
A República da Espada ( 1889 a 1894 )
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente : Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia. Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos (mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias

O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.

A Revolta de Canudos (1893 – 1897)

No governo de Prudente de Morais eclodiu um grande movimentos de revolta social entre os humildes sertanejos baianos . O líder dos sertanejos era Antônio Vicente Mendes Maciel , mais conhecido como Antônio Conselheiro. Esse homem, senhor de fervorosa religiosidade, foi considerado missionário de Deus pela vasta legião de sertanejos que , desiludidos das autoridades constituídas escutavam suas pregações político – religiosas. Não compreendendo certas mudanças surgidas com a republica, Antônio Conselheiro declarava-se , por exemplo , contra o casamento civil e por isso foi identificado como um fanático religioso e monarquista.
                                                        Revoltas Messiânicas
O termo messianismo é usado para designar os movimentos sociais em que milhares de sertanejos fundaram importantes comunidades comandadas por um líder religioso e a ele era atribuído qualidades como o dom de fazer milagres , realizar curas e profetizar acontecimentos. O messianismo desenvolveu-se em áreas rurais pobres que reagiram a miséria. Seus componentes Básicos eram: a religiosidade do sertanejo e seu sentimento de revolta contra a miséria , a opressão e as injustiças das republicas dos coronéis. Muita coisa divulgou-se sobre Antônio Conselheiro e sua gente , diziam que eram loucos , monarquistas e comunistas. Durante muito tempo esconderam a verdade e o motivo que unia os sertanejos em canudos : a vontade de escapar da fome e da violência do sertão.
Conseguindo reunir um grande número de seguidores , Antônio Conselheiro estabeleceu em canudos, um velho arraial no sertão baiano . Em pouco tempo canudos era uma das cidades mais povoadas da Bahia . Eles viviam num sistema comunitário , em que as colheitas , rebanhos e os frutos eram repartidos entre todos. Ninguém possuía nenhuma propriedade , pois os únicos bens era a roupa, moveis , etc… Com isso fazendeiros começaram a temer o poder de Antônio Conselheiro e exigiram do governo estadual que acabasse com o arraial de Canudos. Nisso travou-se grandes batalhas até que um dia , organizou-se um exército de 7 mil homens , que destruiu Canudos completamente e toda população sertaneja morreu defendendo sua comunidade.

Guerra do Contestado (1912 – 1916)

Além de canudos , outro grande movimento messiânico ocorreu na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina . Nessa região era muito grande o número de sertanejos sem – terra e famintos que viviam sob dura exploração dos fazendeiros e duas empresas norte-americanas que ali atuavam. Os sertanejos do Contestados se organizaram e eram liderados por João Maria , Logo após sua morte outro monge , conhecido como José Maria ( seu nome verdadeiro era Miguel Lucema Boa Ventura). José Maria reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundaram alguns povoados chamados “Monarquia Celeste” , como em Canudos , os sertanejos do Contestados foram violentamente perseguidos e expulsos das terras que ocupavam . Em novembro de 1912 , o monge José Maria Foi morto e seus seguidores tentaram resistir e foram arrasados por tropas de 7 mil homens armados de canhões , metralhadoras e até aviões de combate.

      A Revolta da Vacina ( 1904 )

No Governo do Presidente Rodrigues Alves ( 1902 – 1906 ) , o Rio de Janeiro , capital da republica , já era uma cidade com graves problemas urbanos e sociais: pobreza , desemprego , lixo , muitos ratos e mosquitos transmissores de doenças. Muitas pessoas morriam em conseqüência de epidemias como febre amarela , peste bubônica e varíola.
O governo decidiu, modernizar a cidade e tomar medidas drásticas contra as epidemias ,derrubou cortiços ,casebres e a população dali foram expulsas , Depois disso, o Prefeito Pereira Passos iniciou as obras de modernização da cidade. Para combater as epidemias teve o conselho do sanitarista Osvaldo Cruz que organizou um exército de funcionários da saúde e começou a destruir focos de ratos e mosquitos. Osvaldo Cruz convenceu o presidente a decretar uma lei de vacinação obrigatória contra a varíola. O resultado de tanta reação foi uma revolta popular que explodiu pelas ruas do Rio de Janeiro , que o governo conseguiu controlar com tropas do corpo de bombeiros e a cavalaria. O real motivo do movimento era a reorganização da cidade, afastando cada vez mais os pobres dos centros urbanos.

A Revolta da Chibata ( 1910 )

No final do governo do presidente Nilo Peçanha , estourou uma revolta de 2 mil marujos da marinha brasileira liderada pelo marinheiro João Cândido.  Primeiramente , os revoltosos tomaram o comando do navio Minas Gerais , matando na luta o comandante e três oficiais que resistiram. Depois, assumiram o controle dos navios São Paulo , Bahia e Deodoro em seguida apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao presidente explicando as razões da revolta . Queriam mudanças no código de disciplina da marinha , que punia as faltas graves com 25 Chibatadas.
O governo cedeu e aprovou um projeto que acabava com as chibatadas e anistiava os revoltosos , mas o governo não cumpriu a promessa , esquecendo a anistia , decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de alguns lideres .  João Cândido foi preso , julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirante Negro que acabou com as chibatadas na marinha do Brasil.

                                  NOVOS CONCEITOS A SEREM TRABALHADOS  



Política do Café-com-Leite

A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da República. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.
Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores

Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.

O coronelismo

A figura do “coronel” era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral” votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros “recursos” para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté

Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930

Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.


FONTE : http://www.jurassico.com.br/resumo-republica-velha/

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Texto para o 3º ano - SOCIOLOGIA - FELIPPE CANTUSIO

Género (sociedade)

Género  ou Gênero refere-se às diferenças entre homens e mulheres. Ainda que gênero seja usado como sinônimo de sexo, nas ciências sociais refere-se às diferenças sociais, conhecidas nas ciências biológicas como papel de gênero. Historicamente, feminismo   posicionou os papéis de gênero como construídos socialmente, independente de qualquer base biológica. Pessoas cuja identidade de gênero difere do gênero designado de acordo com o sexo são normalmente identificadas como transexuais ou transgêneros.
O biólogo britânico Richard Dawkins critica o uso da palavra gênero como um sinônimo eufemístico de sexo[1], pelo fato de que essa palavra foi tomada como empréstimo do conceito de gênero gramatical, que só reflete a divisão entre masculino e feminino em algumas línguas (principalmente as indo-européia), enquanto outras possuem outros tipos de divisão de gêneros totalmente desvinculada do sexo, como, por exemplo, gênero animado e gênero inanimado.

Sociologia  -  Ao sexologista John Money, é creditada a expressão papel de gênero (gender role) em 1955. "A expressão papel de gênero é usada para significar tudo o que a pessoa diz ou faz para evidenciar a si mesma como garoto ou homem, como garota ou mulher, respectivamente. Isso inclui, mas não é restrito a, sexualidade, no senso de erotismo."[2] Elementos de tais papéis incluem vestimenta, modo de falar, gestos, profissão e outros fatores que não são limitados pelo sexo biológico. Por se presumir que os aspectos sociais de gênero são normalmente os aspectos de interesse na sociologia e disciplinas relacionadas, papel de gênero é normalmente abreviado por gênero. sem que haja ambigüidade neste contexto.Muitas sociedades possuem apenas dois papéis de gênero -- masculino ou feminino -- e estes correspondem com o sexo biológico. Entretanto, algumas sociedades explicitamente incorporam pessoas que adotam o papel de gênero oposto ao sexo biológico, por exemplo Dois-espíritos, pessoas de algumas sociedades indígenas norte-americanas. Outras sociedades incluem papéis bem desenvolvidos que são explicitamente considerados distintos dos arquétipos masculinos e femininos. Na linguagem da sociologia de gênero há a inclusão de um terceiro-gênero, um tanto distinto do sexo biológico (algumas vezes a base para os papéis de gênero incluem a intersexualidade ou incorpora eunucos).


ASSISTA UM VIDEO 

 Um exemplo é o papel de gênero adotado pelas Hijras da Índia e Paquistão. O povo Bugis de Celebes, Indonésia possui uma tradição de incorporar todas as características acima. Joan Roughgarden, uma bióloga estadunidense, argumenta que em algumas espécies animais não-humanas, ocorre a existência de mais de dois gêneros, de forma que pode haver múltiplas formas de comportamento disponíveis para organismos de um determinado sexo biológico.[3]Considerando as dinâmicas sociais como as apresentadas acima debate-se quais das diferenças entre gêneros masculinos e femininos são aprendidas socialmente, ou refletidas biologicamente. Construcionistas sociais argumentam que os papéis de gênero são inteiramente arbitrários, e que a biologia não interfere nos comportamentos sociais.A sociologia contemporânea refere-se aos papéis de gênero masculino e feminino como masculinidades e feminilidades, respectivamente no plural ao invés do singular, enfatizando a diversidade tanto dentro das culturas como entre as mesmas.

Feminismo e estudos de gênero

A filósofa e feminista Simone de Beauvoir aplicou o existencialismo para a experiência de vida da mulher: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.[4] No contexto é um testamento filosófico, entretanto é verdade biologicamente – uma garota precisa passar pela puberdade para se tornar uma mulher – verdade sociológica – a maturidade em relação ao contexto social é aprendida, não instintiva – e verdade nos estudos de gênero – a feminilidade como uma aprendizagem social e cultural.

Dentro da teoria feminista a terminologia para as questões de gênero desenvolveu-se por volta da década de 1970. Na edição de 1974 do livro Masculine/Feminine or Human? de Janet S. Chafetz, a autora usa “gênero inato” e “papéis sexuais aprendidos”, mas na edição de 1978, o uso de sexo e gênero é invertido. Na década de 1980, a maioria dos escritos feministas passaram a concordar no uso de gênero apenas para aspectos socioculturais adaptados.

Nos estudos de gênero o termo gênero é usado para se referir às construções sociais e culturais de masculinidades e feminilidades. Neste contexto, gênero explicitamente exclui referências para as diferenças biológicas e foca nas diferenças culturais. Isto emergiu de diferentes áreas: da sociologia nos anos 50; das teorias do psicoanalista Jacques Lacan; e no trabalho de feministas como Judith Butler. Os que seguem Butler reconhecem os papéis de gênero como uma prática, algumas vezes referidos como “performativo.” [5]

Situação Legal

O sexo masculino ou feminino das pessoas possui significância legal – sexo é indicado em documentos legais, e leis agem diferentemente sobre homens e mulheres. Muitos sistemas de pensão possuem idades de aposentadoria diferentes para homens ou mulheres. O casamento é permitido normalmente para casais de sexo opostos.

A questão que surge é sobre o que determina alguém como masculino ou feminino. Na maioria dos casos isto pode parecer óbvio, mas a questão se complica para pessoas intersexuais ou transgênero. Jurisdições diferentes têm adotado respostas diferentes para esta questão. Praticamente todos os países permitem mudança do status legal de gênero nos casos de intersexualidade, quando o gênero designado no nascimento é considerado biologicamente inacurado – tecnicamente, entretanto, esta não é uma mudança de status por si. E um reconhecimento de um status que já existia, mas desconhecido, no nascimento. Nos últimos tempos, jurisdições também têm provido de procedimentos para mudanças no gênero legal de pessoas transgêneros.

O gênero designado, quando há indicações de que a genitália sexual pode não ser decisiva em casos particulares é normalmente definida por uma série de condições, incluindo cromossomos e gônadas. Assim, por exemplo, em muitas jurisdições uma pessoa com cromossomos XY mas com gônodas femininas pode ser reconhecida como feminina no nascimento.

A habilidade de alterar o gênero legal para pessoas transgêneros em particular têm levantado o fenômeno em algumas jurisdições da mesma pessoa ter gêneros diferentes para diferentes áreas da lei. Por exemplo, na Austrália, pessoas transexuais poderiam ser reconhecidas como tendo o gênero que identificavam sob muitas áreas da lei, incluindo a previdência social, mas não para a lei do casamento. Assim, por um período, foi possível para a mesma pessoa ter dois gêneros diferentes sob a lei australiana.

É possível também em sistemas federais para a mesma pessoa ter um gênero sob uma lei estadual e um gênero diferente sob uma lei federal (um estado reconhece transições de gênero, mas o governo federal não).

Gênero e cooperação

Gênero, e particularmente os papéis da mulher são extensamente reconhecidos como importantes para as questões de cooperação internacional. Isto muitas vezes significa um foco em igualdade de gênero, garantindo participação, mas inclui um entendimento dos diferentes papéis e espectativas dos gêneros dentro das comunidades.

Assim como endereçar as desigualdades diretamente, a atenção para questões de gênero é considerada importante para o sucesso dos programas desenvolvidos, para todos os participantes. Algumas organizações que trabalham em países em desenvolvimento e na questão do desenvolvimento incorporaram a advocacia e empoderamento das mulheres nos seus trabalhos. Um exemplo notável é a organização ambiental queniana de Wangari Maathai chamada Green Belt.

 

Referências

1.         Dawkins, Richard "O gene egoísta": ISBN 853190188X
2.         Money, John "Hermaphroditism, gender and precocity in hyperadrenocorticism: Psychologic findings', Bulletin of the Johns Hopkins Hospital 96 (1955): 253–264. Traduzido da Wikipédia em inglês
3.         Roughgarden, Joan "Evolução do Gênero e da Sexualidade", Editora Planta
4.         De Beauvoir, Simone “O Segundo Sexo Vol. 2, pág. 9. Tradução Sérgio Millet, Ed. Nova Fronteira.
5.         Judith Butler “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade.”, Civilização Brasileira, 2003

sábado, 14 de agosto de 2010

REVOLTAS DE UM PERÍODO CHAMADO ... REPUBLICA VELHA

Guerra do Contestado

Ao longo de sua História a região do Contestado foi alvo de sucessivos episódios de disputa política e econômica. Localizada entre os estados do Paraná e Santa Catarina, a região foi marcada por essas disputas em razão da presença de uma rica floresta e uma grande região dedicada à plantação de erva-mate. Uma das mais imediatas manifestações desse problema se dava na pressão exercida pelos grandes proprietários de terra que forçavam agregados e posseiros a se estabelecerem em outras terras.


Além disso, a construção de uma estrada de ferro interligando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul agravou o problema social ali instalado. Sob a liderança do empresário estadunidense Percival Farquhar, a Brazil Railway Company comprou uma extensa área para construção desta estrada, onde diversas famílias já estavam instaladas. Após viabilizar o processo
 de desocupação das terras, a companhia atraiu a mão-de-obra de mais de 8 mil operários que participaram da gigantesca obra. 



VEJA UM FILME  SOBRE  ESTA GUERRA :







Depois de realizar a construção, a Brazil Railway adquiriu uma outra área com mais de 180 mil hectares onde realizaria exploração madeireira. Utilizando um moderno maquinário para a execução desse novo empreendimento, a empresa estrangeira precisou de um contingente mínimo de mão-de-obra, o que acabou forçando a expulsão de outra leva de pequenos agricultores que também estavam fixados naquela região. 

Com a formação dessa massa de operários desempregados e camponeses desapropriados, a região do Contestado começou a presenciar um movimento messiânico. Diversos profetas, beatos e “monges” apareceram pregando ideais de justiça, paz e comunhão que seriam estabelecidos em um movimento de inspiração religiosa. O primeiro desses líderes foi o beato José Maria, que atacava o autoritarismo da ordem republicana e pregava novos tempos de prosperidade e comunhão espiritual.
 

Inspirado pela lenda messiânica do antigo rei português Dom Sebastião, José Maria agrupou diversos seguidores para a fundação da comunidade de Quadrado Santo, que viveu da agricultura subsistente e do furto de gado. Preocupados com a formação de comunidades desse mesmo tipo, os governos estadual e federal passaram a enviar expedições militares contra a população de Quadrado Santo. Ao saberem da ação do governo, os sertanejos fugiram para a cidade de Faxinal do Irani, no Paraná.
 

Após essa fuga, ainda no ano de 1912, um novo destacamento militar foi mandado para entrar em conforto com os seguidores de José Maria. Durante os conflitos, as tropas federais foram derrotadas, entretanto o líder espiritual acabou morrendo. Após esse primeiro confronto, os rebeldes começaram a reorganizar a comunidade de Quadrado Santo. No final do ano seguinte, uma nova luta foi travada com os militares e, mais uma vez, a comunidade do Contestado subjugou as autoridades republicanas.
 

Em 1914, o governo mais uma vez foi neutralizado com a fuga em massa dos moradores do contestado. No ano seguinte, outros confrontos seriam marcados com sucessivas derrotas do Exército. O já prolongado conflito só veio a ter um fim quando as tropas do governo foram mantidas por mais de um ano em confrontos regulares contra a comunidade revoltosa. Para tanto, utilizaram de aviões e uma pesada artilharia. No fim da luta, em 1916, milhares de sertanejos foram brutalmente executados.


 Revolta da Armada


Floriano Peixoto vence a Revolta da Armada com amplo apoio da população.
O controle dos militares durante os primeiros anos da República não manifestava a total convergência desta classe em torno dos mesmos interesses. No governo de Floriano Peixoto, a renovação dos quadros políticos nacionais e regionais abria espaço para a ascensão dos civis ao poder, sobretudo dos grandes cafeicultores ligados ao Partido Republicano Paulista (PRP). Tal medida desagradava muitos militares, principalmente da Marinha, que defendiam a manutenção dos militares frente ao governo. 


ASSISTA À UM FILME :









Foi nesse contexto que o almirante Saldanha da Gama e Custódio de Mello, então Ministro da Marinha, arquitetaram um movimento contra o governo Floriano Peixoto. Para justificar sua ação, os revoltosos denunciavam a ilegalidade do governo de Floriano. De acordo com o texto constitucional, o vice-presidente só poderia assumir o governo após dois anos de cumprimento do mandato presidencial, caso contrário, novas eleições deveriam ser preparadas.
 

Floriano Peixoto, que assumiu após alguns meses do governo de Deodoro da Fonseca, alegava que essas orientações
 constitucionais não se aplicavam ao seu governo, pois o mesmo foi instaurado pelo voto indireto. Mesmo apresentando tal justificativa, os militares insatisfeitos trataram de organizar os navios em seu poder e apontar seus canhões em direção à Capital Federal. Floriano Peixoto, confiante com o apoio político que possuía, decidiu não ceder às imposições da Armada. 

Dessa maneira, em 13 de setembro de 1893, os navios sob o poder dessa revolta abriram fogo contra a cidade do Rio de Janeiro. Até março do ano seguinte os conflitos se desenvolveram com a resposta terrestre dada pelas fortalezas e exércitos que defendiam o mandato florianista. Diversos voluntários se apresentaram para defender o governo, tendo grande importância ao proteger a região de praia da cidade e impedindo que os revolucionários desembarcassem.
 

Alguns dos participantes da revolta, ainda tentando resistir às tropas governamentais, abriram novas frentes de batalha na região sul. Esse novo foco de resistência apareceu graças aos participantes da Revolução Federalista que ocorria no Rio Grande do Sul. O governo acabou sufocando esses dois levantes com apoio das classes médias e dos cafeicultores paulistas. Prestigiado por suas amplas alianças políticas, Floriano Peixoto – o “marechal de ferro” – tornou-se um “defensor da República”.


 Revolta de Juazeiro

Ao adentrarmos à República Oligárquica, observamos que as instituições políticas eram amplamente dominadas por uma elite proprietária de terras localizada na parte rural do país. Observando essa configuração, incorremos no fácil equívoco de se concluir que as elites pensavam de um mesmo modo e, por tal razão, se alternavam no poder sem maiores contendas. Analisando as práticas da época, notamos que a natureza excludente do cenário político era capaz de nutrir a rivalidade no interior das próprias elites.



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No governo do Marechal Hermes da Fonseca, por exemplo, a chamada política de salvações impôs a deposição dos governos estaduais e locais que não estivessem declaradamente apoiando o governo central. Em estados como Alagoas, Pernambuco e Bahia, notamos que a interferência acabou surtindo efeito. Contudo, outros estados acabaram resistindo a ação autoritária do presidente através da organização de levantes e outros episódios de conflito.
No Ceará, Franco Rabelo recebeu o apoio de Hermes da Fonseca contra o tradicional domínio da família Acioly no estado. Mediante a ação do governo central , os antigos detentores do poder acionaram a figura política e religiosa do Padre Cícero, mais conhecido como “Padim Ciço”, para mudar os destinos da intervenção oficial. Nessa época, o clérigo em questão tinha um forte apelo entre as camadas populares cearenses, principalmente da região de Juazeiro do Norte, sendo considerado um homem santo.
Em um tempo em que a miséria e a demagogia imperavam com grande força entre a população mais humilde, a conclamação do Padre Cícero para a guerra acabou sendo prontamente respondida por uma grande quantidade de sertanejos armados. Naquela situação, o uso das armas não exprimia a defesa de uma perspectiva política. Muitos daqueles sertanejos, ao cumprirem o chamado do afamado padre, acreditavam estar executando uma reivindicação de ordem divina.
Ao fim dos combates, deflagrados em 1914, o presidente acabou sendo obrigado a se subordinar ao retorno dos Acioly ao governo cearense. Valendo-se da fé alheia, a antiga oligarquia interrompeu a ação da “política salvacionista” autoritariamente implantada naqueles tempos. Por meio dessa situação, podemos perceber que o regime oligárquico não pode ser visto e analisado como um bloco hegemônico. Por sua forte natureza imobilista, o tempo das oligarquias abria campo para tais contendas internas.

 Levante do Forte de Copacabana


”Os 18 do Forte”: a insatisfação militar contra o predomínio das oligarquias.
Conhecida como uma das primeiras manifestações do movimento tenentista, o Levante do Forte de Copacabana foi uma das mais significativas demonstrações de crise da hegemonia oligárquica. Esta revolta foi ambientada no ano de 1922, período em que acontecia a campanha de sucessão ao governo do presidente Epitácio Pessoa. A disputa eleitoral envolveu Artur Bernardes, representante da oligarquia paulista, e Nilo Peçanha, apoiado pelos militares e oligarcas dissidentes do Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. 


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Derrotados na disputa eleitoral, os tenentes se sentiram profundamente frustrados com a perpetuação de mais um representante das oligarquias. Foi nesse momento que uma série de cartas falsas, supostamente escritas por Artur Bernardes, dirigia várias críticas à ação política dos oficiais do exército. Ao mesmo tempo, havia um descontentamento geral contra o novo governo em uma época em que a população sentia profundamente as mazelas causadas pelo conservadorismo político-econômico dos oligarcas.
 

Nesse clima de insatisfação geral, alguns militares de baixa patente organizaram levantes em instalações militares do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Niterói. Na verdade, a agitação desse militares somente tomou corpo depois que o marechal Hermes da Fonseca foi preso após criticar o processo eleitoral que garantiu a vitória de Artur Bernardes. Entre os diversos focos de revolta, o mais grave aconteceu na capital, no interior das instalações do Forte de Copacabana, em cinco de julho de 1922.
 

Controlados sob a liderança de Euclides Hermes da Fonseca (filho do marechal) e Siqueira Campos, os militares amotinados apontaram seus canhões em diferentes pontos do Rio de Janeiro. Segundo relato, a intenção desses revoltosos era de tomar o Palácio do Catete e colocar Hermes da Fonseca como presidente provisório. Nesse meio tempo, os votos da última eleição seriam recontados para que se acabassem as suspeitas de fraude que marcaram aquela disputa.
 

Temendo o poder de reação do governo, os líderes do Forte permitiram que aqueles soldados que não quisessem participar do levante saíssem do local. De todos os 300 amotinados ali encontrados, somente vinte e oito resolveram permanecer no conforto. Com a imensa deserção acontecida, Euclides Hermes da Fonseca resolveu sair do Forte para tentar negociar com o governo. Após sua saída, foi imediatamente preso e o prédio bombardeado pelas tropas governamentais.
 

A intensificação dos ataques forçou o pequeno grupo a abandonar o Forte de Copacabana. Entre todos os participantes, somente dezessete resolveram seguir em frente com o arriscado plano. A caminho do palácio, os militares ganharam o apoio de um civil chamado Otávio Pessoa. Assim, os “18 do Forte” saíram pela Praia de Copacabana dispostos a enfrentar as tropas do governo. No confronto, dezesseis deles foram mortos. Eduardo Gomes e Siqueira Campos acabaram presos.
 

Apesar da eficiente represália das tropas oficiais, o evento dos “18 do Forte” inspirou outros indivíduos ligados ao Exército a darem continuidade ao movimento tenentista. Dois anos mais tarde, novos incidentes envolvendo os militares mostrariam, mais uma vez, a crise que acometia os grupos políticos vinculados às oligarquias. Sinais de que os anseios políticos da época passavam por uma séria transformação e que os cafeicultores não poderiam assegurar sua própria hegemonia.


 Revolta da Chibata

 João Candido organizou uma revolta contra os desmandos do governo oligárquico.No início do século XX, os marinheiros brasileiros eram submetidos a uma dura rotina de trabalho e recebiam salários baixíssimos. Não bastando, os membros de baixa patente eram submetidos a castigos físicos toda vez que não cumpriam uma ordem estabelecida. Apesar de a prática ser proibida desde o fim do Império, era comum que os marinheiros recebessem chibatadas como forma de punição.


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Em 1910, sob comando de um marujo negro e analfabeto chamado João Candido, os marinheiros dos couraçados Minas Gerais e São Paulo organizaram um protesto. Neste, tomaram o controle das embarcações e enviaram um telegrama ao presidente exigindo que os castigos fossem abolidos, os salários incrementados e uma folga semanal concedida a todos os marinheiros. Se não tivessem seu pedido imediatamente atendido, ameaçavam bombardear a capital.

Mediante a gravidade da situação e o alarde dos grupos políticos oposicionistas, o governo decidiu atender aos pedidos. Em poucos instantes, o Congresso votou uma lei em que o castigo físico era abolido e todos os envolvidos na revolta não sofreriam qualquer tipo de punição. Entretanto, revelando sua face autoritária, o governo descumpriu suas próprias determinações ao realizar a prisão de alguns dos participantes dessa primeira revolta.

A mudança aconteceu quando, alguns dias antes, provavelmente empolgados pela primeira revolta, um grupo de fuzileiros navais alocados na Ilha das Cobras resolveu organizar uma nova manifestação contra o governo. Dessa vez o Exército foi enviado para um violento ataque a fim de aniquilar prontamente os rebeldes. Aqueles que sobreviveram ao episódio foram deportados para a Amazônia e forçados a trabalhar nos seringais da região.

Durante a realocação para o território amazônico, alguns dos condenados foram submetidos ao fuzilamento. João Candido acabou sendo inocentado pelo governo federal. Entretanto, perdeu a sua colocação na Marinha e foi internado como louco no Hospital dos Alienados. Na época, o tratamento no sanatório poderia ser tão ou mais cruel que a própria prisão. Em 1969, ele acabou morrendo pobre, esquecido e acometido por um câncer.


 Revolta Paulista de 1924


Isidoro Dias Lopes: um dos líderes do levante tenentista que tomou conta de São Paulo.
Depois do incidente dos “18 do Forte”, que tentou derrubar o governo de Artur Bernardes, os integrantes do movimento tententista pareciam ganhar maior força política. Dessa forma, os oficiais de baixa patente que faziam parte do movimento tentaram articular novos golpes contra o regime oligárquico vigente. Para tanto, buscavam empreender uma série de revoltas militares simultâneas que pudessem forçar a queda do presidente. 




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No dia 5 de julho de 1924, tropas de São Paulo tentaram promover um movimento de caráter nacional que deveria tomar conta de outras importantes cidades do país. Entretanto, a rebelião liderada por Isidoro Dias Lopes conseguiu acender outros focos somente
em Mato Grosso, Amazonas, Pará, Sergipe e Rio Grande do Sul. No estado paulista, a ação tenentista conseguiu tomar pontos estratégicos da capital e atacar o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo estadual. 

O vigor dos ataques militares obrigou Carlos de Campos, presidente do Estado, a fugir de São Paulo. A capital se transformou em um verdadeiro palco de guerra, forçando cerca de 300 mil pessoas a saírem refugiadas. A violência dos bombardeios deixou várias partes da cidade destruída e a ausência do presidente estadual transformou o Palácio do Governo em um foco de resistência tenentista. Entretanto, a falta de apelo popular enfraqueceu o movimento.
 

Em 10 de julho de 1924, os revoltosos divulgaram um manifesto que exigia a imediata deposição do presidente Artur Bernardes e um conjunto de reformas políticas. De fato, os tenentistas não tinham um projeto de poder claramente definido. Suas críticas giravam em torno da corrupção eleitoral que assolava o país, na instauração do voto secreto e a reforma das instituições de ensino. Sem articular um projeto para as maiorias, defendiam a reintrodução dos militares na vida política nacional.
 

Não resistindo à superioridade bélica das forças fiéis ao governo federal, os tenentes paulistas decidiriam deslocar o movimento para outra localidade. No dia 27 de julho de 1924, os militares paulistas romperam o cerco dos exércitos situacionistas, alcançando a região norte do Paraná, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Depois de conquistarem algumas cidades paranaenses e catarinenses, esses militares decidiram se unir aos militares da Coluna Gaúcha liderada por Luís Carlos Prestes.

 Tenentismo

Luís Carlos Prestes: um dos grandes líderes do movimento tenentista.
O tenentismo foi um movimento que ganhou força entre militares de média e baixa patente durante os últimos anos da República Velha. No momento em que surgiu o levante dos militares, a inconformidade das classes médias urbanas contra os desmandos e o conservadorismo presentes na cultura política do país se expressava. Ao mesmo tempo, o tenentismo era mais uma clara evidência do processa de diluição da hegemonia dos grupos políticos vinculados ao meio rural brasileiro.


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Influenciados pelos anseios políticos das populações urbanas, os militares envolvidos nesse movimento se mostraram favoráveis às tendências políticas republicanas liberais. Entre outros pontos, reivindicavam uma reforma constitucional capaz de trazer critérios mais justos ao cenário político nacional. Exigiam que o processo eleitoral fosse feito com o uso do voto secreto e criticavam os vários episódios de fraude e corrupção que marcavam as eleições.

Além disso, eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação, exigiam que o poder Executivo tivesse suas atribuições restringidas, maior autonomia às autoridades judiciais e a moralização dos representantes que compunham as cadeiras do Poder Legislativo. Entretanto, todo esse discurso liberal e moralizador também convivia com a opinião de alguns oficiais que defendiam a presença de um poder forte, centralizado e comprometido com mal definidas “ necessidades da nação brasileira”.

As primeiras manifestações militares que ganharam corpo durante a República Oligárquica aconteceram nas eleições de 1922. Aproveitando a dissidência de algumas oligarquias estaduais, os tenentes apoiaram a candidatura de Nilo Peçanha em oposição ao mineiro Arthur Bernardes, politicamente comprometido com as demandas dos grandes cafeicultores. Nesse momento, a falta de unidade política dos militares acabou enfraquecendo essa primeira manifestação conhecida como “Reação Republicana”.

Durante essas eleições a tensão entre os militares e o governo aumentou quando diversas críticas contras os militares, falsamente atribuídas a Arthur Bernardes, foram veiculadas nos jornais da época. Com a vitória eleitoral das oligarquias, a primeira manifestação tenentista veio à tona com uma série de levantes militares que ficaram marcados pelo episódio dos “18 do Forte de Copacabana”, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1922.

Nos dois anos seguintes, duas novas revoltas militares, uma no Rio Grande do Sul (1923) e outra em São Paulo (1924), mostrou que a presença dos tenentistas no cenário político se reafirmava. Após terem suas pretensões abafadas pelas forças fiéis ao governo, esses dois grupos se juntaram para a formação de uma guerrilha conhecida como Coluna Prestes. Entre 1925 e 1927, esse grupo composto por civis e militares armados entrecortou mais de 24 mil quilômetros sob a liderança de Luís Carlos Prestes.

A falta de apelo entre os setores mais populares, e as intensas perseguições e cercos promovidos pelo governo acabaram dispersando esse movimento. Luís Carlos Prestes, notando a ausência de um conteúdo ideológico mais consistente à causa militar, resolveu aproximar-se das concepções políticas do Partido Comunista Brasileiro. Em 1931, o líder da Coluna mudou-se para a União Soviética, voltando para o país somente quatro anos mais tarde.
Org. Prof. Régis . texto de :
Rainer Sousa ;Graduado em História ; Equipe Brasil Escola


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