terça-feira, 26 de março de 2013

ENTENDA OS FATOS QUE LEVARAM AO GENOCÍDIO EM RUANDA


              

Cerca de 800 mil pessoas foram mortas entre abril e junho de 1994 no país.

Matéria de : 18 de dezembro de 2008 


               Em um período de cem dias entre abril e junho de 1994, cerca de 800 mil pessoas foram mortas em Ruanda, no que ficou conhecido como o maior genocídio africano dos tempos modernos.Mesmo para um país conhecido por sua história turbulenta, a escala e a rapidez do genocídio chocaram o mundo.
               A maioria dos mortos era da etnia tutsi, e a maioria dos autores das mortes, da etnia hutu.O estopim do massacre foi a morte do presidente do país, Juvenal Habyarimana, um hutu, quando seu avião foi derrubado ao sobrevoar o aeroporto da capital, Kigali, no dia 6 de abril de 1994.Um juiz francês culpou o atual presidente de Ruanda, Paul Kagame, que na época era líder de um grupo rebelde tutsi, e alguns de seus parceiros pelo ataque ao avião.
              Kagame nega veementemente responsabilidade pela morte do ex-presidente e diz que o acidente foi provocado por extremistas hutus, de forma a criar um pretexto para colocar em ação planos de exterminar a comunidade tutsi.Quem quer que seja o responsável, o ataque deu início a uma explosão de violência que, poucas horas depois, se espalhou pela capital e por todo o país, e só começou a diminuir três meses depois.A morte do presidente, no entanto, não foi a única causa do genocídio.
                                       ABAIXO TRAILER PARA RELEMBRAR O FILME 

Histórico de violência
              Tensões étnicas em Ruanda não são novidade. Sempre houve conflitos entre a maioria hutu e a minoria tutsi, mas as hostilidades entre os dois grupos aumentaram consideravelmente desde o período colonial.Os dois grupos étnicos são na verdade muito similares - falam a mesma língua, vivem nas mesmas áreas e seguem as mesmas tradições.
             Entretanto, tutsis tendem a ser mais altos, mais magros e de pele um pouco mais clara do que a dos hutus. Alguns acham que a etnia teria sua origem na Etiópia.Durante o genocídio, os corpos dos tutsis foram atirados em rios. Seus assassinos diziam que os mortos estavam sendo enviados de volta para a Etiópia.Quando os colonizadores belgas chegaram à região em 1916, produziram carteiras de identidade classificando as pessoas de acordo com sua etnia.
             Os belgas consideravam os tutsis superiores aos hutus.Naturalmente, os tutsis gostaram da idéia e durante cerca de 20 anos desfrutaram de empregos e oportunidades de educação melhores do que os dos vizinhos hutus.O ressentimento entre os hutus foi crescendo gradualmente e culminou em uma série de revoltas em 1959.Mais de 20 mil tutsis foram mortos e muitos fugiram para países vizinhos como Burundi, Tanzânia e Uganda.
             Quando a Bélgica deixou o poder e deu independência a Ruanda, em 1962, os hutus assumiram o governo.Nas décadas seguintes, os tutsis tornaram-se os bodes expiatórios em todas as crises.
Rumo ao genocídio
            No período que antecedeu o genocídio, a situação econômica piorou e o presidente Juvenal Habyarimana começou a perder popularidade.Ao mesmo tempo, refugiados tutsis em Uganda - com o apoio de hutus moderados - começaram a formar o movimento Rwandan Patriotic Front (Frente Patriótica Ruandense), ou RPF, liderado por Kagame.O objetivo do grupo era derrubar Habyarimana e garantir seu direito de retorno à terra natal.
           Habyarimana decidiu explorar essa ameaça como uma forma de trazer dissidentes hutus de volta para o seu lado. Tutsis dentro de Ruanda foram acusados de ser colaboradores do RPF.Em agosto de 1993, após vários ataques e meses de negociações, um acordo de paz foi assinado entre Habyarimana e o RPF, mas isso não foi suficiente para diminuir as tensões.O ataque contra o avião de Habyarimana, no início de abril de 1994, foi a última gota.Ainda não foi estabelecido quem matou o presidente - e, com ele, o presidente de Burundi e outros altos funcionários do governo.

            O efeito do ataque, no entanto, foi instantâneo e catastrófico.Assassinatos em massa ;Em Kigali, a guarda presidencial iniciou imediatamente uma campanha de vingança.
Líderes da oposição política foram mortos e, quase imediatamente, começou o assassinato em massa de tutsis e hutus moderados.Dentro de horas, recrutas foram enviados a todo o país para executar a onda de crimes.Alguns tutsis conseguiram escapar para campos de refugiados.Entre os primeiros organizadores do massacre estavam militares, políticos e homens de negócios, mas em breve vários outros aderiram à campanha.
             Encorajada pela guarda presidencial e por propaganda massiva em estações de rádio, formou-se uma milícia não-oficial chamada Interahamwe (o nome significa "aqueles que atacam juntos"). No auge da violência, o grupo reuniu 30 mil pessoas.Soldados e policiais encorajaram cidadãos comuns a participar. Em alguns casos, os militares obrigaram civis hutus a assassinar tutsis vizinhos.Os participantes com freqüência recebiam incentivos, como dinheiro ou comida. Em alguns casos, os mandantes dos crimes disseram aos hutus que poderiam se apropriar das terras dos tutsis que assassinassem.
              De maneira geral, não houve interferência da comunidade internacional durante o genocídio.As tropas da ONU se retiraram do país após a morte de dez soldados.No dia posterior à morte de Habyarimana, o RPF retomou seu ataque contra as forças do governo e várias tentativas da ONU de negociar um cessar-fogo fracassaram.
Depois do genocídio
           Finalmente, em julho, o RPF capturou Kigali. O governo se desintegrou e o RPF declarou um cessar-fogo.Tão logo ficou aparente que o RPF tinha sido vitorioso, cerca de 2 milhões de hutus fugiram para o Zaire (hoje República Democrática do Congo).Entre os refugiados estão muitas pessoas que, mais tarde, foram acusadas de envolvimento nos massacres.Inicialmente, um governo multi-étnico foi formado, com um hutu, Pasteur Bizimungu, como presidente, e Kagame como seu vice.Mas a dupla mais tarde entrou em desacordo e Bizimungu foi preso sob acusação de incitar violência étnica. Kagame assumiu a Presidência.
            Embora o massacre em Ruanda tenha terminado, a presença de milícias hutus no Congo levou a anos de conflitos no país vizinho.O atual governo de Ruanda, liderado por tutsis, já invadiu o Congo duas vezes, dizendo querer eliminar as forças hutus da região.Nesse meio-tempo, um grupo rebelde tutsi no Congo continua ativo, argumentando que não vai depor armas porque, se o fizesse, sua comunidade estaria sob risco de genocídio.
A maior força de paz do mundo, hoje posicionada no Congo, não conseguiu resolver o conflito.

Org: Regis 
Fonte : http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,entenda-os-fatos-que-levaram-ao-genocidio-em-ruanda,296107,0.htm
     OS COMENTÁRIOS DEVEM SER POSTADOS PELOS ALUNOS  RESPONDENDO A SEGUINTE QUESTÃO : 
" COMO A ONU DEVERIA TER INTERVIDO  NO CONFLITO   , OU CONFLITOS REGIONALIZADOS COMO ESTE DEVEM SER RESOLVIDOS PELOS POVOS ENVOLVIDOS . O QUE VOCÊ  ACHA QUE PODERIA SER ACRESCENTADO AO FILME  : TIROS EM RUANDA  E AO  DOCUMENTÁRIO ? GENOCÍDIO EM RUANDA " 


20 comentários:

  1. Acho que a ONU não devia só apenas monitorar a situação, observar e depois se retirar do conflito, ela devia ter ''invadido'' essa confusão com tropas reforçadas, ''pausando'' as guerras e os assassinatos.

    O documentário se sai melhor que o filme mesmo sendo por escrito e tendo apenas um vídeo de 9 minutos, porque ele relata mais a realidade do que o filme, que tem muitas coisas fictícias, apesar de tentar demonstrar o que realmente aconteceu. O documentário não fala apenas das chacinas, fala de organizações ''terroristas'' , de grupos hutus da pesada, de hutus moderados que não matavam tutsis, etc... Enfim, o documentário ''O Genocídeo de Ruanda'' é o que relata muito melhor os fatos ocorridos no país de Ruanda em 1994.

    André De Angelis Gava - 8ªB nº 04

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Legal , bom saber que ja esta podendo fazer analises a respeito da questão ... rsrrsr

      Excluir
  2. A ONU deveria ter inter vido , e deixado os sodados usarem amas , e ter protegido os
    tutsis, e que os Franceses deveria ter levado os negros também . No filme poderia ter acrescentado cenas reais , e documentário na minha opinião es ta bom , e não falta nada .
    Stefanie Maria Zamuner Dos Santos 8°A

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Faltar .... rsrrsr ... falta , este assunto tem sido debatido e rebatido a muito tempo , rsrrsrrs ... qual eh mesmo o papel da ONU . ( não precisa responder ... rsrrs )

      Excluir
  3. eu acho que a onu podia ter entervido antes e levado os tutsi para outro lugar assim podendo salvar a maioria. eu acho que no filme tiros em ruanda podia ter acrescentado que No período que antecedeu o genocídio, a situação econômica piorou e o presidente Juvenal Habyarimana começou a perder popularidade.Ao mesmo tempo, refugiados tutsis em ruanda com o apoio de hutus moderados começaram a formar o movimento Rwandan Patriotic liderado por Kagame.O objetivo do grupo era derrubar Habyarimana e garantir seu direito de retorno à terra natal. e no documentario eu acho que na precisaria acrescentar nada ficou completo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso nos faz pensar se tinha alguém sendo protegido , interesses outros ... serah ??

      Excluir
  4. Deayra E. Figueira/ Nº09/ 8ªB

    Eu acho que a ONU agiu muito indiferentemente, e que se ela tivesse agido antes teriam conseguido salvar vários hutus, a ONU deveria ter tomado providencias(atacar os tutsi)antes,com ou sem autorização.
    No filme poderia ser acrescentado o fato que "Embora o massacre tenha terminado, a presença de hutus no Congo levou a anos de conflitos no país vizinho.O atual governo de Ruanda, liderado por tutsis, já invadiu o Congo duas vezes, dizendo querer eliminar as forças hutus da região.E um grupo rebelde tutsi no Congo continua ativo, argumentando que não vai depor armas porque sua comunidade estaria sob risco de genocídio." e também deveriam ter falado sobre os gastos que foram feitos com armas e etc...
    E no documentário, deveriam ter dito que a ONU estava agindo indiferentemente ao genocídio, pois se a ONU estivesse mesmo querendo a paz, ja teriam tomado uma providencia.

    PS: se meu Comentário ficou meio incompleto, você me fala que eu posto outro :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que nada Deayra ; ótimas suas observações principalmente quando diz " ONU estava agindo indiferentemente ao genocídio " ,

      Excluir
  5. Josué Baltazar Brasileiro/N 18/8 A

    Acho que a ONU não deveria ter retirado as tropas do pais após a morte de apenas dez soldados,e tambem acho que deveriam ter atacado os tutsi,mas não contra as ordens dos superiores,acho que as ordens deveriam ter sido diferentes.
    Quanto ao filme,eu não mudaria nada e no documentario tambem não,acho que os dois expressam pontos de vista diferentes e ambos muito bons,o filme mostra mais o ponto de vista,e a situação do padre,e o documentario mostra o genocidio em geral.

    ResponderExcluir
  6. Eu acho que ONU tem vários objetivos, e um deles é manter a paz internacional, o que quase não aconteceu em Ruanda, pois eles ajudaram apenas no inicio, porem deixaram a etnia tutsi quase sem proteção.

    Em relação ao documentário e ao filme, na minha opinião o documentário se saiu melhor pois além de ser mostrado o acontecimento em fotos reais não foi só contado o que de fato aconteceu , mas também foi falado sobre organizações, grupos hutus e etc . E no filme "Tiros em Ruanda" o que transpassou é que ele foi feito somente para mostrar o papel da ONU no acontecimento e não os outros fatos que aconteceram em Ruanda em 1994.

    Isabela de Paula Quinelatto , Nº18 , 8ªB

    ResponderExcluir
  7. Eu acho que a ONU poderia ter agido antes, porque se tivessem agido antes a tragédia não seria tão grande, não haveria milhares de mortes. Foi covardia deixarem os povos se atacarem entre si. Além de fracassarem, não troxeram paz.
    E sobre o filme e o documetário, na minha opinião o documentário é mais realista, mostra como foi realmente e mostrou como foi muito pior. Já o filme, conta a história de um jeito diferente mas a mesma história, pois, eles estão querendo mostrar que a ONU estava fazendo tudo certo e bem feito. Mas eu acho também que contaram muito bem a história e até corresponde ao documentário.
    Maria Isabel de Medeiros nº 28 8ªB

    ResponderExcluir
  8. A ONU é uma organização muito grande , feita para manter a paz mundial .
    Mas no caso de Ruanda eu acho que eles deviam tomar providências antes , Pois se eles tomassem essas providências antes podiam ter salvo milhares de vidas , Eles tambem podiam ter tentado achar um jeito de achar paz entre as duas tribos negociações , ou alguma maneira de ter paz entre élas .

    Em Relação a comparação do documentário e o filme eu optei mais pelo Documentário doque pelo filme pois o documentário retrata melhor o acontecimento.


    Pablo Henrique N :32 8B

    ResponderExcluir
  9. Eu acho que a ONU deveria ter agido antes , porque se tivesse agido antes a trajédia não teria sido tão grande.


    Em relação ao documentário e ao filme eu optei no documentário , porque o documentário explicou realmente oque foi ocorrido.


    Letícia Loureiro Nº25 8ªA

    ResponderExcluir
  10. Acho que a ONU poderia ter feito muito mais do que ela fez, como por exemplo tentar "separar" as duas culturas.
    Na minha opinião o documentário está mais completo em relação ao que aconteceu de fato pois mostra cenas reais , mais também não julgaria o filme como ruim pois ambos mostram oque aconteceu. Mas o documentário sem dúvidas mostrou isso de uma forma mais detalhada.

    Nome : Giovana Farias Nº13 8ºSérie B

    ResponderExcluir
  11. Na minha opinião,a ONU agiu com pouco caso no principio e ela poderia ter evitado várias mortes de hutus, a ONU deveria ter tomado providencias mais rígidas com os povos tutsis. O documentário relatou sem dúvidas melhor do que o filme, pois relatou toda a realidade e deu pra entender e fazer uma análise muito boa . O genocídio de Ruanda com certeza relatou tudo de uma forma muito melhor .

    Nome: Jady Callegari Nº20 8ºSérie B

    ResponderExcluir
  12. Pra mim, se a ONU foi feita para ter a verdadeira paz mundial, ela deveria tem feito algo antes de tudo isso acontecer, eles deveriam fazer com q as duas tribos se unissem não ficassem uma contra a outra criando essa guerra, acabando com eles mesmos! Se eles estivessem pensando em uma maneira ANTES do ocorrido, essa tragédia não aconteceria. Na minha opinião, o documentário relatou mais o fatos, mostrou a "coisa" mais real do q era, e o filme não.
    Laura Oliveira nº22 8ªB

    ResponderExcluir
  13. Eu acho que a ONU deveria ter interfirido bem antes de tudo isso acontesse pois evitaria um grande conflito que acontesseu se os soldados tivesem pensado mais no que aconteceria eles irião ver que poderia ter ajuda muito mais as pessoas mesmo sem a orden eles deveriam ter inteferido e ajudado mais as pessoas


    sobre o documentario eu gostei mais do documentario pois mostra mais a realidade que o filme em si não mostra tanto a realidade como o filme

    Igor Vinicius Amato 8ª A nº 13

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Igor ... antes de tudo devemos pensar qual o papel da ONU nestes conflitos ... no caso do conflito em Ruanda este era simplesmente o de acompanhar o processo de paz ... se tivessem intervido seria uma afronta a soberania nacional ... ou será que você não crê que os países podem conter os conflitos internos ??

      Excluir
  14. A ONU é uma organização internacional que tinha o dever e a obrigação de ajudar aquela comunidade e acabar com a guerra independentemente de qualquer regra,eles deveriam promover a paz e não alimentar a discórdia.E eu prefiro o documentário pois mostra o que realmente aconteceu.

    Mariana M.Rios n 30 8 A

    ResponderExcluir