domingo, 29 de setembro de 2019

ALEXANDRE O GRANDE- AS CONQUISTAS E O LEGADO MACEDÔNICO - 6º ANO


Um dos maiores generais da História comandou seu primeiro exército aos 16 anos. Enquanto o pai, Filipe II, estava ausente em uma expedição militar para tomar a cidade de Bizâncio, na Turquia, o filho liderou uma luta contra os búlgaros, ao norte do reino da Macedônia, e venceu com relativa facilidade.
Deste evento em diante, o mundo antigo conheceria Alexandre, o Grande.

Macedônios versus Gregos

Alexandre, nascido na cidade de Pela, na Macedônia, em 20 de julho de 356 a.C.,era o primeiro filho do rei Filipe II e de Olímpia, uma nobre muito devotada aos deuses. Portanto, ele herdaria naturalmente não só a Macedônia, como também os territórios gregos conquistados pelo pai, que iniciou a expansão do reino, mesmo que de forma tímida, quando Alexandre ainda era bem novo.



Pintura retratando Aristóteles (à esquerda) e Alexandre.

Durante a infância Alexandre teve como instrutor o filósofo Aristóteles.
Dele, Alexandre certamente absorveu parte da inteligência lógica usada mais tarde nos campos de batalha e o interesse em conhecer e expandir cada vez mais a cultura grega mundo afora, duas das características que marcaram suas conquistas.
Quando Alexandre tinha 20 anos, Filipe II foi assassinado — segundo o historiador grego Plutarco, a mando de Dario III, rei da Pérsia — e Alexandre, enquanto herdeiro, viu-se frente a algumas decisões importantes a tomar, para não perder o reino nem vê-lo despedaçado em diversas rebeliões internas que certamente sufocariam seu poder.
Inicialmente, Alexandre reuniu-se com a Liga de Corinto — a federação de Estados gregos criada após a vitória de Filipe II na Batalha de Queronéia — e exigiu o lugar do pai no comando da federação. Como os líderes gregos não tinham muita saída, já que o exército macedônio era bem maior e mais equipado, Alexandre foi aclamado generalíssimo pelos gregos.
Depois, empreendeu uma expedição militar contra os bárbaros que ameaçavam invadir o norte da Macedônia. Enquanto estava no norte, na região do rio Danúbio, algumas pessoas fizeram correr o boato de que Alexandre havia morrido na campanha. Alguns líderes gregos — principalmente os da cidade de Tebas — iniciaram uma revolta, que não conseguiu ser contida pelos soldados macedônios que estavam na região.
Alexandre deixou para trás a campanha no norte, cercou, tomou a cidade de Tebas e vendeu todos os gregos sobreviventes como escravos — alguns autores estimam que cerca de 33 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças foram vendidas.
Este acontecimento fez Alexandre pensar o seguinte: “Os gregos jamais esquecerão o fato de que estão sob meu domínio e tentarão tirar meu poder em qualquer oportunidade que surgir. Para acabar com isto, eu preciso dar-lhes um motivo para esquecer a dominação. Vou retomar então o objetivo de meu pai, que era conquistar a Pérsia.

VÍDEO - RESUMO




Império Macedônico - Alexandre "O Grande"

Assim como outros grandes impérios da Antiguidade, o macedônio manteve-se inteiro a partir e por causa de expansões baseadas em campanhas militares. A conquista de territórios era, na grande maioria das vezes, realizada pela força. E como todo grande império, a cultura do conquistador também foi levada aos cantos mais remotos e às maiores cidades dos povos conquistados.
Só que muita desta cultura difundida, que teria que ser a cultura macedônia, ficou de lado para a cultura helênica. Alexandre tinha, além de respeito, uma verdadeira fascinação pela cultura grega.




Em 334 a.C., seguido por milhares de soldados macedônios e gregos, Alexandre atravessou o Estreito de Dardanelos e marchou contra a Pérsia. Ao vencer a Batalha de Granico, conquistou o domínio parcial da Ásia Menor.
Mas apenas um ano depois, em Issus, é que Alexandre derrubaria o domínio persa na região.
Ele não parou por aí. No caminho para o Egito, conquistou Tiro, antiga cidade fenícia, e seguiu para o deserto africano. Ao chegar às margens do Nilo, Alexandre foi recebido pelos líderes locais como um faraó, pois havia muito tempo que o povo egípcio estava sob dominação persa.
Alexandre aproveitou para fundar a cidade de Alexandria, que abrigou uma das maiores e melhores bibliotecas de todos os tempos e é considerada até hoje como um dos maiores centros culturais da Antiguidade.

Rumo ao Oriente!

Faltava conquistar os persas de forma definitiva. Alexandre seguiu rumo à Mesopotâmia, enfrentando no caminho mais uma parte do exército persa. Mesmo mais numerosos e contando com elefantes e muitos arqueiros, os persas foram derrotados mais uma vez. Dario III havia obrigado a população a se alistar, e isto causou uma certa desmotivação das tropas. Mesmo assim, a estrutura do exército de Alexandre — cerca de 36 mil homens entre cavalaria pesadaarqueiros e soldados bem treinados — dificilmente seria derrotada antes do adversário sofrer muitas baixas.
Dario III fugiu após mais esta derrota, e Alexandre o perseguiu. Quando foi alcançado, Dario foi assassinado pelos membros da própria corte.
Ainda sem estar satisfeito com suas conquistas, Alexandre rumou para a Ásia Central, mas a resistência dos povos da região — o exército de Alexandre lutou muito, por 3 anos, para conquistar uma pequena região — fez com que o macedônio acatasse as súplicas dos soldados, cansados de anos de batalhas e andanças intermináveis e, em 325 a.C. ele iniciou o caminho de volta. Certamente sem ter uma noção exata do que havia feito, Alexandre comandava o maior império até então visto na Terra.
Dos Balcãs, na Europa, ao rio Indo, na Ásia, tudo estava sob o domínio do macedônio.




É TUDO NOSSO!, diziam os macedônios. E era mesmo, graças a Alexandre.

O legado de Alexandre

Respeito e uma certa “fome” de conhecimento, duas virtudes de Alexandre

Além de exímio estrategista no campo de batalha, o imperador macedônio também foi o grande responsável por uma importante mistura de culturas da Antiguidade.
Esta “fusão” dos elementos culturais gregos e dos povos conquistados por Alexandre não originou exatamente a cultura helenística, mas trouxe outros elementos culturais para costumes que estavam enfraquecidos, já que a Grécia, na época, sofria com o fim da Guerra do Peloponeso e a posterior conquista de seus territórios pelos macedônios liderados por Filipe II.
Alexandre sempre respeitou os costumes dos povos conquistados. Parte deste respeito vinha justamente de sua educação. Aristóteles — que nós citamos no início do texto — mentor do jovem Alexandre, não é considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos à toa. Ele certamente soube despertar no filho do rei Filipe II o fascínio pela cultura estrangeira com maestria.
E Alexandre não respeitava a cultura dos conquistados apenas para evitar problemas e rebeliões, comuns nesta época. Ele era fascinado pelo conhecimento.
E esta fascinação pela cultura do outro rendia certas ordens de Alexandre a seus comandados: ele exigia que todos tivessem respeito pelas religiões e a política local. O povo estava conquistado, mas tinha sua liberdade religiosa respeitada e seus líderes muitas vezes permaneciam no poder da região ou da cidade, mesmo que sob domínio macedônio.
No Egito, além de ser recebido como libertador da dominação persa, Alexandre foi reconhecido no templo de Siwa como filho de Amon e sucessor dos faraós. Em outras localidades ele também foi recebido pelos religiosos locais e jamais fez objeção aos cultos praticados naqueles lugares.
Esta tolerância, obviamente, causava uma certa assimilação entre as culturas que passaram a conviver em uma mesma região. Isto já havia acontecido em outros episódios da História — e aconteceu em vários outros nos séculos posteriores — e na época de Alexandre não foi diferente.
Ele também evitava mudar a estrutura administrativa bem estabelecida a partir da dominação persa em várias regiões. O mérito do sucesso administrativo é dos persas, sem dúvida, mas Alexandre tem seus méritos a partir do momento que manteve o que já existia de bom e eficiente.
Neste caso, os persas ficaram famosos pela elaboração e implantação das satrapias, as unidades administrativas que tinham um líder local que se reportava diretamente ao Rei da Pérsia. Esta estrutura deu certo por décadas, ajudou nas bases de expansão do Império Persa e Alexandre não modificou a mesma.




Ruínas de um teatro em Alexandria, no Egito. A cidade, fundada por Alexandre no delta do rio Nilo, existe até hoje e é um dos principais centros culturais da região.

Ele também incentivava o casamento entre conquistadores e conquistados. Como que para dar o exemplo aos seus súditos, casou-se com Roxana, filha do governante da Bactria, uma região da Ásia que também era controlada pelos persas e que hoje faz parte do Afeganistão.
Também permitia que qualquer jovem dos povos vencidos fizesse parte de seu exército. Discriminação étnica não era o forte do imperador macedônio. Com estas medidas ele também visava diminuir ou até mesmo acabar com as diferenças entre os povos.
Segundo o professor José Luciano Cerqueira, da UFPE…
“Os gregos eram extremamente auto-referentes. Eles achavam que grego era uma coisa e bárbaro era outra. E todo mundo que não fosse grego era bárbaro. Portanto, seria inferior. Alexandre já tinha uma posição diferente. Ao longo da campanha dele, que vai realizar contra o Império Persa, vai deixando transparecer cada vez mais — até afirmar isso claramente nos seus últimos anos de vida — que para ele não há distinção entre bárbaros e não-bárbaros. A distinção é entre os homens bons e maus. Esse vai ser um traço de Alexandre. Eu acho que o que tem de interessante em Alexandre, que vai preparar o terreno para uma posterior civilização como a romana, é justamente esse processo de absorção e sincretismo, que é uma das características principais do chamado período helenístico histórico, no qual se dá a ação de Alexandre, de absorção de cultura, elementos artísticos, religiosos e até mesmo sócio-políticos.” [1]
Após percorrer com seus exércitos cerca de 6.500 Km, Alexandre teve que adiar seus planos de conquistar mais territórios na Ásia. Voltou para a Babilônia, onde faleceu acometido de uma febre que ninguém conseguiu curar, no ano de 323 a.C., antes de completar 33 anos.
Do seu vasto império conquistado, seus herdeiros — os generais que lutaram a seu lado — partilharam as regiões de acordo com seus interesses. Não faltaram lutas internas que desestabilizaram toda a unidade, mesmo com as divisões.
A única materialidade que restou do legado de Alexandre, além das estimadas 36 “Alexandrias” fundadas e que demonstraram força econômica e política durante muitos séculos, foi justamente a cultura helenística, promovida pelo imperador.

Org, Rég!s

Fonte[1] “Alexandre, a História”, texto do site Universia.

Era Vargas 1930 - 1945 - 9ºAno- História


                                             VÍDEO DO CMSP:



                                                      10/06 - 9º ano EF - HI

Era Vargas  foi um período iniciado em 1930, logo após a Revolução de 1930, e finalizado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas. Nesse período da história brasileira, o poder esteve centralizado em Getúlio Vargas, que assumiu como presidente do Brasil após o movimento que depôs Washington Luís da presidência.

Resumo

A Era Vargas foi o período de quinze anos da história brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente eleito que assumiria o país).
Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação” da ditadura de Vargas. Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com as massas, característica que se tornou muito marcante durante o Estado Novo.
Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder, foi organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964).

Mapa Mental: Era Vargas

Mapa Mental: Era Vargas

Características da Era Vargas

Resumir as características da Era Vargas é uma tarefa complexa, principalmente porque cada fase assumiu aspectos diferentes. De maneira geral, as seguintes características podem ser destacadas.
  • Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no poder, Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar os poderes do Executivo. Essa característica ficou evidente durante o Estado Novo.
  • Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no sentido de ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o Ministério do Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de reforçar seu poder aproximando-se das massas.
  • Propaganda Política → O uso da propaganda como forma de ressaltar as qualidades de seu governo foi uma marca forte de Vargas e que também ficou evidente durante o Estado Novo a partir do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP.)
  • Capacidade de negociação política → A capacidade política de Vargas não surgiu do nada, mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de sua vida política. Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar grupos opostos em seus governos, como aconteceu em 1930, quando oligarquias dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-lhe.
A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também relacionada com o populismo, principalmente pelos seguintes aspectos:
  1. Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas;
  2. Defesa da união das massas;
  3. Liderança baseada no carisma;
  4. Sistema partidário frágil.

Transição de poder

Vargas e militares aliados em foto tirada quando a Revolução de 1930 estava em curso.**
Vargas e militares aliados em foto tirada quando a Revolução de 1930 estava em curso.**
A ascensão de Getúlio Dornelles Vargas à presidência aconteceu pela implosão do modelo político que existia no Brasil durante a Primeira República. Ao longo da década de 1920, inúmeras críticas foram feitas ao sistema oligárquico que vigorava em nosso país, sendo os tenentistas um dos movimentos de oposição de maior destaque.
A implosão da Primeira República concretizou-se de fato durante a eleição de 1930. Nessa eleição, a oligarquia mineira rompeu abertamente com a oligarquia paulista porque o presidente Washington Luís recusou-se a indicar um candidato mineiro para concorrer ao cargo. A indicação para presidente foi do paulista Júlio Prestes.
Isso desagradou profundamente à oligarquia mineira, uma vez que a atitude do presidente rompia com o acordo existente entre as duas oligarquias (Política do Café com Leite). Assim, os mineiros passaram a conspirar contra o governo e, aliando-se às oligarquias paraibana e gaúcha, optaram por lançar um candidato para concorrer à presidência: Getúlio Vargas.
A disputa eleitoral travada entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas teve como desfecho a vitória do primeiro. No entanto, mesmo derrotados, membros da chapa eleitoral de Vargas (chamada Aliança Liberal) começaram a conspirar para destituir Washington Luís do poder (Vargas, porém, havia aceitado a derrota).
Essa conspiração tornou-se rebelião de fato quando João Pessoa, vice de Getúlio Vargas, foi assassinado em Recife por João Dantas. O assassinato de João Pessoa não tinha nenhuma relação com a eleição disputada, mas o acontecido foi utilizado como pretexto para que um levante militar contra Washington Luís fosse iniciado.
A revolta iniciou-se em 3 de outubro de 1930 e estendeu-se por três semanas. No dia 24 de outubro de 1930, o presidente Washington Luís foi deposto da presidência. Uma junta militar governou o Brasil durante 10 dias e, em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, que aderiu à rebelião quando ela estava em curso, assumiu a presidência do Brasil.

VÍDEO - RESUMO 



Fases da Era Vargas

Os historiadores dividem a Era Vargas em três fases: Governo Provisório (1930-34), Governo Constitucional (1934-37) e Estado Novo (1937-1945).
  • Governo Provisório (1930-34)

Getúlio Vargas no Palácio do Catete (palácio presidencial) após o sucesso da Revolução de 1930.***
Getúlio Vargas no Palácio do Catete (palácio presidencial) após o sucesso da Revolução de 1930.***
O governo provisório, como o próprio nome sugere, deveria ter sido uma fase de transição em que Vargas rapidamente organizaria uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o Brasil. Getúlio Vargas, porém, nesse momento, já deu mostras da sua habilidade de se sustentar no poder, pois adiou o quanto foi possível a realização da Constituinte.
Nessa fase, Vargas já realizou as primeiras medidas de centralização do poder e, assim, dissolveu o Congresso Nacional, por exemplo. A demora de Vargas em realizar eleições e convocar uma Constituinte teve impactos em alguns locais do país, como São Paulo, que se rebelou contra o governo em 1932 no que ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932.
O movimento foi um fracasso e, após a sua derrota, Getúlio Vargas atendeu as demandas dos paulistas, nomeando para o estado um interventor (governador) civil e nascido em São Paulo, além de garantir a realização de uma eleição em 1933 para compor a Constituinte. Dessa Constituinte, foi promulgada a Constituição de 1934.
A nova Constituição foi considerada bastante moderna para a época e trouxe novidades, como o sufrágio universal feminino (confirmando o que já havia sido estipulado pelo Código Eleitoral de 1932). Junto da promulgação da nova Constituição, Vargas foi reeleito indiretamente para ser presidente brasileiro entre 1934 e 1938. Após isio, um novo presidente deveria ser eleito.
Nessa fase, a política econômica de Vargas concentrou-se em combater os efeitos da Crise de 1929 no Brasil. Para isso, agiu comprando milhares de sacas de café e incendiando-as como forma de valorizar o principal produto da nossa economia. Nas questões trabalhistas, autorizou a criação do Ministério do Trabalho em 1930 e começou a intervir diretamente na atuação dos sindicatos.
  • Governo Constitucional (1934-1937)

Na fase constitucional, o governo de Vargas, em teoria, estender-se-ia até 1938, pois o presidente não poderia concorrer à reeleição. No entanto, a política brasileira como um todo – o próprio Vargas, inclusive – caminhava para a radicalização. Assim, surgiram grupos que expressavam essa radicalização do nosso país.
  1. Ação Integralista Brasileiro (AIB): grupo de extrema-direita que surgiu em São Paulo em 1932. Esse grupo possuía inspiração no fascismo italiano, expressando valores nacionalistas e até mesmo antissemitas. Tinha como líder Plínio Salgado.
  2. Aliança Libertadora Nacional (ANL): grupo de orientação comunista que surgiu como frente de luta antifascista no Brasil e converteu-se em um movimento que buscava tomar o poder do país pela via revolucionária. O grande líder desse grupo era Luís Carlos Prestes.
A ANL, inclusive, foi a responsável por uma tentativa de tomada do poder aqui no Brasil em 1935. Esse movimento ficou conhecido como Intentona Comunista e foi deflagrado em três cidades (Rio de Janeiro, Natal e Recife), mas foi um fracasso completo. Após a Intentona Comunista, Getúlio Vargas ampliou as medidas centralizadoras e autoritárias, o que resultou no Estado Novo.
Essa fase constitucional da Era Vargas estendeu-se até novembro de 1937, quando Getúlio Vargas realizou um autogolpe, cancelou a eleição de 1938 e instalou um regime ditatorial no país. O golpe do Estado Novo teve como pretexto a divulgação de um documento falso conhecido como Plano Cohen. Esse documento falava sobre uma conspiração comunista que estava em curso no país.
  • Estado Novo (1937-1945)

O Estado Novo foi a fase ditatorial da Era Vargas e estendeu-se por oito anos. Nesse período, Vargas reforçou o seu poder, reduziu as liberdades civis e implantou a censura. Também foi o período de intensa propaganda política e um momento em que Vargas estabeleceu sua política de aproximação das massas.
No campo político, Vargas governou a partir de decretos-leis, ou seja, as determinações de Vargas não precisavam de aprovação do Legislativo, pois já possuíam força de lei. O Legislativo, por sua vez, foi suprimido e, assim, o Congresso e as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais foram fechadas. Todos os partidos políticos foram fechados e colocados na ilegalidade.
censura instituída ficou a cargo do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável por censurar as opiniões contrárias ao governo e produzir a propaganda que ressaltava o regime e o líder. Para fazer a propaganda do governo, foi criado um jornal diário na rádio chamado “A Hora do Brasil”.
Durante esse período, também se destacou a política trabalhista, destacando-se a criação do salário-mínimo (1940) e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Os sindicatos passaram para o controle do Estado.
participação brasileira na Segunda Guerra e o desgaste desse projeto político autoritário enfraqueceram o Estado Novo perante a sociedade. Assim demandas por novas eleições começaram a acontecer. Pressionado, Vargas decretou para o fim de 1945 a realização de eleição presidencial e, em outubro desse mesmo ano, foi deposto do poder pelos militares.
Exercício resolvido
(Enem) A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, como parte de uma ampla reforma no processo eleitoral incentivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi um grande avanço institucional, garantindo que as eleições tivessem o aval de um órgão teoricamente imune à influência dos mandatários.
TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L.; ANASTASIA, F. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado).
Em relação ao regime democrático no país, a instituição analisada teve o seguinte papel:
a) Implementou o voto direto para presidente.
b) Combateu as fraudes sistemáticas nas apurações.
c) Alterou as regras para as candidaturas na ditadura.
d) Impulsionou as denúncias de corrupção administrativa.
e) Expandiu a participação com o fim do critério censitário.
RESOLUÇÃO: LETRA B
A criação da Justiça Eleitoral em 1932 refletia os interesses dos tenentistas, que, desde a década de 1920, buscavam reformas no sistema eleitoral brasileiro de forma a evitar as fraudes que aconteciam de maneira descontrolada durante a Primeira República. A criação da Justiça Eleitoral aconteceu com a promulgação de um novo Código Eleitoral, que trouxe outras reformas, como a adoção do voto secreto. Em longo prazo, o resultado disso foi que as eleições brasileiras tornaram-se seguras e sem o risco de manipulações, como acontecia na Primeira República



Getúlio Dornelles Vargas foi presidente do Brasil de 1930 a 1945.*
Getúlio Dornelles Vargas foi presidente do Brasil de 1930 a 1945.*


Lista de Exercícios
Questão 1
(PUC-RS) “Façamos a revolução antes que o povo a faça.” A frase, atribuída ao governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, deixa entrever a ideologia política da Revolução de 1930, promovida pelos interesses
a) da burguesia cafeicultora de São Paulo, com vistas à valorização do café.
b) do operariado, com o objetivo de aprofundar a industrialização.
c) dos partidos de direita fascistas, no intuito de estabelecer um Estado forte.
d) das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do Estado.
e) da burguesia industrial, na busca de uma política de livre iniciativa.
Questão 2
(PUC-RS) Em março de 1931, o Decreto nº 19.770 criava, no Brasil, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Considerando-se o contexto histórico, pode-se afirmar que esse ato do Poder Executivo tinha como um dos seus objetivos
a) promover a expansão do setor primário.
b) desregulamentar o sistema de contratação e de impostos.
c) concentrar a renda nacional nas camadas médias urbanas.
d) acabar com a organização autônoma do movimento operário.
e) intervir nas relações de trabalho no campo.

Org. Rég!s
Fonte :https://brasilescola.uol.com.br/historiab/era-vargas.htm