Desmatamento, poluição dos rios e da atmosfera
Até aqui, vocês puderam analisar a importância da produção e consumo de recursos minerais para o desenvolvimento econômico mundial. Da mesma forma, tiveram oportunidade de se conscientizar da necessidade de alternativas de exploração dos recursos minerais com a devida preocupação em preservar o meio ambiente.
A mineração, por mais criteriosa que seja, resulta na separação do minério concentrado e do rejeito, que é altamente poluente e danoso ao ambiente. A mineração provoca desmatamento. Além disso, algumas substâncias usadas na lavra são altamente tóxicas. É o caso do mercúrio utilizado na lavra do ouro, por exemplo, freqüentemente contamina os cursos d’água e o solo por longos períodos. A lavagem de minerais pesados, como a cassiterita, provoca o assoreamento de rios com enormes volumes de outras substâncias minerais.
Freqüentemente, a extração mineral também provoca impacto em escala global. A indústria extrativa necessita de muita energia. Se a usina geradora de energia for termoelétrica, por exemplo, a queima de combustível fóssil aumenta a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, causando impacto em escala global.
A BR-163 é uma das estradas mais polêmica da atualidade: conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém, esta rodovia corta a Floresta Amazônica em 1500 km e necessita ser pavimentada para se transformar num corredor de exportação da soja cultivada no Mato Grosso, que poderia ser escoada pelo terminal portuário de Santarém. Por sua vez, os ambientalistas criticam o projeto porque já se sabe que as rodovias construídas na Amazônia favorecem o escoamento de madeira e gado, responsáveis pelo acelerado desmatamento da Floresta.
Água: um recurso finito
Usualmente, a água é compreendida como um componente básico e abundante no planeta Terra, constantemente renovada por meio de um ciclo que mantém a troca permanente entre os reservatórios (oceanos, águas subterrâneas, rios, calotas glaciais) por meio da evaporação / transpiração, condensação / chuvas, infiltração / percolação (chuva que cai e escorre, ou seja, não exerce pressão sobre a superfície), dentre outros processos. Mas em função da poluição das águas e da distribuição profundamente desigual, tem crescido a idéia de que se trata de um recurso finito. Afinal, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável. Enquanto um habitante dos Estados Unidos consome em média 400 l de água, um habitante do Quênia não passa de 5 l diários. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o acesso à água é um direito de todo cidadão e estabelece 80 litros por habitante como o consumo mínimo diário para manter a saúde.
O mapa “Mundo: disponibilidade de água por habitante, 1950, 1995 e 2025”, da página 18 do caderno do aluno, apresenta o agravamento da escassez de água potável no planeta. No caso brasileiro, é importante lembrar que 60% dos recursos hídricos disponíveis estão localizados em regiões distantes dos grandes centros urbanos, como São Paulo.
A interferência humana no efeito estufa
A mídia tem dedicado grande atenção em relação ao aquecimento global. Em primeiro lugar, é preciso desmistificar e esclarecer alguns aspectos que envolvem a questão:
- gases existentes na atmosfera – como o vapor d’água, o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o ozônio (O3) – evitam a dispersão da energia solar, aquecendo a Terra;
- sem os chamados gases-estufa, a Terra seria muito fria e não existiria vida no planeta;
- de fato, as atividades humanas desenvolvidas nos últimos 100 anos, promovidas pela industrialização, expansão do agronegócio e crescimento das cidades, têm contribuído para a concentração de gases-estufa na atmosfera.
A tabela “Gases estufa”, da página 18 no caderno do aluno, detalha as fontes humanas que intensificam o efeito estufa, juntamente com a efetividade da absorção da energia solar por estes gases. Em termos de partículas por milhão, o dióxido de carbono é de longe o gás-estufa mais emitido pelas atividades humanas, uma vez que a matriz energética que moveu o processo de industrialização teve por base os combustíveis fósseis (estudado no 2º. bimestre). Os gases CFC têm um grande potencial de destruição das camadas de ozônio, que protegem a superfície terrestre dos raios ultravioleta e absorvem e conservam 10 mil vezes mais energia solar que o CO2.
Do Clube de Roma ao desenvolvimento sustentável
A preocupação internacional com os temas ambientais ganhou uma nova dimensão no início da década de 1970, com a fundação de organizações ambientalistas de atuação global (o Greenpeace, por exemplo, nasceu em 1971) e com a realização da 1ª Conferência da ONU dedicada às questões ambientais.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia) em 1972, foi fortemente influenciada pela teoria desenvolvida pelo Clube de Roma, um grupo formado no final da década de 1960 por cientistas, economistas e altos funcionários governamentais com a finalidade de interpretar o “sistema global”. De acordo com o pensamento deste grupo, sintetizado no relatório Os limites do crescimento, publicado em 1971, o planeta é um sistema finito de recursos naturais submetido às pressões do crescimento da população e da produção econômica. Portanto, para evitar o colapso iminente do “sistema global”, era preciso gerenciar globalmente o crescimento da população e da economia, de forma a alcançar um estado de equilíbrio dinâmico. Severas medidas de controle da natalidade, principalmente nos países pobres, e mudanças radicais nos modelos produtivos, com ênfase numa “economia de serviços”, eram as recomendações centrais desta escola de pensamento ecológico.
Duas décadas depois, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de Janeiro, ainda sentiu o impacto das teorias do Clube de Roma, principalmente sob a forma das abordagens e propostas apresentadas pelos países desenvolvidos. Mas, no intervalo entre elas, importantes transformações ocorreram, tanto nas sociedades como no debate ambiental. A ECO-92 foi, principalmente, palco da crítica às teorias do Clube de Roma.
Geografia - Questão Ambiental - Video
Os críticos do Clube de Roma não enfatizam o crescimento demográfico, mas os padrões de produção e consumo e as bases tecnológicas do desenvolvimento econômico. Sob esse ponto de vista, as principais ameaças ambientais de dimensão global residem na reprodução dos modelos econômicos dos países desenvolvidos. Esses modelos não seriam sustentáveis, em virtude do elevado consumo de recursos naturais, da geração de gases-estufa e rejeitos poluentes dos mais variados tipos. As idéias fundamentais do Clube de Roma preconizavam (recomendam com louvor) o controle sobre o crescimento da população (principalmente nos países pobres) e das economias. O planeta tem um estoque limitado de recursos e com capacidade igualmente limitada de sustentar a vida humana.
A ECO-92 vinculou meio ambiente e desenvolvimento. Ela foi dominada pelo conceito de desenvolvimento sustentável, divulgado inicialmente por meio do relatórioNosso futuro comum, assinado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU e publicado, originalmente, em 1987. Por oposição ao mero crescimento econômico, o desenvolvimento sustentável só existe quando são cumpridos os requisitos ambientais para a continuidade, através do tempo, dos padrões de produção e consumo desejados.
O relatório Nosso futuro comum atribui aos modelos econômicos de produção e consumo, amplamente adotados nos países ricos, a principal fatia da responsabilidade pela crise global. Nesta nova perspectiva, a crise ambiental é global, ou seja, afeta o conjunto do planeta, mas as responsabilidades são diferenciadas, cabendo a maior parcela aos países que consomem e / ou devastam a maior parte dos recursos naturais. Além disso, nos termos do relatório, limitar o crescimento das economias e da população não é o caminho para atingir um modelo de desenvolvimento sustentável: é preciso garantir a satisfação das necessidades humanas, no presente e no futuro. Algumas idéias centrais do relatório:
- O desenvolvimento sustentável só ocorre quando as necessidades do presente são atendidas de maneira a não comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades;
- O desenvolvimento sustentável implica a satisfação universal das necessidades essenciais. Para que isso ocorra, é preciso que haja crescimento econômico nas regiões onde tais necessidades não estão sendo atendidas; nas regiões onde elas já são atendidas, pode haver crescimento econômico desde que sejam respeitados os princípios de sustentabilidade ambiental. Mas o crescimento econômico só é compatível com o desenvolvimento sustentável se, ao mesmo tempo, aumenta o potencial de produção de riquezas e assegura que essas riquezas sejam usufruídas pelo conjunto da sociedade.
As convenções e tratados, lançados durante a ECO-92, buscavam transformar este princípio em planos de ação capazes de redimensionar os padrões de produção e consumo, sobretudo nos países ricos. Entre elas, estão a Convenção sobre mudanças climáticas e a Convenção da diversidade biológica. Além disso, todos os participantes se comprometeram com a Agenda 21, um vasto programa de ações de curto, médio e longo prazo destinado à recuperação dos ambientes degradados e à promoção da sustentabilidade ambiental.
As escalas do desenvolvimento sustentável
A sustentabilidade só pode ser alcançada se ela estiver na base de programas de ações globais, nacionais e locais. Na escala global envolve acordos multilaterais, por meio dos quais os governos assumem em conjunto metas e compromissos voltados a evitar a degradação do planeta e promover a satisfação das necessidades essenciais. A promoção do desenvolvimento sustentável exige ações, em escala global, porque os impactos ambientais não respeitam as fronteiras entre os países e nenhum país vai conseguir sozinho enfrentar a crise ambiental. Trata-se, portanto, de desenvolver o conceito de interdependência ecológica, que explica, por exemplo, que a poluição produzida em um país se torna um problema climático em outro. Por isso, são necessários os tratados e convenções internacionais sobre o ambiente. Na escala nacional envolve políticas que regulam e estruturam o uso dos recursos naturais: as convenções e as metas globais devem ser incorporadas e adaptadas por meio de políticas que regulem e estruturem o uso dos recursos naturais em todos os países do mundo. Afinal, apesar dos acordos internacionais, os governos nacionais são soberanos na gestão de seu patrimônio ambiental. Já na escala local, envolve um conjunto de práticas ambientalmente sustentáveis, que podem e devem ser adotadas por todos: a sustentabilidade não implica apenas os governos, mas só será efetiva se incorporada ao modo de vida de todas as pessoas. Portanto, o consumo responsável, a adoção de práticas cotidianas que visam minimizar a degradação ambiental, tais como a coleta seletiva de lixo e a reciclagem, e a conscientização sobre as questões ambientais são essenciais para a promoção da sustentabilidade.
Por isso, os programas e as ações voltados para cada uma dessas escalas são importantes.
A Convenção sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças climáticas
Considerando a escala global, os mais importantes tratados ambientais foram aprovados originalmente na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. São eles: aConvenção sobre diversidade biológica e a Convenção sobre mudanças climáticas.
A Convenção sobre diversidade biológica, hoje aceita por mais de 160 países, é uma tentativa de frear a destruição acelerada das florestas pluviais tropicais que vem ocorrendo nas últimas décadas (veja o mapa “Florestas originais e florestas remanescentes”, da página 23 no caderno do aluno). Estima-se que estas florestas abriguem mais de 70% das espécies vegetais e animais conhecidas, o que justifica a preocupação internacional com o ritmo de desmatamento. A Convenção propõe metas internacionais de controle do desmatamento e da perda de espécies, mas reconhece o direito soberano dos Estados sobre os recursos biológicos existentes no território nacional. Entretanto, diversos movimentos ambientalistas argumentam que as florestas tropicais são patrimônio comum da humanidade, pois abrigam estoques biológicos valiosos e exercem influências climáticas planetárias. Por outro lado, para os países subdesenvolvidos nos quais se situa a maior parte destas florestas, a exploração de seus recursos pode ser essencial para a economia, gerando crescimento. A madeira das matas e os recursos minerais do subsolo, por exemplo, geram receitas de exportações. A construção de barragens e usinas, para aproveitamento das quedas d’água, é capaz de fornecer eletricidade para impulsionar as indústrias. As terras desmatadas podem dar origem a campos de cultivo, aumentando a produção de alimentos. Os países desenvolvidos querem que as florestas e o valioso patrimônio biológico que elas abrigam sejam preservados, mas muitas vezes, os países subdesenvolvidos não dispõem de capitais e tecnologias suficientes para usar, de modo não predatório, seus recursos florestais. Uma alternativa para a resolução deste impasse seria a transferência de tecnologias e de capitais dos países desenvolvidos para os países nos quais se localizam as florestas.
Na Convenção sobre mudanças climáticas, os países desenvolvidos comprometeram-se a congelar, até o ano 2000, as emissões de CO2, nos níveis registrados em 1990. Poucos anos após a adoção da Convenção, tornou-se claro que o compromisso de congelamento das emissões não seria cumprido pela maior parte dos países desenvolvidos, especialmente pelos Estados Unidos. Em 1997, o Protocolo de Kyoto foi anexado à Convenção, fixando para os países desenvolvidos uma meta de redução de 5% sobre os níveis de emissões de 1990, a ser atingida entre 2008 e 2012. Além disso, criou um sistema de comércio de créditos de emissões entre os países. Por enquanto, a meta de emissões é válida apenas para os países desenvolvidos, que passaram a ter duas opções: ou investem na redução das emissões ou compram de outros países os créditos de emissões (ou seja, o direito de lançar gases-estufa), que seriam comprados principalmente de países subdesenvolvidos. Para o início da vigência do Protocolo de Kyoto, foi estabelecido que seria necessária a ratificação (validação) de pelo menos 55 países, responsáveis por pelo menos 55% das emissões de CO2 produzidas pelo conjunto dos países desenvolvidos. Estas condições só foram atingidas em 2004, com a adesão da Rússia, e o Protocolo finalmente entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Porém, os Estados Unidos, principal emissor de gases-estufa do mundo, recusou os termos do Protocolo. Pelo menos, nesta fase, há uma relação entre o princípio da responsabilidade diferenciada, preconizada pelo relatórioNosso futuro comum e os termos do Protocolo de Kyoto: apenas os países desenvolvidos devem cumprir as metas de redução de emissão dos gases de efeito estufa, pois eles são os maiores responsáveis pela crise ambiental que assola o planeta.
A Agenda 21 brasileira
Além das Convenções, a ECO-92 também aprovou a Agenda 21, um programa de ações a ser adotado por todos os países a fim de recuperar os ambientes degradados e promover o desenvolvimento sustentável. No caso do Brasil, a Agenda 21 está estruturada em torno de cinco grandes dimensões e de vinte uma linhas estratégicas, apresentadas na tabela “Agenda 21 Brasil: dimensões e linhas estratégicas”, da página 26 no caderno do aluno. Estas dimensões são importantes para a promoção do desenvolvimento sustentável, pois o conceito de desenvolvimento sustentável é a expressão de estratégias econômicas destinadas a promover o crescimento da riqueza e a melhora das condições de vida através de modelos de crescimento capazes de evitar a degradação ambiental e a exaustão dos recursos naturais. Assim, o desenvolvimento sustentável admite o crescimento econômico, desde que ele cumpra os requisitos necessários à continuidade, através do tempo, dos padrões de produção e consumo desejados. A dimensão econômica, por exemplo, apresenta a idéia de que o combate à pobreza faz parte da promoção do desenvolvimento sustentável. Na linha político-institucional, as estratégias são voltadas à promoção da democratização dos processos decisórios. A busca do desenvolvimento sustentável não envolve apenas a dimensão ambiental, mais óbvia, mas diz respeito também às dimensões econômicas, sociais, políticas e educacionais. A própria abordagem destes temas em sala de aula faz parte da estratégia de promoção do desenvolvimento sustentável.
Alterações climáticas e desenvolvimento: análise do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008
Vamos analisar as informações e conclusões extraídas do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O combate às alterações climáticas que ocorrem em escala global é o tema principal deste relatório, que analisa a interferência humana sobre o efeito estufa e apresenta informações sobre os principais gases de efeito estufa, sobre o aumento das emissões e da concentração destes gases na atmosfera e sobre as atividades humanas responsáveis por este aumento. Vamos sistematizar seus conhecimentos a respeito das causas e das conseqüências deste fenômeno.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, que pode ser acessado na íntegra no site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, devido ao aumento da concentração de gases de efeito estufa, as temperaturas médias globais podem aumentar em mais de 5°C ainda no século XXI, se nenhuma providência for tomada.Gases de efeito estufa e aquecimento global
Algumas idéias centrais do relatório estão na página 28 do caderno do aluno. Vamos ler, observando as relações entre o modelo de produção e consumo vigente nos países ricos e a concentração de atividades emissoras de gases de efeito estufa nestes países. A pobreza e a falta de tecnologias tornam os países pobres mais vulneráveis às alterações climáticas.
Ao longo de sua história, a Terra tem sofrido oscilações entre períodos mais quentes e períodos mais frios, resultantes da atuação de diferentes forças naturais, tais como a atividade vulcânica e as mudanças na órbita do planeta. Porém, as alterações climáticas que estão ocorrendo desde meados do século XIX são demasiadamente rápidas e intensas para serem atribuídas aos ciclos naturais: somente nos últimos cem anos, a temperatura média da Terra aumentou em 0,7°C.
De acordo com a comunidade científica, existe uma probabilidade superior a 90% de que a maior parte deste aquecimento se deva aos gases de efeito estufa emitidos pelo homem. Os três gráficos “O aumento das emissões de CO2 está piorando os índices e fazendo subir as temperaturas”, da página 27 do caderno do aluno, reforçam essa tese, na medida em que sugerem uma relação entre o aumento da emissão e da concentração de CO2 na atmosfera e a elevação da temperatura global. Os registros climáticos revelam que 11 dos 12 anos mais quentes, desde 1850, ocorreram entre 1995 e 2007, reforçando a tese que vincula o aquecimento global à interferência humana – os picos de temperatura coincidem com os picos de concentração de CO2 na atmosfera.
A pegada de carbono
Já estudamos a importância do aumento da concentração de gás carbônico no processo de aquecimento das temperaturas atmosféricas globais do planeta. Devido a este fato, analisar a variação global das emissões de CO2 é uma maneira eficiente de medir a responsabilidade de cada país na alteração climática que afeta a todos.
Vamos interpretar o mapa “Registro da variação global das emissões de CO2” da página 29 no caderno do aluno. Identificamos os cinco maiores países emissores mundiais de CO2 em 2004: Estados Unidos, China, Federação Russa, Japão e Índia. A participação relativa destes países nas emissões globais, registradas em 2004, em relação ao total mundial é de 15,1 Gts de CO2 (soma da emissão de cada país), o que representa pouco mais de 52% do total das emissões mundiais de 2004. Entretanto, se considerarmos o tamanho das populações dos países e regiões, o panorama difere substancialmente. Dividindo-se a quantidade de emissões dos países pela sua população total, obtemos as emissões per capita. Este valor equivale a “pegada de carbono”, a responsabilidade efetiva de cada país ou região do globo nas emissões globais, ajustadas pelo tamanho de suas populações, ou seja, a quantidade per capita de CO2 emitida por cada um dos países ou regiões do globo.
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 apresenta alguns exemplos de desigualdades mundiais em termos de “pegadas de carbono”, que valem a pena serem analisados:
- o Reino Unido (60 milhões de habitantes) emite mais CO2 do que o Egito, a Nigéria, o Paquistão e o Vietnã em conjunto (população total de 472 milhões);
- o Texas, estado norte-americano com 23 milhões de habitantes, emite mais CO2 do que o conjunto dos países da África Subsaariana, que abriga 720 milhões de pessoas;
- os 19 milhões de pessoas que vivem no estado de Nova Iorque (Estados Unidos) têm uma “pegada de carbono” mais elevada que aquela deixada pelos 766 milhões de pessoas que vivem nos 50 países mais pobres do mundo.
Com apenas 15% da população mundial, os países ricos atingem 45% das emissões de CO2. As “pegadas de carbono” deixadas pelos países ricos tendem a ser mais profundas porque eles consomem a maior parte dos recursos energéticos, concentram a maior parte dos parques industriais e as maiores frotas de automóveis. Considerando as emissões per capita, ou seja, a “pegada de carbono”, a China apresenta valores que correspondem a cerca de 1/5 dos valores apresentados pelos Estados Unidos. Portanto, não é verdade que ambos os países possuam responsabilidade equivalente no que diz respeito às alterações climáticas. Estados Unidos, Canadá, China, Egito, Brasil, Vietnã, Índia, Nigéria e Bangladesh aumentaram suas emissões per capita entre 1990 e 2004 e apenas a Federação Russa, Reino Unido e a França reduziram suas “pegadas de carbono”.
Peru e México: a herança pré-colombiana
Um dos pontos turísticos mais visitados da América é a praça do centro da capital do México: Zócalo. Ali, a catedral católica permanece sustentada sobre as ruínas do templo mais importante de Tenochtitlán, a antiga capital dos astecas. Ao lado da igreja está o palácio do governo, situado sobre a residência de Cuauhtémoc, o chefe asteca morto pelo espanhol Hernán Cortés, quando Tenochtitlán foi conquistada, em 1521. Assim como a capital asteca, Cuzco, no Peru, teve destino semelhante, sendo dominada pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro. Na guerra de conquista, Pizarro mandou executar o imperador inca Atahualpa, fundir os abundantes metais preciosos em barras e atear fogo em tudo o que estivesse pela frente.
Apesar do violento processo de ocupação dos conquistadores europeus, a colossal arquitetura das civilizações que se desenvolveram na América pré-colombiana não foi totalmente destruída. Vamos utilizar esse rico acervo para estudar a presença de elementos (obras e acontecimentos) do passado na dinâmica da vida atual.
Um acervo de figuras pode auxiliar na compreensão da formação da Cidade da México. Quem visita Zócalo, a praça central da cidade, observa as escavações do que sobrou do antigo templo asteca, denominado Templo Mayor. Nesse local há um museu com a reprodução da antiga cidade asteca .
Tenochtitlán era uma cidade impressionante. As crônicas dos conquistadores descrevem uma cidade com mais de 300 mil habitantes, maior do que a grande parte das cidades européias do século XVI. Como Tenochtitlán estava situada numa ilha do lago Texcoco, onde se cruzavam diversos canais, poderia ser considerada uma Veneza do Novo Mundo.
A Cidade do México cresceu sobre o antigo lago Texcoco. A única explicação para isso é o aterramento do fundo do lago, um processo é bem antigo, como no caso das chinampas (trecho na parte superior do mapa com símbolo que parece um acento circunflexo), utilizadas desde a época dos astecas para uso agrícola. Evidentemente, a expansão da cidade moderna também gerou aterros para a construção de loteamentos.
A herança das comunidades indígenas
Assim como a civilização asteca é resultado do desenvolvimento cultural de povos que viveram na área do atual México, os incas herdaram a cultura dos habitantes dos altiplanos andinos.
Vamos assistir ao filme “Reino nas nuvens”, da série Terras Místicas. Produzido em 1997 pela empresa canadense The Duncan Group, dura cerca de 25 minutos. Por meio do relato da construção de Machu Picchu, anotem dados a respeito da história do império inca e da herança cultural deixada às comunidades indígenas atuais.
Não se sabe ao certo por que Machu Picchu foi erguida, pelos incas, a 2 800 metros acima do nível do mar e distante 112 quilômetros de Cuzco, capital do império inca. Trata-se de um lugar de difícil acesso e, ao mesmo tempo, majestoso e complexo. Entre as hipóteses admitidas pelos pesquisadores, pode-se destacar:
1. era uma cidade estratégica fortificada na fronteira de uma região com povos belicosos (que gosta de guerra);
2. era uma espécie de convento para acolher as mulheres escolhidas pelo imperador;
3. era um centro de estudos astronômicos e de culto aos astros.
As características culturais da civilização inca são as técnicas construtivas avançadas dos incas, seus sistemas de cultivo em terraços e a sofisticação do artesanato.
Muitas comunidades indígenas da Cordilheira dos Andes vivem no meio rural, preservando esses valores culturais, como antigas práticas agrícolas e a destreza nos trabalhos artesanais.
A diversidade cultural por meio de gráficos
Em virtude do violento processo de dominação do continente americano pelos colonizadores europeus, a população nativa foi dizimada e, em muitas regiões, praticamente extinta. No final do século XX, os povos indígenas representam cerca de 8% da população da América Latina.
Em termos absolutos, apesar de a maior parte da população da Bolívia ser indígena, o México apresenta o maior contingente de representantes ameríndios (índios americanos). Os países que apresentam maior porcentagem de população indígena são o México, a Guatemala, o Peru, o Equador e a Bolívia que, do ponto de vista da Geografia Física, apresentam cordilheiras montanhosas em comum.
A distribuição da população indígena na América Latina é muito desigual. O altiplano das cordilheiras montanhosas da América Latina foi o centro das civilizações pré-colombianas, aglomerando um contingente populacional maior do que o das planícies costeiras. Os adensados núcleos de povoamento ameríndio foram transformados em reserva de mão de obra pelos colonizadores espanhóis.
Brasil e Argentina: as correntes de povoamento
Vamos construir o conceito de formação territorial por meio da análise do processo de povoamento e valorização do espaço brasileiro e do argentino. Os países e seus territórios resultam de processos históricos, muitas vezes, bastante diferentes entre si. O Brasil é o único tributário do domínio português sobre grandes extensões de terras situadas na América; a Argentina, por seu turno, nasceu da desagregação do vasto império espanhol na América. Os vetores de apropriação e valorização de ambos os territórios são expressões dessa diferença crucial.
Começaremos pelos dados relativos à densidade demográfica do Brasil e da Argentina.
Densidade demográfica é a medida do grau de concentração populacional em determinada área, dada pelo quociente entre a população absoluta e a sua extensão territorial.
densidade demográfica = população absoluta dividida pela área
|
Dividindo-se a população brasileira (183.987.291 habitantes em 2007) pela extensão territorial do país (8.514.877 km2), obtemos uma densidade demográfica média de 21,6 hab./km2, relativamente baixa para os padrões mundiais. A população brasileira não é uniformemente distribuída pelo território do país. A tabela serve como elemento para essa explicação.
De acordo a tabela “Brasil: população e densidade demográfica, por estado”, ( consulte caderno do aluno ), Roraima é a única Unidade da Federação com densidade demográfica inferior a 2 hab./km2, em 2007, enquanto Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Alagoas apresentam densidades demográficas superiores a 100 hab./km2no mesmo ano. A elevada densidade demográfica do Distrito Federal é relativamente fácil de explicar, já que ele ocupa uma área relativamente pequena. Os Estados da Região Norte apresentam densidades demográficas bastante inferiores à média nacional. É importante também destacar que, no Brasil, as maiores densidades demográficas estão localizadas nas proximidades do litoral, devido à história de povoamento do país. Como se sabe, a colonização portuguesa priorizou principalmente a exploração da faixa litorânea, gerando uma apropriação esparsa e desigual do interior.
Os movimentos colonizadores no século XVI
Utilizaremos documentos cartográficos para analisarmos os vetores da expansão colonial portuguesa e espanhola na América do Sul entre os séculos XVI e XVIII, em especial nos territórios que mais tarde viriam a pertencer ao Brasil e à Argentina.
O mapa “Américas do Sul e Central: rotas de colonização”, ( consulte caderno do aluno ), destaca as rotas de colonização na América Portuguesa e na América Hispânica nos séculos referidos. Desde 1549, a América Portuguesa dispunha de um governador-geral nomeado pelo rei, que recebia poderes de fiscalização e defesa sobre o conjunto do território colonial lusitano da América. No caso da América Hispânica, a administração foi descentralizada desde o início, e as possessões coloniais divididas em vice-reinados e capitanias. O núcleo da colonização espanhola era formado pelas principais áreas andinas de mineração, situadas no Peru e no Alto Peru (em especial Potosí, atual Bolívia). O porto de Buenos Aires, no estuário do Rio da Prata, funcionava como elo entre as zonas mineiras andinas e os mercados europeus, escoando principalmente a prata contrabandeada para a Inglaterra e para a Holanda e recebendo, destes países, manufaturas que também penetravam ilegalmente nas possessões coloniais espanholas.
Analisando as rotas de colonização portuguesas e espanholas, percebemos que, na América Portuguesa, todas as rotas de colonização tinham início no litoral atlântico, enquanto na América Hispânica existiam fluxos importantes nas duas direções: do Atlântico para as regiões mineradoras e das regiões mineradoras para o Atlântico.
O povoamento no século XIX e suas consequências
A Argentina proclamou sua independência em 1816, e o Brasil, em 1822. No momento da independência, nenhum dos dois países tinha se apropriado efetivamente de seus territórios. Na Argentina, apenas um terço do território era ocupado pelos herdeiros dos colonizadores, a maior parte ainda estava sob controle das populações indígenas, com as quais o país recém-independente mantinha relações conflituosas. A capital, Buenos Aires, centralizava as relações comerciais do país com o exterior, pois era o único porto internacional. No Brasil, as áreas povoadas pelos herdeiros dos colonizadores portugueses equivaliam a cerca de metade do território, mas já existiam diversas cidades portuárias importantes, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador. No Brasil, as maiores densidades demográficas estão localizadas nas proximidades do litoral, enquanto na Argentina, apesar da forte concentração populacional na capital, Buenos Aires (onde vive cerca de um terço da população do país), existem manchas significativas de maiores densidades demográficas situadas na porção central e oriental do território.
Se observarmos os mapas “Brasil: povoamento no início do século XIX”, ( consulte caderno do aluno ), e “Argentina: povoamento no início do século XIX”, conferimos que o território luso-brasileiro foi ocupado da costa para o interior, o que conferiu ao Brasil um caráter de povoamento predominanteniente litorâneo e certa continuidade espacial. A Argentina, por sua vez, foi ocupada a partir de seus extremos, o Noroeste e o Rio da Prata, e de um movimento colonizador secundário a partir do Oeste.
Colômbia e Venezuela: entre os Andes e o Caribe
Neste capítulo focalizaremos as diferentes formas de apropriação do espaço colombiano e venezuelano. No primeiro caso, a área mais dinâmica do ponto de vista das atividades econômicas e da concentração populacional situa-se na zona da Cordilheira dos Andes, que centralizava as atividades mineradoras no período colonial. No que diz respeito à Venezuela, a valorização do litoral é tributária das relações com o Mar do Caribe e foi reforçada pelo estabelecimento da economia petroleira, a partir das primeiras décadas do século XX.
Durante o período colonial, Colômbia e Venezuela integraram, junto com os atuais Panamá e Equador, o vice-reinado de Nova Granada. Os altiplanos colombianos abrigaram o mais importante núcleo econômico do vice-reinado, graças à presença de metais preciosos. Santa Fé de Bogotá, a capital, situada a 2 600 metros de altitude, era o centro da região mineira de Nova Granada.
A Venezuela, pobre em ouro e prata, foi considerada uma área marginal durante os primeiros tempos da colonização. A implantação hispânica no território que atualmente pertence à Venezuela se restringiu à captura de indígenas e à pecuária, atividades direcionadas para o consumo nas regiões mineradoras da Colômbia. Os poucos produtos agrícolas da região eram comercializados pelos navios contrabandistas que atuavam no Mar do Caribe.
Assim, desde a origem, os altiplanos andinos foram o núcleo de povoamento da Colômbia. A Venezuela, ou "pequena Veneza", nasceu voltada para o Mar do Caribe e teria seu destino ligado ao mar. Após a independência, os altiplanos andinos da Colômbia seriam ocupados, sobretudo, pelas culturas de exportação, em especial o café, enquanto o Centro-Norte costeiro da Venezuela experimentaria uma valorização inédita com a descoberta e a exploração das imensas reservas petrolíferas existentes no país.
As três principais cidades venezuelanas, Caracas, Maracaibo e Valência, localizam-se na porção setentrional do país, nas proximidades da costa. E as três principais cidades colombianas, Bogotá, Cali e Medellín, estão no sistema montanhoso formado pelas bifurcações da Cordilheira dos Andes em território colombiano.
Na Colômbia, as maiores densidades demográficas situam-se nos sistemas montanhosos, e, secundariamente, nas proximidades dos portos que conectam o país ao Oceano Pacífico. Na Venezuela, as maiores densidades demográficas situam-se na porção setentrional, ao longo da faixa costeira. Em ambos os países, as menores densidades demográficas situam-se na Amazônia, que inclui a faixa de fronteira com o território brasileiro.
Os contrastes de Caracas
Para finalizar, vamos assistir ao filme “Um olhar sobre Caracas”, produção francesa com cerca de 20 minutos de duração, que pertence ao acervo da TV Escola. O filme analisa o cotidiano dos moradores e os contrastes sociais que fazem parte da paisagem da cidade. Após a exibição, produzam um texto sobre o filme, em forma de crítica jornalística. A crítica é um tipo de texto que descreve um objeto cultural, como um filme ou um livro, ressaltando suas particularidades e seus aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um tipo de texto argumentativo, pois o autor deve apresentar argumentos que fundamentem sua opinião a respeito do objeto analisado.
Haiti e Cuba: as revoluções
A escolha de Haiti e de Cuba tem como objetivo a discussão das alternativas de desenvolvimento independente dos países latino-americanos. Apesar de o Haiti ser resultado da primeira grande revolução americana de escravos, que culminou com a formação do país em 1804, a sociedade local não conseguiu romper as amarras de uma estrutura conservadora de poder, que manteve o controle centralizado do Estado e da propriedade privada.
Por sua vez, a radicalização da revolução cubana rumo ao socialismo pode ser relacionada à tentativa de intervenção militar frustrada (desembarque na Baía dos Porcos, em 1961) e ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, desde 1962 - que provocou o isolamento do país no continente.
Tendo em vista as características específicas dessas revoluções populares, vamos refletir a respeito das perspectivas de desenvolvimento regional, comparar esses diferentes processos e utilizar diversos indicadores socioeconômicos de forma a elaborar a sua própria síntese.
Como introdução, uma linha do tempo com os principais acontecimentos relacionados às revoluções de Haiti e de Cuba ( consulte caderno do aluno) . Tal forma de representação gráfica é de interesse da Geografia, na medida em que promove o exercício de lidar com escalas de proporcionalidade entre fatos ocorridos no decorrer do tempo e o espaço da representação na folha de papel.
Com base nas duas linhas do tempo, podemos estabelecer individualmente comparações entre Haiti e Cuba:
- Semelhanças entre Haiti e Cuba
- Ilhas localizadas no Mar do Caribe, conquistadas por Colombo no final do século XV;
- Exploração pelos colonizadores europeus para a produção da cana-de-açúcar, cuja mão de obra era baseada no trabalho escravo africano;
- Ocupação dos Estados Unidos da América, que exerceram controle sobre a região a partir do final do século XIX;
- Domínio de ditaduras por longos períodos e ausência de tradição democrática.
- Diferenças entre Haiti e Cuba
- A revolução popular no Haiti antecedeu a revolução cubana em mais de 50 anos, mas não conseguiu romper as estruturas de poder da elite local;
- Aproximando-se do modelo soviético, a revolução cubana radicalizou-se na proporção em que os Estados Unidos da América impunham sanções econômicas ao país;
- O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991, provocou uma crise econômica profunda em Cuba, mas o país está se recuperando com o desenvolvimento de novos setores econômicos, como o turismo. As perspectivas do Haiti são sombrias. As instituições do Estado estão destruídas e a população passa por problemas gravíssimos, como a fome.
A língua oficial do Haiti é o francês e de Cuba, o espanhol. A língua na América Latina é bem diversificada, em função do passado colonial, já que a maior parte dos países adotou a língua dos colonizadores:
- Espanhol: Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela;
- Francês: Haiti;
- Holandês: Suriname, Antilhas Holandesas;
- Inglês: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago;
- Português: Brasil.
Alguns países possuem mais do que uma língua oficial, como o Haiti (francês e crioulo), Bolívia e Peru (espanhol e quíchua).
Indicadores sociais e de Cuba e Haiti
Para aprofundar o conhecimento dos países do Mar do Caribe, explore um mapa político da região em um atlas geográfico escolar. Observe o mapa político da América Central.
Podemos dividir a América Central em dois blocos de países: continentais e insulares (ilhas). Os países da América Central continental são Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá e os insulares são Bahamas, Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e os países das pequenas Antilhas. A região é banhada pelo Mar das Antilhas ou Mar do Caribe. Cuba está localizada ao sul do Trópico de Câncer, separada dos Estados Unidos da América apenas pelo Estreito da Flórida. O país está localizado a sudoeste das Bahamas, a noroeste do Haiti e ao norte da Jamaica. Com relação ao Haiti, o país divide a Ilha Hispaniola com a República Dominicana. A República Dominicana, na porção oriental, formou-se a partir da colonização espanhola. O Haiti, na porção ocidental, formou-se a partir da colonização francesa e da revolta dos escravos.
Analise a situação social e econômica de Cuba e do Haiti, comparando estes países com os seus vizinhos da América Central, baseando-se em alguns indicadores apresentados na tabela “América Central: alguns indicadores”, ( consulte caderno do aluno) .
Antes, vamos conceituar os seguintes indicadores:
- Produto Interno Bruto (PIB): valor total da riqueza produzida em um país, calculado geralmente no período de um ano. São considerados os bens (automóveis, geladeiras, televisores, produtos agrícolas e industriais etc.), serviços (bancos, hospitais, escolas etc.) e atividades comerciais realizadas dentro do país por empresas nacionais e estrangeiras;
- PIB per capita: calculado dividindo-se o valor total da riqueza produzida no país pelo número de habitantes;
- Expectativa de vida ou esperança de vida: estimativa do tempo de vida da população do país, em linhas gerais, caso sejam mantidas as condições atuais;
- Taxa de adultos analfabetos: calculada a partir do total da população acima de 15 anos que não sabe ler nem escrever. Evidentemente, tal condição resulta num processo de exclusão cultural e reflete as condições de vida da população;
- População Economicamente Ativa (PEA): calculada considerando-se o total da população entre 15 e 60 anos, representando a força de trabalho existente no país.
A partir da análise, podemos concluir que estamos trabalhando com dois países em posições extremas. Cuba é o país com a melhor situação social e econômica da região, enquanto o Haiti é o país mais pobre e com piores índices socioeconômicos.
A situação política de Cuba e Haiti
Vamos analisar as características da economia do Haiti e de Cuba em trechos de dois artigos publicados, em abril de 2008, no jornal Folha de S.Paulo: “Protestos contra a fome crescem no Haiti” e “Cubanos absorvem discurso da mudança sem loucuras”, nas páginas 30 e 31 do caderno do aluno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário