terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Estabelecidos e Out - Siders , nas Torcidas Organizadas - TEXTO 2º ANO

ESTABELECIDOS E OUTSIDERS NAS TORCIDAS ORGANIZADAS


O desconforto causado na sociedade pelas atitudes violentas das Torcidas Organizadas de futebol é um fato que vem ocorrendo com relativa freqüência nos estádios paranaenses, principalmente no final da década de 90 e início do século XXI. Objeto de interesse nas pesquisas das Ciências Sociais, os conflitos entre torcedores são analisados em diversas situações, sob vários aspectos e à luz de diferentes teorias, com o intuito de buscar a compreensão sobre este processo de construção da violência, que tantos prejuízos traz à comunidade. Este trabalho tem como objetivo analisar uma das configurações menos comuns de confronto entre facções de torcedores: A violência entre duas Torcidas Organizadas de uma mesma equipe de futebol. Para o desenvolvimento desta análise, optou-se pela investigação da briga entre as torcidas Os Fanáticos e Ultras, ambas do Clube Atlético Paranaense, ocorrida no dia 04 de outubro de 2000, momentos antes de uma partida contra o Guarani Esporte Clube, válida pela Copa João Havelange.

Observa-se que as Torcidas Organizadas lutam pelo controle do poder no local onde estão inseridas e que esta luta é normalmente desempenhada através da violência, verbal e física, contra seus oponentes, normalmente torcedores de equipes adversárias. Não obstante, pergunta-se: como ocorre o processo que leva à geração de conflitos entre duas facções, aparentemente semelhantes em suas características sociais gerais, inclusive sendo torcedoras de uma mesma equipe de futebol? Para compreender este processo, além de suas aparentes causas superficiais, procurou-se na leitura de Norbert Elias, mais precisamente em seu trabalho “Os Estabelecidos e os Outsiders”, embasamento teórico que auxiliasse na compreensão deste fenômeno. Acredita-se que este estudo de Elias encaixa-se peculiarmente nesta proposta de pesquisa e dará suporte teórico necessário à investigação.

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE AS TORCIDAS À LUZ DA TEORIA DE ELIAS

Na obra “Os Estabelecidos e os Outsiders”, Elias investiga dois grupos de moradores de uma cidade, que não possuem diferenças de nacionalidade, ascendência étnica ou cor da pele, nem tampouco de ocupação, renda ou nível educacional. O que difere os dois grupos é o tempo de residência no local, ou seja, um grupo encontra-se instalado na região há algumas gerações, enquanto que o outro é formado por recém-chegados; motivo suficiente para que o primeiro grupo não aceite o segundo. Esta configuração é também encontrada na relação entre as duas torcidas organizadas do Clube Atlético Paranaense.

A Torcida Organizada Os Fanáticos, fundada em 24 de outubro de 1977, adquire com o passar dos anos a característica de ser a única torcida organizada do Clube Atlético Paranaense. Em meados dos anos 90 a torcida organizada já é legalmente registrada com registro de estatuto, C.G.C, registro de marcas e patentes, entre outros, construindo inclusive uma sede própria e fundando a Associação Recreativa Torcida Organizada Os Fanáticos. Reconhecida pela presença em todos os jogos do Atlético, a torcida tornou-se notável e marcante pelo irrestrito apoio à equipe paranaense.

Em 1992, surge a Associação Independente Ultras do Atlético. Por ser uma torcida organizada com uma história recente e um efetivo muito menor de associados, em comparação à Os Fanáticos, a Ultras sempre foi caracterizada pela imprensa e torcedores, como a segunda torcida organizada do Atlético. Porém mesmo com esse rótulo, sua presença passa a caracterizar uma disputa pelo status de incentivadora fiel da equipe paranaense.

Apesar de torcerem por uma mesma equipe, a separação entre as duas torcidas sempre foi evidente. Tal fato é reconhecido quando observa-se a disposição das torcidas no estádio e suas condutas durante os jogos. As duas torcidas posicionavam-se em locais pré-estabelecidos, uma afastada da outra. Salienta-se ainda que o local onde Os Fanáticos instalam-se é claramente mais confortável e de melhor visibilidade com relação ao campo de jogo, do que o espaço onde a Ultras alocava-se. Acontecimento semelhante é percebido na obra de Elias, quando o autor comenta sobre a área de Winston Parva onde residiam os outsiders:

“Os antigos residentes diziam que essa área não fora desenvolvida por Charles Wilson por ser pantanosa e infestada de ratos; e, como veremos, os “aldeões” continuaram a se referir a ela como “beco dos ratos”. Um entrevistado, membro do conselho municipal, lembrou-se de que os moradores ilustres da “aldeia” haviam protestado junto ao conselho conta o aproveitamento dessa área vizinha a suas terras.”

Percebe-se que escolha de um bom espaço, tanto no Estádio Joaquim Américo , quanto em Winston Parva, dá-se pelo tempo de estabelecimento no local, que caracteriza a detenção do poder e a discriminação a quem não pertence ao grupo estabelecido. Neste contexto, torna-se natural a situação dos estabelecidos, de ocuparem os melhores lugares e não permitirem aos outsiders o mesmo direito.

O FATO NORTEADOR DA PESQUISA E SUA INTERPRETAÇÃO

Em 04 de outubro de 2000, momentos antes do jogo entre o Clube Atlético Paranaense e o Guarani Esporte Clube, válido pela Copa João Havelange, ocorreu o fato que norteia esta análise. Um jogo normal do campeonato, em que a equipe paranaense encontrava-se numa posição intermediária de classificação e que não demonstrava nenhum risco aparente de brigas entre torcedores. Porém, momentos antes do início da partida, ocorre uma discussão pelo espaço destinado às faixas das torcidas organizadas, como observa a nota do jornal local: “Cinco minutos antes de começar a partida, as duas facções de torcedores do Atlético, a ‘Ultras’ e ‘Os Fanáticos’, começaram a brigar por motivo fútil: o melhor posicionamento de faixas dentro do estádio”.

O desentendimento citado toma a dimensão de um confronto de gangues, levando, inclusive, ao ferimento de um torcedor de Os Fanáticos, por um golpe de faca, desferido por um torcedor da Ultras. A reportagem abaixo descreve o fato:

“Uma vergonha. Num tempo em que todo mundo fala em paz no futebol, a Torcida Organizada Os Fanáticos deu o pior exemplo possível, ontem, nas arquibancadas da Arena da Baixada. Uma pancadaria sem tamanho, na curva de fundos, antes mesmo de a bola rolar. Numa atitude pretensiosa e totalmente desprovida de educação, alguns integrantes da torcida avançaram sobre a outra facção do Rubro-Negro, a Ultras, que estava colocando uma sua no lugar, como se estivessem tomando posse de uma terra improdutiva. O ato ridículo, aos olhos dos presentes, foi rechaçado pelos demais torcedores que estavam na Baixada, que responderam com vaias. Achando-se os donos razão, os integrantes da organizada reagiram com gritos de guerra, que não merecem reprodução em qualquer mídia.”

Talvez analisar atos de violência entre torcidas de um mesmo clube seja complicado, considerando que se está acostumado a presenciar brigas entre torcidas de times rivais. Todavia esse peculiar caso deixa-nos traçar alguns paralelos com as escritas elisianas. Em “Os Estabelecidos e os Outsiders”, Norbert Elias, ao descrever o cotidiano de Winston Parva, relata:

“Não havia diferenças de nacionalidade, ascendência étnica, “cor” ou “raça” entre os residentes das duas áreas, e eles tampouco diferiam quanto ao seu tipo de ocupação, sua renda e ser nível educacional – em suma, quanto a sua classe social. As duas eram áreas de trabalhadores. A única diferença entre elas era a que já foi mencionada: um grupo compunha-se de antigos residentes, instalados na região havia duas ou três gerações, e o outro era formado por recém-chegados.”

As torcidas analisadas neste trabalho possuem entre si características semelhantes às existentes entre os grupos estudados por Elias. Os dois grupos são formados por jovens de mesmo nível sócio-econômico e intelectual, residentes basicamente em bairros de periferia. As diferenças entre os componentes dos grupos são desconsideráveis, porém entre os grupos, um parâmetro é diferenciador: o tempo de existência como torcida organizada do clube. Esta diferença torna Os Fanáticos o grupo estabelecido, que considera os sócios da Ultras como outsiders.

Em Winston Parva, como nas torcidas organizadas a exclusão e/ou a agressão se deve ao medo de que o grupo outsider venha a ter o domínio do poder, deixando os estabelecidos submetidos aos novatos. Essa relação conforme Elias, torna-se normal nestes grupos, ficando difícil achar-se os culpados:

“Podemos ficar tentados em por a culpa pelas tensões entre os residentes antigos e novos no outro lado. Na verdade, no estado atual de nossas técnicas sociais, essas tensões eram o concomitante normal de um processo durante o qual dois grupos antes independentes tornam-se interdependentes. Se considerarmos a configuração resultante da recém-criada interdependência, na condição de vizinhos e membros de uma mesma comunidade, de grupos que eram estranhos entre si, poderemos ver como teria sido difícil evitar as tensões. [...] Em regra, tais comunidades temem que os novatos não se adaptem às suas normas e crenças; esperam que eles se submetam às suas formas de controle social e demonstrem, de modo geral, a disposição de “se enquadrar”.

O grupo estabelecido enxerga o outsider como alguém que vem atrapalhar ou incomodar a ordem já estabelecida do local e que é incapaz de merecer os mesmos direitos e a consideração do primeiro. E este pensamento é reforçado pelo forte poder de coesão e controle exercido por um grupo estabelecido, que induz seus indivíduos a não abrirem espaço para a relação com pessoas que não façam parte deste grupo. Esta discriminação é resultado de uma cultura que é formada de uma forma arbitrária e que responde aos interesses de poder de quem está no comando dos grupos. Desta forma mantém-se garantido o domínio das ações em determinado espaço de convivência.

Não se trata de justapor um modelo, ou criar uma situação de causa e efeito entre as torcidas, mas, a partir de uma situação empírica, buscou-se compreender a dinâmica existente nas arquibancadas dos campos de futebol e que acabaram resultando em um processo de exclusão no qual a torcida mais antiga acaba se considerando estabelecida e com isto gozando de todos os direitos a ela atribuída (melhor local no estádio, maior, mais poderosa). E quando os mais novos não assumem o seu lugar de outsiders ( inferiores, excluídos), esta situação é resolvida através de uma forma rudimentar de se conseguir o poder, ou seja, pela força.

Quando este tipo de situação de falta de controle ocorre, as conseqüências são inimagináveis. No caso estudado, especificamente, ocorreu a extinção da torcida mais nova, o que permite afirmar, ou quem sabe confirmar, uma certa hegemonia do grupo que se considera estabelecido e que hoje permanece exclusivo nas arquibancadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Elias, Norbert. Os Estabelecidos e os Outsiders. 1ªed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.
Gonçalves, Moises. Liberado o autor das facadas. Tribuna do Paraná, Curitiba, 07 out. 2000. Caderno de Esportes.
Gonçalves, Moises.__________________________. Tribuna do Paraná, Curitiba,


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Senso Comum e Conhecimento Cientifico - TEXTO 1º ANO

Senso Comum e Conhecimento Científico

Vimos que o mito e a filosofia foram formas que o homem encontrou para enfocar, compreender e conhecer sua realidade. Isso ocorria à medida que ele procurava suprir suas necessidades, pois não há conhecimento que se realize fora da relação do homem com o mundo.
Sendo assim, qualquer tipo de conhecimento que o homem possui não é neutro ou desinteressado, mas construído sob uma perspectiva social, política e cultural e, portanto, histórica, ou seja, à medida que o homem se relaciona com os outros homens, ele adquire e constrói entendimentos sobre a realidade que o cerca. Neste processo de construção, o conhecimento que é produto de uma prática que se faz social e historicamente situada pode ser espontâneo ou de senso comum, cientifico e também filosófico.

Senso Comum : No seu dia-a-dia, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, não passam por baixo de escadas, porque acreditam que dá azar; se quebrarem um espelho, sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele “embatuma”, sabem também que a determinados pratos, feitos em banho-maria, devem acrescentar uma gotas de vinagre ou de limão, para que a vasilha de alumínio não fique escura. Como aprenderam essas informações? Elas foram sendo passadas de geração a geração. Elas não só foram assimiladas, mas também transformadas, contribuindo assim para a compreensão da realidade.

Assim, se o conhecimento é produto de uma pratica que se faz social e historicamente, todas as explicações para a vida, para as regras de comportamento social, para o trabalho, para os fenômenos da natureza, etc. passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e experimentamos. Todos estes elementos são assimilados ou transformados de forma espontânea. Por isso, raramente há questionamentos sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma determinada compreensão de mundo e não mais questionamos: tornamo-nos “conformistas de algum conformismo”.

São inúmeros os exemplos presentes na vida social, construídos pelo “ouvi dizer”, que formam uma visão de mundo fragmentada e assistemática. Mesmo assim, é uma forma usada pelo homem para tentar resolver seus problemas da vida cotidiana. Isso tudo é denominado de senso comum ou conhecimento espontâneo.

Portanto, podemos dizer que o senso comum é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência cientifica exige e sem questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo, uma vez que não possui uma postura crítica.


Senso comum, ciência e tecnocracia: ambiguidades e contradições ...




“Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto. E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com critica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando um método, uma critica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos”.Lara, Tiago Adão. Caminhos da razão no ocidente: a filosofia ocidental, do renascimento aos nossos dias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1993.

Porém, é importante destacar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento, pois o homem precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia-a-dia. Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos, e nem sempre os filhos dos psicólogos e pedagogos são mais bem educados.

O senso comum é ainda subjetivo ao permitir a expressão de sentimentos, opiniões e de valores pessoais quando observamos as coisas à nossa volta. Por exemplo:

a. se uma determinada pessoa não nos agrada, mesmo que ela tenha um grande valor profissional, torna-se difícil reconhecer este valor.

Neste caso, a antipatia por esta determinada pessoa nos impede de reconhecer a sua capacidade;

b. Os hindus consideram a vaca um animal sagrado, enquanto nós, ocidentais, concebemos este animal apenas como um fornecedor de carne, leite, etc. Por essa razão os consideramos ignorantes e ridículos,pois tendemos a julgar os povos que possuem uma cultura diferente da nossa a partir do nosso entendimento valorativo.

Levando-se em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso comum como sendo uma visão de mundo precária e fragmentada. Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção do conhecimento, ele deve ser superado por um conhecimento que o incorpore, que se estenda a uma concepção critica e coerente, e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como a ciência e a filosofia.

Conhecimento científico

Na unidade anterior, estudamos que a preocupação dos pensadores da Antiguidade Grega era buscar, por meio do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento conseguido por esses pensadores foi estabelecer vinculo entre ciência e filosofia, que perdurou até o inicio da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas, bem como toda a forma de produzir sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e cientifico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Física de Newton, a Astronomia de Galileu, etc.

Foi no inicio do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições até o planeta terra. O homem passou então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para controle de produção do conhecimento. Assim sendo, ciência e filosofia se separam.

Cardápio Pedagógico: SENSO COMUM...RODA DE LEITURA E CONVERSA

Portanto, podemos afirmar que o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos. Ele transformou-se numa pratica constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorâncias, por meio de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimentos e agir de forma mais segura.

Sendo assim o que diferencia o senso comum do conhecimento cientifico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão.
“Assim, são tarefas básicas para se construir ciência:

definir os termos com precisão, para não deixar margem à ambigüidade: cada conceito deve ter um conteúdo especifico e delimitado; não pode variar durante a analise (...); descrever e explicar com transparência, não incorrendo em complicações, ou seja, em linguagem hermética, dura, ininteligível (...);
distinguir com rigor facetas diversas, não emaranhar termos, clarear suposições possíveis, fugir à mistura de planos da realidade, não cair em confusão(...);procurar classificações nítidas, bem sistemáticas de tal sorte que o objeto apareça recortado sem perder muito de sua riqueza; impor certa ordem no tratamento do tema, de tal modo que seja claro o começo ou o ponto de partida (...)” Demo, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1995. p. 35.

Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la cientifica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar os dados e então testar suas hipóteses que poderão se transformar em leis e posteriormente em teorias que possam explicar e prever fenômenos.

Porem é fundamental registrar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas. Nesse caso, estaríamos refletindo sobre cientificismo e não ciência, mas tê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando, inclusive, no dizer de Karl Popper, que “o que prova que uma teoria é cientifica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”.

A ciência é, e continua a ser, uma aventura. A verdade da ciência não está unicamente na capitalização das verdades adquiridas, na verificação das teorias conhecidas, mas no caráter aberto da aventura que permite, melhor dizendo, que hoje exige a contestação das suas próprias estruturas de pensamento. Bronovski dizia que o conceito da ciência não é nem absoluto nem eterno. Talvez estejamos num momento critico em que o próprio conceito de ciência se esteja modificando.Morin, Edgar. Ciência com Consciência. Rio de Janeio: Bertrhand Brasil, 1996. p.16


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Atividades

1. Explique a diferença entre senso comum e conhecimento científico.

2. Qual a importância do senso comum e do conhecimento científico para a vida do homem?

3. Pergunte a pelo menos, dois profissionais que trabalham com produção cientifica qual o seu conceito de ciência. Explique o significado de cada conceito a partir das reflexões realizadas em sala de aula.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

TEXTO : 3ª Série SOCIOLOGIA E CRIMINALIDADE

Sociologia e Sociologia da Criminalidade

A Sociologia é uma das ciências sociais, cujo objeto de estudo é o ser humano e a sociedade.dentre as varias ciências sociais encontramos as seguintes: Antropologia, Política, Direito, Psicologia Social, economia, Historia, sociologia, entre outras.
A Sociologia é uma ciência social criada a partir das necessidades de se compreender os diversos aspectos, problemas e fenômenos referentes a sociedade. O termo Sociologia nasceu no final do século XIX, com o
estudioso francês Augusto Comte. A preocupação desse teórico era encontrar uma forma de estudar a saciedade, de modo que  oferecesse a credibilidade e fosse também capaz de responder as grandes questões da sociedade:  como organizar a sociedade, o desenvolvimentos, o comportamentos dos indivíduos e instituições,
a necessidade de regras e de normas, como planejar uma sociedade equilibrada, como resolver os conflitos, entre outros, foram temas de estudo de Comte.
Motivado pelas mudanças provocadas com a industrialização e com o capitalismo, Augusto Comte (1798-1857), pensador francês, percebe a necessidade de um estudo científico da sociedade. Esse teórico funda uma corrente de pensamento chamada de Positivismo, cujos fundamentos partem da análise da sociedade baseado nas ciências naturais como a física, a química, a biologia e a astronomia; nasce, nesse contexto, a Sociologia e as demais
ciências sociais: a antropologia, a política, a economia, dentre outras. O positivismo influencia significativamente as diversas áreas: a política, a economia, a saúde, a  cultura e a ciência, no Direito, nos estudos diversos, como no  caso da criminalidade e da violencia e a administração. Para Augusto Comte, a sociedade nasce simples e evolui para a forma mais complexa, sendo esta, a industrialização e a ciência.  Na Lei dos três estados, esse pensador  considera que  a sociedade é analisada , num primeiro momento, a partir da religião  estado teocentrico), em um segundo momento, utiliza uma maneira lógica a partir da metafísica ou da filosofia e, finalmente, a partir  da industrialização, tem-se a necessidade de  analisar a sociedade de maneira objetiva, isto é, positivista  ou científica. A sociologia surge, portanto, positivista. A sociologia nasce no sentido de oferecer condições aos
homens para que possam entender a sociedade em que vivem de maneira racional, questionadora e, assim, procurar conhecer as causas dos fenômenos sociais. 
Pensar sociologicamente é procurar compreender o contexto global que envolve o ser humano, onde quer que esteja. Deste modo, é possível buscar prever os possíveis problemas, planejar e executar ações precisas para resolver os conflitos e problemas que surgem ou que possam acontecer. 
O modelo positivista comteano foi influenciado pelo evolucionismo de Charles Darwim,  o qual via na teoria evolutiva uma forte interpretação da sociedade humana. A sociedade humana passou ser explicada, por teóricos de influência darwinista, considerando que no meio social estariam qualificados aqueles considerados mais aptos.; tal pensamento  gerou bastante 10 polemica, em função de  apresentar claramente um teor preconceituoso.
Comte considerava ainda que a  sociedade, inexoravelmente, destina-se ao progresso, todavia, este deveria vir junto com a ordem, isto é, nas instituições sociais: família, escola, empresa, religião, estado, estar exatamente presente a ordem. Assim, a ordem é indispensável para manter o equilíbrio social, o que  Comte associa ao elemento estático, de um lado e, de outro lado, temos  o elemento dinâmico, responsável pelo progresso. 
A Sociologia da Criminalidade O objeto central da Sociologia é o ser humano e suas diversas interações sociais; isto significa que é necessário, para se entender algum fenômenos social, que se  leve em consideração o seu
contexto global, isto é, os aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos, psicológicos, geográficos, entre outros. 
A sociologia da criminalidade é, portanto, um ramo da Sociologia, cujo objeto de estudo, como o próprio nome indica, é  estudar os fenômenos sociais como crime e violência.  A importância da Sociologia quanto ao crime e a violência está na possibilidade de oferecer subsídios teóricos e metodológicos, por meio de pesquisas sobre o  crime e a violência nos seus diversos aspectos.
Com base em pesquisas sociológicas tem-se a possibilidade de compreender os processos e mecanismos que levam a existência do crime na sociedade. Com isso, a Sociologia oferece condições para uma percepção mais segura quanto as questões que envolvem a criminalidade nas sociedades.  É, pois, a partir de estudos e pesquisas sociológicas que se podem planejar ações concretas para o controle da criminalidade e
da violência na sociedade.
Para estudar sobre crime na sociedade a sociologia trabalha com conceitos e teorias que permitam analisar criteriosamente o fenômeno em questão e, por sua vez, uma compreensão mais próxima possível da realidade como objeto de estudo. Dentre as teorias centrais da Sociologia que auxiliam nos estudos da violência e da criminalidade destacam-se positivismo, do  funcionalismo, o  interacionismo, a teoria de controle e a teoria do conflito.
O  positivismo influencia na analise do crime a partir da utilização de métodos e de técnicas quantitativas; de forma que procura mensurar o máximo possível tudo o que está relacionado ao fenômeno.
Identificar índices de violência, apontar as principais formas de crime e de violência, utilização de questionários, pesquisas por amostras, escalas e experimentos, são formas de estudos positivistas.
A percepção positivista quanto a violência e a criminalidade se pauta na lógica da ordem, da racionalidade. O crime é tido como uma conduta desviante, portanto adversa a sociedade. Nesse sentido, a idéia de controle social, a necessidade de instituições e de regras sociais, são fundamentais na lógica positivista para o enfrentamento do crime, por sua vez, para o equilíbrio social.  
Na linha positivista segue o funcionalismo, cuja teoria parte do principio de que a sociedade é um todo organizado, sendo que as partes são interdependentes. Nesse sentido, a sociedade é também vista como um grande organismo social, de modo que as 11 instituições sociais são as responsáveis pela harmonia e o equilíbrio do todo.
Conforme Giddens (2005, p.176) para “as teorias funcionalistas, o crime e o desvio são resultados de tensões
estruturais e de uma falta de  regulação social dentro da sociedade”. Na compreensão de Durkheim, um dos principais teóricos funcionalistas, o crime é normal nas sociedades, especialmente quando ficam mais complexas, tendo em vista o seu crescimento e desenvolvimento.
“Durkheim via o crime e o desvio como fatos sociais; acreditava  que ambos fossem elementos inevitáveis e
necessários nas sociedades modernas”, afirma Giddens (2005, p. 176).
Para o controle em relação ao crime, conforme a perspectiva durkheimiana, existem as instituições sociais, as quais são constituídas de regras e normas  para a sociedade. O Estado, por sua vez é a instituição principal para a harmonia social; para tanto, há o poder judiciário com o  seu aparato necessário para a contenção do crime e da violência. Segundo Giddens (2005, p. 177) a teoria interacionista, estuda o crime e o desvio ns tradição interacionista, de modo que  percebem o desvio como um fenômeno construído historicamente e rejeita a idéia de que haja tipos de conduta que sejam inerentemente desviantes”. ao  contrario, os interacionistas questionam a rotulação de indivíduos como desviantes.
Na concepção interacionista tem-se a noção apresentada por Sutherlan de que, em uma sociedade que contém uma variedade de subculturas, alguns ambientes sociais tendem a estimular atividades ilegais, ao passo que outros não. Dessa forma, “os indivíduos podem se tornar delinqüentes pela associação com outras pessoas que são portadoras de norma criminais”  (2005, p. 177).
A teoria da rotulação está inserida na interacionista e consiste numa forma de percepção da conduta desviante a partir do processo de interação entre desviantes e não-desviantes Para Giddens (2005, p. 178), o  sociólogo que se destaca na teoria da rotulação é Howard Becker, cuja idéia era de que “o comportamento desviante não é o fator determinante no tornar-se “desviante”. Há sim processos que não estão relacionados ao comportamento propriamente dito, mas que exercem grande influência ao se rotular ou não uma pessoa de desviante.” De acordo com Giddens (2005, p. 180),
A teoria do controle postula que o crime ocorre como resultado de um desequilíbrio entre os impulsos em direção à atividade criminosa e os controles sociais ou físicos que a detém. Interessase menos pelas motivações que os indivíduos possuem para executar os crimes Na perspectiva da teoria do conflito todos os indivíduos são
propensos a cometer algum tipo de crime, basta que a oportunidade, de acordo com as  situações nas quais as pessoas estejam, assim como, a ausência de algum tipo de controle. Conforme Hirsch (1969), citado por Giddens (2005, p. 180-81), “há quatro tipos de elos que ligam as pessoas à sociedade e 12ao comportamento que obedece  a lei: apego, compromisso, envolvimento e crença”.
Dentro da teoria do controle encontra-se a teoria das janelas quebradas”, que consiste numa forma de percepção a partir da idéia de que se uma janela quebrada não for consertada, supostamente  dará margem  para indivíduos desviantes entenderem tal fato como uma oportunidade para praticarem crimes. Isto porque nem a policia, nem mesmo os moradores se preocuparam com a  conservação. A idéia das janelas quebradas levou a policia a adotar a pratica da tolerância zero, no EUA, de modo a controlar duramente determinadas áreas da cidade de Nova York.
A teoria do conflito tem base no marxismo, de modo a rejeitar as teorias de desvio. No entendimento dos teóricos do conflito, “o desvio é uma escolha deliberada e, freqüentemente, de natureza política, rejeitando de que o desvio seja “determinado” por fatores como a biologia, a personalidade, a anomia, a desorganização social ou rótulos” (2005, p. 179).
A teoria do conflito critica o modelo capitalista de sociedade, de modo a perceber no capitalismo o principal culpado do aumento da criminalidade.
Atividades
1. Conceitue Sociologia da criminalidade e apresente sua compreensão sobre essa ciência e sua importância para a
sociedade.
2. Explique como o positivismo tem influenciado no estudo da criminalidade. Aponte exemplo.
3. Destaque as teorias centrais  que explicam a violência e a criminalidade e aponte suas semelhanças e diferenças
fundamentais
4. Elabore sua critica as teorias apontadas e justifique sua resposta com argumentos concretos. 

Para entender melhor ... assista o vídeo !!!





 


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

FEUDALISMO - texto 6ª Série

Feudalismo

 

( Servidão .impostos , taxas suserania e vassalagem ) Estudar o feudalismo é conhecer a fundo o modo como viviam as pessoas no período medieval. O feudalismo pode ser definido como um modo de produção, ou seja, a forma pela qual as pessoas faziam produtos necessários à sua sobrevivência. Também é entendido como um sistema de organização social, estabelecendo como as pessoas se relacionavam entre si e o lugar que cada uma delas deveria ocupar na comunidade. 

O feudalismo consolidou-se a partir do século 8 e teve seu período de maior desenvolvimento até o século 10. Depois disso, esse modelo de sociedade ainda sobreviveu em alguns reinos europeus até o século 15, no final da Idade Média. Mas, para entendermos como ele surgiu, é necessário voltarmos ao próprio início da época medieval.

O fim do Império Romano 

O marco do início da Idade Média foi a desagregação do Império romano do Ocidente, sediado em Roma, no século 5. Esse Império estava passando por sucessivas crises econômicas, devido à falta de escravos, e seu prestígio político declinava, devido a seu enfraquecimento militar e às invasões de povos bárbaros aos seus domínios.

Isolamento e proteção dos feudos

Assim, povos como os germanos (do Norte da Europa), os hunos (da Ásia), os vândalos (da África), além de húngaros e vikings (da Europa oriental) estavam atacando diversos pontos dos domínios romanos. Em 476, Odoacro, rei de um desses povos invasores, derrubou o imperador de Roma. A partir de então, os diversos povos, antes conquistados por Roma, passaram a se organizar em reinos, condados e povoados isolados, para se protegerem dos ataques dos estrangeiros. Esse isolamento também se estendia à área econômica, levando-os a manter basicamente uma produção para consumo próprio.

A população mais pobre, que vivia de trabalhos no campo, passou a submeter-se aos interesses dos poderosos de uma região, em troca de proteção contra esses ataques externos. Poder, no caso, significava a posse de armas e o comando de soldados. O estabelecimento dessa proteção dos mais poderosos aos pobres, em troca da lealdade, foi adotada pelos povos germanos, que foram dominando grande parte do extinto Império romano do ocidente. 

Com o passar dos séculos, os camponeses foram se tornando cada vez mais dependentes desses senhores. Assim, os trabalhadores do campo, além de entregarem os produtos que cultivavam aos seus protetores, passaram a dar-lhes suas terras e oferecerem seus serviços para outras atividades. Com isso, grande parte dos camponeses tornaram-se servos.

Servidão: uma escravidão mais branda

A servidão era uma espécie de escravidão mais branda, pois, ainda que os servos não fossem vendidos, estavam obrigados por toda a vida a entregarem produtos e prestarem serviços a seus senhores. Além disso, não eram proprietários das terras em que trabalhavam, pois estas lhes eram "emprestadas" pelos senhores. A servidão era transmitida dos pais para os filhos, assim como os títulos de nobreza também eram hereditários.

Por sua vez, os nobres poderosos eram os chamados senhores feudais. Tinham esse nome em função do tipo de propriedade que possuíam, os feudos. Estes eram extensas propriedades de terras, mantidas isoladas para garantir a proteção das pessoas que ali viviam dos ataques de inimigos externos. Essas unidades eram supridas com uma produção de alimentos quase auto-suficiente, ou seja, produzida pelos próprios moradores, na medida de suas necessidades de consumo.

No plano dessas relações servis, havia diversos tipos de impostos que os servos tinham que pagar aos seus senhores, incluindo também os serviços que prestavam a eles. Desse modo, no manso senhorial - que eram as terras do feudo de uso do senhor e representavam um terço da área total - os servos tinham que trabalhar vários dias por semana, numa prática chamada de corvéia.

Impostos e taxas do feudo

No manso servil - que eram as terras pertencentes ao feudo, de uso dos camponeses, mas não de sua propriedade - parte do que era produzido ia para o senhor feudal. Essa taxa ficou conhecida como talha. Como os senhores feudais não deixavam escapar nenhuma oportunidade de cobrança de taxas ou impostos, os servos também pagavam a banalidade, um imposto pelo uso dos fornos e moinhos que o senhor controlava. 

Havia também um pagamento relativo ao número de servos que moravam nos feudos, e era cobrado individualmente, "por cabeça" (ou em latim per capita): era a capitação. Por fim, o imposto da mão morta é uma demonstração cabal de até onde podia chegar a exploração dos senhores feudais sobre os servos, pois, além de herdar a servidão dos pais, quando estes morriam, os filhos ainda deveriam pagar mais essa taxa, para continuarem servindo ao mesmo senhor.

Mas não eram somente servos e senhores feudais que viviam em função dos feudos. Havia também homens livres e vilões (moradores de vilas, ou pequenas povoações). Estes eram pessoas pobres, que, para terem direito de plantar e colher em suas terras, trabalhavam também no manso senhorial, pagando ao senhor a corvéia.

Suserania e vassalagem

Os vilões e homens livres contribuíam com um outro imposto, o censo, baseado no número de indivíduos que compunham essa população livre. A novidade do censo é que ele era o único pago em dinheiro, já que todos os outros tributos consistiam em serviços ou produtos agrários. Isso evidencia o quanto era pequena a circulação de moedas na Europa, durante esse período.

Por fim, além do aspecto econômico dessas relações sociais, havia também práticas políticas e simbólicas dentro da sociedade medieval. Assim, os acordos entre os mais e os menos poderosos chamavam-se suserania vassalagem. Dessa forma, os pobres tornavam-se vassalos dos senhores, que, por sua vez, eram chamados de suseranos. Essas relações de proteção e lealdade também ocorriam dentro da nobreza, quando um nobre mais pobre se tornava vassalo de um senhor mais rico e de maior prestígio.

Havia vários ritos entre os nobres para celebrar esse pacto de fidelidade. No momento da assinatura do termo de doação de terras ou concessão de favores do suserano (senhor mais rico) ao vassalo (senhor mais pobre) um beijo entre os dois poderia selar o acordo, além de o vassalo ajoelhar-se perante o suserano. Podia-se receber também a investidura, que era um ramo de folhas ou outro objeto entregue pelo suserano ao vassalo. As investiduras funcionavam como símbolo das terras que a eles estavam sendo concedidas.

Org. Regis . Texto  de FernandaMachado  Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação




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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO SEC. XIX - 8ª Séries

Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX

 

Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes. Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo. 

Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias-primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos. Devido ao fato de possuírem os mesmo interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem comercialmente. O governo dos Estados Unidos, que já colonizava a América Latina, ao perceber a importância de Cuba no mercado mundial, invadiu o território, que, até então, era dominado pela Espanha. Após este confronto, as tropas espanholas tiveram que ceder lugar às tropas norte-americanas. Em 1898, as tropas espanholas foram novamente vencidas pelas norte-americanas, e, desta vez, a Espanha teve que ceder as Filipinas aos Estados Unidos. Um outro ponto importante a se estudar sobre o neocolonialismo, é à entrada dos ingleses na China, ocorrida após a derrota dos chineses durante a Guerra do Ópio (1840-1842). Esta guerra foi iniciada pelos ingleses após as autoridades chinesas, que já sabiam do mal causado por esta substância, terem queimado uma embarcação inglesa repleta de ópio. Depois de ser derrotada pelas tropas britânicas, a China, foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que favorecia os ingleses em todas as clausulas. A dominação britânica foi marcante por sua crueldade e só teve fim no ano de 1949, ano da revolução comunista na China. 

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O ILUMINISMO - HISTÓRIA 7ª Séries

O Iluminismo

História do Iluminismo, o pensamento no Século das Luzes, critica ao absolutismo, pensadores iluministas, Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Locke, Diderot e D'Alembert, idéias dos principais filósofos, filosofia e política nos séculos XVII e XVIII.

Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.

Os ideais iluministas 

Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 

Século das Luzes  

 A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa  através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência da colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira , ocorrida no Brasil. 
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. 
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia , pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas. 
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo , foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas  que impediam a expansão comercial para a classe burguesa. 


Principais filósofos iluministas 

Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.

fonte :http://www.suapesquisa.com/historia/iluminismo/


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BIOGRAFIA : M. C . Escher - 1ª Série E.M


M.C. Escher - Uma Breve Biografia  


O Holandês Maurits Cornelis Escher, (ou M. C. Escher, como é mais conhecido), é primordialmente reconhecido pelo seu incrível talento artístico em misturar elementos de surrealismo com elementos de matemática além de sua incrível técnica em xilografia e litografia. Gostava de trabalhar desenhos com Ilusões de Espaço e Formas, Prédios Impossíveis e Mosaicos Geométricos Infinitos (tessellations).
Nasceu na pequena cidade de Leewarden em 17 de junho de 1890. Entretanto passou a maior parte da sua infância na cidade de Arnhem onde floreceram suas primeiras habilidades. Começou com seus estudos da arte com o professor F. W. Van de Haagen, com quem aprendeu a trabalhar com as formas e a desenhar em linóleo.
Mostrando um grande interesse pelas artes gráficas e (seguindo os conselhos de seu pai), Escher ingressou na Escola Secundária de Haarlem para estudar arquitetura.
Contudo, em 1919 um artista Holandês chamado Samuel Jessurun de Mesquita reconhecendo as grandes aptidões de Escher, insistiu para que ele desistisse da arquitetura e se dedicasse apenas às artes gráficas. Isso foi fácil para o jovem Maurits, pois seu desejo nunca foi realmente se embrenhar no ramo da arquitetura em primeiro lugar. Escher se tornou pupilo de Mesquita durante seus restantes dias de escola até ele se formar em 1922.

Depois de se formar na sua escola em Haarlem, Escher viajou constantemente pela Europo, principalmente para Itália. Depois de tê-la conhecido bastante, em 1923 mudou-se para a Itália que sempre o fascinou. Escolheu morar em Roma, onde ele viveu até 1935.
Entre os anos de 1926 e 1935, Escher viajou para o interior da Itália numa difícil jornada a pé. Abruzzi, Viterbo, Ilha de Corsica, Calábria, Amalfi e várias outras locações através do Sul da Itália foram visitadas por Escher. Foi dessas jornadas que ele fez vários dos seus rascunhos daquilo que iria fazer parte da base para seu trabalho futuro. Durante o rigoroso inverno onde sua viagem foi interrompida, ele gastaria seu tempo trabalhando e aperfeiçoando esses rascunhos.
Mais tarde, com o avanço do fascismo na Itália, em julho de 1935, Escher mudou-se para Chateau d´Oex, na Suíça.

O ano de 1937 marcou o crepúsculo de seus anos de expedição, tal como foi no ano passado, entre maio e junho num cargueiro pela costa da Itália até a Espanha. Como sempre, Escher fez várias cópias detalhadas do seu trabalho para ser re-trabalhado por ele mesmo. Dois lugares em particular foram os Mosaicos dos Mouros encontrar no Alabama, e La Mesquita in Córdoba. Desde então Escher tem sido muito menos móvel, e viajou somente de férias, para visitar seu filho que vivia no exterior ou para dar palestras sobre o seu trabalho. Inglaterra, Canadá, Estados Unidos foram alguns dos lugares que foram visitados por Escher para esse propósito.
Depois ele se mudou para Ukkel, perto de Bruxelas, em 1937. Viajou mais uma vez para a sua terra natal. Em 1970 foi a última vez que Escher se mudou, quando finalmente ele se fixou em Laren.
Escher morreu em Março de 1972 e seu trabalho continua fascinando gerações pela sua singularidade e originalidade. Ele hoje é uma referência. É um homem estudado e grandemente apreciado pelos matemáticos e cientistas ainda que ele não tivesse uma formação formal de matemática e física. Entretanto, ele foi um homem modesto e simples que nem sequer considerava a si mesmo um artista ou um matemático.

Auto retrato

Org. Regis .

fonte : http://orbita.starmedia.com/necrose/Escher/Escherbiografia.htm




Agora dê uma olhada nas obras de  M.C. Escher  !!!    











Acredite ... nosso olhar pode nos enganar ...