segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

SEXTO ANO - PRIMEIRO BIMESTRE 2016 - GEOGRAFIA 

Paisagem


O tempo da natureza 

• Os objetos naturais 
O tempo histórico 
• Os objetos sociais
A leitura de paisagens 

Escalas da Geografia 


As paisagens captadas pelos satélites

• Extensão e desigualdades Memória e paisagens As paisagens da Terra

TEXTO E ATIVIDADES - 




A GEOGRAFIA: PAISAGEM, ESPAÇO E LUGAR

1 – INTRODUÇÃO
  • Para que estudar Geografia?
  • Estudando Geografia, podemos entender melhor o mundo em que vivemos. Podemos compreender como as diferentes sociedades se relacionam com a natureza, além de identificar as principais características do lugar onde moramos e de muitos outros lugares.
  • Também podemos aprender que as paisagens são produzidas e modificadas ao longo do tempo pelos seres humanos e pela natureza.
  •  Na Geografia, conceitos de Paisagem, Espaço e Lugar são importantes para a compreensão do mundo em que vivemos.
2 – A PAISAGEM
  • A paisagem é tudo aquilo que nossos olhos conseguem captar (enxergar).
  • Existem dois tipos de paisagens: Natural e Artificial.

A) PAISAGEM NATURAL
  •  A Paisagem Natural é aquela que predominam os elementos naturais, que foram construídos pela natureza.
  • Os elementos naturais são: montanhas, serras, rios, lagos, vegetação, animais, rochas, solo, flores, etc.

B) PAISAGEM ARTIFICIAL
  • A Paisagem Artificial ou Cultural é aquela que predominam os elementos artificiais, que foram construídos pelo homem.
  • Os elementos artificiais são: casas, prédios, pontes, rodovias, ruas, plantações, lojas, banco, etc.

3 – O ESPAÇO GEOGRÁFICO
  • Espaço Geográfico é o conjunto integrado de paisagens resultantes de fenômenos naturais e da ação humana.
  • Em outras palavras, o Espaço Geográfico é toda a superfície da terra.
  • No espaço geográfico encontramos os elementos naturais, artificiais e invisíveis.
  • Os elementos naturais são: montanhas, serras, rios, lagos, vegetação, animais, rochas, solo, flores, etc.
  • Os elementos artificiais são: casas, prédios, pontes, rodovias, ruas, plantações, lojas, banco, etc.
  • Os elementos invisíveis são: o barulho dos carros, os odores da poluição, os ventos, o barulho das pessoas ou os laços de amizade entre os seres humanos, etc.

3 – O LUGAR
  • Lugar é uma porção ou parte do espaço onde vivemos nosso dia-a-dia, em interação com uma paisagem, ou seja, numa relação de vínculo e de convívio.
  • Exemplos de lugares temos: nossa casa, nossa rua, nossa escola, a casa de um amigo, de um parente, seu lugar na sala de aula, etc.

   VIDEO GEOGRAFIA -   PAISAGEM 



EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

    QUESTÃO 01 Para que estudar Geografia?

    QUESTÃO 02 O que é Paisagem?

    QUESTÃO 03 Quais são os tipos de Paisagens?

    QUESTÃO 04 O que é Paisagem Natural?

    QUESTÃO 05 O que é Paisagem Artificial?

    QUESTÃO 06 Cite exemplos de Elementos da Paisagem Natural.

    QUESTÃO 07 Cite exemplos de Elementos da Paisagem Artificial.

    QUESTÃO 08 O que é Espaço Geográfico?

    QUESTÃO 09 Cite exemplos de Elementos Invisíveis.

    QUESTÃO 10 O que é Lugar?

    QUESTÃO 11 Cite exemplos de Lugares que você conhece.









SETIMO ANO ANO - PRIMEIRO BIMESTRE 2016 - GEOGRAFIA


O território brasileiro


A formação territorial do Brasil Limites e fronteiras 

A federação brasileira
• Organização política e administrativa


Formação Territorial do Brasil

A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil.
Estruturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço integrado com as diversas regiões.

Características Físicas

O Brasil possui o quinto mais extenso território do mundo, com área total de 8.547.403km². Com exceção do Chile e do Equador, todos os Estados sul-americanos compartilham fronteiras com o Brasil.
As dimensões continentais do território brasileiro podem ser observadas também através das distâncias que separam os pontos extremos:
4.394 Km de norte a sul;
4.319 Km de leste a oeste;
7. 408 Km de litoral;
15. 719 Km de fronteira com os países vizinhos.
Os pontos extremos do Brasil são:
A oeste, a Serra da Contamana, no Acre;
A leste, a Ponta do Seixas, na Paraíba;
Ao norte, o Monte Caburaí, em Roraíma;
Ao sul, Arroio Chuí no Rio Grande do Sul.
A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19” de latitude norte a 33°45’09” latitude sul; e 34°45’54” de longitude oeste a 73°59’32” de longitude oeste. O Brasil encontra-se totalmente no hemisfério oeste de Greenwich. Desse modo, podemos concluir que:
Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas;
A quase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul;
Possui três fusos horários diferentes.
A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma região tipicamente tropical, onde predominam climas quentes;
Contado pela linha do Equador e Trópico de Capricórnio e banhado pelo oceano Atlântico.
O IBGE, juntamente com o IME - Instituto Militar de Engenharia, realizaram novas medições de altitude de 7 pontos culminantes do Brasil, para tanto, utilizou recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS, sistema de navegação e posicionamento por satélite.
Com os novos estudos, verificou-se algumas alterações, como suspeitava o IBGE, o Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente a Itatiaia, no Rio de Janeiro. Antes de 2004, a última medição dos pontos culminantes havia sido feita na década de sessenta pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Primeira Comissão Demarcadora de Limites.
Formação do Brasil

A construção do território brasileiro

Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram pouco a pouco transformando a imagem que os europeus tinham do mundo.
A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza mais facilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral. Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente possibilitando a formação de cidade e vilas no interior do país.
O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje, foi se configurando lentamente, a partir das várias atividades econômicas coloniais.
Os Tratados assinados entre Portugal e Espanha
A importância dos tratados assinados entre Espanha e Portugal, acabaram por definir, com pequenos acréscimos posteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri.
Mapa das características físicas do Brasil
Tratado de Tordesilhas
Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansão marítimo-comercial iniciada no século XV, resultando na conquista de novas terras para os dois países. Essas “descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos, e na tentativa de evitar uma guerra foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que passou a definir nosso primeiro limite territorial.
Esse tratado, assinado em 7 de julho de 1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridiano dividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras a leste seriam portuguesas e as terras a oeste seriam espanholas.
O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente garantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novo acordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinou que as terras pertenceriam a quem de fato as ocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, uma solução diplomática que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade. É evidente que esse princípio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em consideração a posse das diversas tribos indígenas. Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos colonizadores um ser humano de pleno direito, mas apenas um empecilho a ser removido ou a ser domesticado e disciplinado para o trabalho.


VIDEO GEOGRAFIA - TERRITORIO BRASILEIRO 



 Tratado de Tordesilhas e de Madri

A importância das atividades econômicas

As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, para a exportação e para as necessidades da metrópole portuguesa.
Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoral do Nordeste a mais importante região econômica da colônia até o início do século XVII, transformando a atividade açucareira em empresa e o Brasil em colônia do açúcar.
Paralelamente à economia canavieira, a expansão da pecuária, da mineração, as bandeiras, as missões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão” (produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas, castanha, entre outros, explorados na Amazônia durante o período colonial), provocaram a interiorização e o alargamento do território português em áreas que pertenciam à Espanha.
A pecuária foi a responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, onde complementou a lavoura de cana-de-açúcar que dominava o litoral fornecendo a carne para alimentação e animais de tração para o trabalho nos engenhos.
Mais tarde, as tropas de muares e o gado foram fundamentais para o povoamento do sul das regiões dos atuais estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciam animais para as áreas de mineração.
Em função da atividade mineradora, várias vilas e cidades foram fundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior.
As missões que catequizavam indígenas estiveram presentes no sul e no norte do território. Com as missões, outra atividade econômica incorporou grande parte da Amazônia ao domínio português: a exploração e a comercialização das drogas do Sertão.

O bandeirantismo

O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento de penetração para o interior com origem, principalmente, em São Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios territoriais portugueses no continente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foi motivado pela busca de metais preciosos e, especialmente, pela caça de indígenas para serem aprisionados e vendidos como escravos. Os bandeirantes penetraram sertão adentro, atacaram aldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas e exterminaram enorme número deles.
Do ponto de vista do povoamento, esse fenômeno foi despovoador e não povoador, pois provocou uma desertificação humana em áreas onde havia inúmeras aldeias indígenas, sem substitui-las por povoações brancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para que o europeu conhecesse melhor o território, já que cada expedição representou uma soma de novos conhecimentos sobre a terra, que foram importantes para a penetração posterior rumo ao oeste.

Colonização do sul do país

As áreas localizadas ao sul do trópico de Capricórnio tornaram-se efetivamente povoadas a partir do século XIX, com a chamada colonização moderna, feita por imigrantes, em especial colonos alemães, italianos e eslavos. Essa colonização teve por base a pequena propriedade.

A questão do Acre

Os conflitos que envolveram essa área estiveram ligados à extração da borracha por migrantes nordestinos no fim do século XIX. Em 1903, a Questão do Acre resolveu o problema criado pelo fato de seringueiros brasileiros vindos do Nordeste terem ocupado uma grande área pertencente à Bolívia.
Com a mediação do barão do Rio Branco, que representou o Brasil, foi assinado o Tratado de Petrópolis, que tornou brasileira a área ocupada, mediante um pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e também assumiria o compromisso de proporcionar à Bolívia uma saída para o mar, mediante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Paralelamente ao curso desses dois rios (Madeira e Mamoré), a estrada de ferro ligaria o interior boliviano à cidade de Parintins, às margens do Rio Amazonas. Em 1907, a empreitada foi iniciada com 30.000 homens para a construção de 364 quilômetros de estrada de ferro. As condições precárias do local e as constantes epidemias dizimaram mais de 6.000 trabalhadores. Em 1912, um trecho da ferrovia ficou pronto, sem, no entanto, concretizar a saída da Bolívia para o mar. Dessa maneira, o Brasil nunca cumpriu sua parte no acordo, embora tenha anexado o Acre.

A integração do espaço brasileiro

Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileiro surgiu com a independência política do país no início do século XIX. Nessa época a economia sobrevivia das exportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles.
Mas um novo produto agrícola começava a se desenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e o aumento de sua importância econômica para todo o país, o produto tornou-se o responsável pelo início da integração territorial brasileira e, portanto, pela formação de um verdadeiro espaço nacional.
As atividades econômicas brasileiras até o desenvolvimento da economia cafeeira no século XIX eram regionais, isoladas uma das outras.
Podia-se dizer que economicamente o Brasil era formado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadas para o exterior. Assim ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração no Sudeste.
Esses “arquipélagos” encaixavam-se perfeitamente no conceito do capitalismo comercial, que visava ao acúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer o poder real.
A constituição de um mercado consumidor e a grande acumulação de capitais gerados pelo café foram fatores decisivos para a instalação de indústrias no país, o que representou outra etapa no processo de integração nacional.
Além de aprofundar a integração comercial que havia se desenvolvido com o café, o processo de industrialização acentuou a urbanização, dando nova direção ao povoamento no país.
O governo brasileiro teve papel fundamental no processo de industrialização. Criou várias políticas regionais de desenvolvimento, procurando estimular a transferência de atividades econômicas para outras regiões. Entre suas principais iniciativas, cabe destacar:
A inauguração de Brasília em 1960;
A SUDENE, em 1959;
SUDAM, em 1966;
SUDECO, em 1967;
As rodovias de integração, como Belém-Brasília.
Todas essas medidas tiveram como principal objetivo aprofundar as relações entre as diversas áreas do país, levando a consolidação do espaço nacional.

As diferenças regionais

Os contrastes regionais no interior do território brasileiro originou-se da formação histórico-econômica do nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual o Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por Portugal até a independência e posterior industrialização e urbanização, ocorridas principalmente no século XX.
Durante os três primeiros séculos da colonização o Nordeste foi a região mais importante, a mais rica e populosa do país.
No século XIX o declínio econômico do Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro-Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato juntamente com a enorme concentração da propriedade das terras nas mãos de poucas famílias nordestinas, fez com que muitas pessoas saíssem dessa região para o Centro-Sul do país.
A Amazônia durante séculos foi deixada de lado, embora nos dias de hoje venha sendo intensamente ocupada num processo de destruição.
Simplificando um pouco, podemos dizer que o Nordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, com enormes plantações monocultoras, mão-de-obra extremamente mal remunerada e pobreza intensa. O centro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, o Brasil da indústria e das grandes metrópoles, o país da imigração e da modernização econômica. A Amazônia simbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território com muitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêm sendo destruídas pela rápida ocupação da região amazônica, que beneficia apenas uma minoria privilegiada.
O mapa abaixo apresenta os países que falam português:








OITAVO ANO ANO - PRIMEIRO BIMESTRE 2016 - GEOGRAFIA


Representação cartográfica 


Visão de mundo e suas tecnologias


Globalização em três tempos


O meio técnico e o encurtamento das distâncias 

O meio técnico-científico-informacional e a globalização
O processo de globalização e as desigualdades internacionais

A Cartografia e suas aplicações

O presente artigo discorrerá sobre o conceito, a história e as aplicações da Cartografia desde a Antiguidade até os dias atuais, seu desenvolvimento e os interesses envolvidos como a visão política ou ideológica proporcionada pelo mapa. Tratará ainda das novas tecnologias na confecção dos mapas como o sensoriamento remoto, a aerofotometria, o uso de computadores e a importância desta ciência para a organização da sociedade.

A Cartografia é uma ciência muito antiga sendo que os povos antigos como os egípcios, árabes, mesopotâmicos, europeus entre outros já utilizavam a bases da moderna cartografia para representar as áreas ocupadas, os recursos naturais e até mesmo o globo terrestre, seja para controlar as atividades diárias ou para entender o mundo que os cercava. A cartografia pode servir para vários objetivos como se pode observar historicamente como desde a representação das paisagens naturais até a visão ideológica de cada povo, seja baseada na política ou na religião.

VIDEO GEOGRAFIA - CARTOGRAFIA



Com o passar do tempo a ciência cartográfica foi evoluindo se tornando cada vez mais científica e precisa recebendo contribuições de vários povos e gerações desenvolvendo as mais diferentes formas de técnicas para melhor representar o espaço, seja para entendê-lo , explicá-lo, ou melhor definir seus recursos e suas potencialidades.

O instrumento utilizado pela cartografia para representação do espaço são os mapas ou cartas, os globos sendo que para sua confecção são várias as técnicas utilizadas como a escolha do tamanho da área a ser representada fazendo uso das escalas e o tipo de projeção mais adequada. As bases fundamentais para elaboração de um mapa cartográfico são a escala, as projeções cartográficas, as convenções cartográficas e as técnicas de mapeamento como os métodos de aquisição, processamento, interpretação e representação dos dados.

Foram vários os personagens que contribuíram para o aperfeiçoamento da cartografia como o grego Cláudio Ptolomeu, o Belga Gerhard, a família Sanson que sem dúvida fizeram com que esta ciência evoluísse a um patamar de qualidade e confiabilidade. Atualmente, sobretudo a partir do final do século XX outro personagem, agora mecânico vez com que a cartografia despontasse como a ciência da precisão, os satélites que permitiram fotografar a superfície terrestre em grande extensão ou até mesmo a Terra inteira permitindo a visualização integral do relevo, da hidrografia, da vegetação, dos aglomerados populacionais, das propriedades rurais permitindo uma apreensão do todo fantástica, já o computador permitiu a captura, tratamento, manipulação e representação dos dados.

A Cartografia é a arte ou ciência que tem por objeto traçar mapas. A confecção de mapas requeria tradicionalmente: 1) Habilidade para encontrar e selecionar informações sobre os diferentes aspectos da geografia; 2) Técnicas e habilidades de desenho com o objetivo de criar um mapa final capaz de representar com fidelidade as informações; 3) Destreza manual para desenhar as informações através do uso de símbolos, linhas e cores; 4) Técnicas de desenho para simplificar os desenhos. Existem diferentes tipos de mapas; os topográficos mostram as características naturais ou artificiais da paisagem, os temáticos mostram temas específicos e geralmente se baseiam em um mapa topográfico. Os mapas também podem ser classificados como de grande e de pequena escala. A distinção entre eles é arbitrária, portanto, alguns países consideram como grande escala a partir de 1:10.000, enquanto outros a consideram a partir de 1:25.000. Durante cinco séculos, os cartógrafos criaram os mapas em papel. Nos últimos trinta anos, esse procedimento mudou com a introdução dos computadores, que automatizaram as técnicas cartográficas.

Na cartografia a técnica utilizada para representar a superfície terrestre é o mapa, representação de uma área geográfica ou parte da superfície da Terra, desenhada ou impressa em uma superfície plana. Contém uma série de símbolos convencionais que representam os diferentes elementos naturais, artificiais ou culturais da área delimitada no mapa. Seu tipo básico é o mapa topográfico, que mostra os elementos naturais da área analisados e também certos elementos artificiais, além das fronteiras políticas. Entre os mapas temáticos mais importantes encontram-se as cartas de navegação marítima (náuticas) e as cartas de navegação aérea (aeronáuticas). As cartas de navegação marítima cobrem a superfície dos oceanos e de outras grandes massas de água, bem como suas costas. As cartas de navegação aérea contêm a situação dos radiofaróis, dos corredores aéreos e das áreas cobertas pelos campos de transmissão das estações de rádio.

Já o Atlas é o conjunto de mapas geralmente em forma de livro. Tradicionalmente são conjuntos de mapas sobre temas relacionados e quase todos produzidos em uma mesma escala. Alguns são temáticos (estatísticos, educativos, demográficos, históricos, ou ecológicos). Os Atlas regionais também são de grande importância. Sua finalidade é representar cartograficamente as relações estabelecidas entre as diferentes populações e territórios que configuram uma região e os diversos tipos de atividades estabelecidos na mesma. Os Atlas nacionais, por sua vez, trazem informações sobre a geografia, a hidrografia, a geologia, os recursos naturais, a economia e a população de uma região.

A arte de traçar mapas começou com os gregos que, no século VI a.C. em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, e representa um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica.

Cartografia, portanto, é a arte e ciência de graficamente representar um área geográfica em uma superfície plana como em um mapa ou gráfico (normalmente no papel ou monitor). As representações de área podem incluir superexposições de diversas informações sobre a mesma área através de símbolos, cores, entre outros.

A Cartografia data da pré-história quando era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia os mapas do mundo eram impressos em madeira num disco liso, mas foram Erastóstenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da moderna cartografia com um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo, sendo imitado na maioria dos mapas feitos até a Idade Média. Foi só com a era dos descobrimentos que os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.

Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas. A mais usada e conhecida é a projeção Mercator.

Hoje em dia a cartografia é feita através de fotometria e de sensoriamento remoto por satélite e, com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos geógrafos, fazendo mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro.

Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada num mapa. Mapas são normalmente desenhados em superfícies planas em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas em contraposição a foto aéreas e dados de satélite podem mostrar muito mais do que apenas o que pode ser visto. Podem mostrar, por exemplo: concentração populacional, diferenças de desenvolvimento social, concentração de renda, entre outros. Os mapas, por sua representação plana, não representam fielmente um mundo geóide como a Terra, o que levou cartógrafos a conceberem globos, que imitam a forma da Terra.

Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos, o primeiro representando graficamente os continentes e as fronteiras entre os países e o segundo representando o relevo em níveis de altura (normalmente também incluindo os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos dependeu-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos. Hoje em dia, boa parte do material necessário ao cartógrafo é obtida de sensoriamento remoto com foto de satélite ou aerofotometria. No projeto RADAM - que mapeou o Brasil nas décadas de 70 e 80 - usou-se mais de aerofotometria e os primeiros mapas novos do país. O departamento de cartografia da ONU é responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala 1/1.000. 000 e todos os países enviam seus dados mais recentes para este departamento.

Projeções

A transferência de uma esfera para a área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não se utilizassem de uma técnica matemática chamada projeção. Para ilustrar esta técnica podemos imaginar como seria se abríssemos uma esfera e achatássemos ela para a forma de um plano: partes da esfera original teriam que ser esticadas para podermos fazer isto, em especial as áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área em um mapa mundial, se comparássemos os países perto do equador com os mais perto do pólo.

Estas técnicas de projeções vêm desde os mapas da Grécia com Ptolomeu no séc. II, e foram evoluindo até que logo após a renascença o belga Mercartor concebeu a mais simples técnica de projeção, a qual é dada seu nome. É a projeção de mapas do mundo mais conhecida até hoje. Para a representação de países, entretanto, normalmente se usa a projeção bicônica. Outras técnicas foram evoluindo até os dias de hoje, e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, entre elas a projeção de Gauss, que permite se manter a familiaridade do mapa-múndi e ao mesmo tempo diminuir as distorções.

VIDEO GEOGRAFIA - CARTOGRAFIA


Sensoriamento Remoto

Quase a totalidade da coleta de dados físicos para cartógrafos, geólogos e oceanógrafos é feita através de sensoriamento remoto por meio de satélites especializados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos. Estas imagens podem ser feitas através da escolha do espectro de luz que se quer enxergar e alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre minerais, concentrações de vegetação, tipos de vegetação, entre outros. Alguns satélites, especialmente os de uso militar, conseguem enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são resoluções de vinte metros.

Várias empresas internacionais existem com o fim de vender imagens de satélite sob encomenda. No Brasil, algumas agências estão presentes, sendo que o INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) possui instalações completas que vem fornecendo imagens para vários fins. Outra forma de sensoriamento remoto é a aerofotometria, que se utiliza de vôos altos para tirar fotos de dentro de aviões adaptados, artifício muito usado em agricultura e instalações de fábricas e complexos industriais, porque produz uma resolução melhor do terreno em questão.

Cartografia geográfica

No Brasil, foram desenvolvidas algumas pesquisas que discutiam as relações entre a geografia e cartografia visando repensar as bases teóricas desta discussão. As propostas realizadas dentro da perspectivas apresentadas por Libault (1971) esboçavam caminhos para repensar tanto as metodologias quanto a natureza das informações geográficas, outras propostas como a de Sanchez (1973) busca pensar a cartografia como um meio e não um fim de uma pesquisa geográfica e já apresenta formas de avaliar o desenvolvimento da produção cartográfica das informações geográficas.

A partir de Simielli (1986) reforça-se o desenvolvimento de uma “Cartografia Geográfica”, neste trabalho por meio da discussão da Teoria da Comunicação Cartográfica propõe o mapa como meio de comunicação das informações geográficas, levantando questões pertinentes ao uso e eficácia dos mapas dentro do conhecimento geográfico e no ensino de Geografia. Em Girardi (2003) identificamos um salto qualitativo no sentido de avaliar a relação entre a geografia e a cartografia considerando os mapas como representações sociais e, ressalta a produção de uma cartografia que vise discutir suas próprias práticas.

No âmbito internacional (tomaremos principalmente as discussões realizadas dentro da Associação Internacional de Cartografia - ICA), a discussão se coloca a partir de um avanço, sem uma superação completa da Teoria da Comunicação, do desenvolvimento tanto do corpo teórico quanto das técnicas propostas a partir da Visualização Cartográfica. Coloca-se a cartografia em uma outra esfera no campo dos saberes e a partir do uso do meio digital como canal de comunicação da informação e meio de desenvolvimento científico.

O estudo aqui apresentado justifica-se pela necessidade da continuidade desta discussão no campo teórico da cartografia brasileira, pois, a subutilização da cartografia temática na maioria das escolas da geografia instaurou, no Brasil, baixa demanda no desenvolvimento de pesquisas que avaliem e questionem as relações entre a geografia e a cartografia. A partir das considerações e propostas realizadas internacionalmente visa-se sistematizá-las e inseri-las na discussão nacional considerando as mudanças e as necessidades científicas da geografia desenvolvida na atualidade.

FONTES CONSULTADAS

DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de Cartografia. 1º ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1994.

Cartografia. Disponível em: http://www.atr.com.br. Acesso em: 05 junho de 2004.

Enciclopédia Microsoft Encarta: Cartografia, 1995

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