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ASSISTA UM DEPOIMENTO ... DE VITIMA DE BULLYING
Durante o século XX o mundo assistiu a um extraordinário período de transformações que surgiram a partir da eclosão de novos e numerosos conhecimentos científicos. Nesse movimento de crescente complexidade, chegamos ao séc. XXI e percebemos que tais inovações, invadiram rapidamente através dos novos meios de comunicações, nossa vida social, familiar e profissional causando um grande impacto, tal como ocorrido na indústria, nas ciências em geral, na medicina, etc.
Nascidas a partir dos anos 90, as crianças e os jovens de hoje, evidentemente enfrentam uma sociedade muito mais intrincada que aquela em que seus pais e avós viveram, os quais sonhavam que o desenvolvimento tecnológico, facilitador das tarefas mais difíceis ou até rotineiras, poderia proporcionar um mundo de bonança e serenidade. Das histórias de extraterrestres que se comunicava por meio de estranhos instrumentos, pouco restou, pois praticamente tudo pode ser criado de verdade.
As crianças perderam de alguma forma esse sonho que embalou as últimas gerações: a de um mundo maravilhoso por vir, cheio de confortos, facilidades, rapidez, eficiência. Robôs que nos servem, fazem o serviço pesado por nós? Telefones móveis, internet, milhões de informações disponíveis em um aparelhinho do tamanho de uma carteira? Assistir ao vivo um acontecimento que está se passando agora do outro lado do mundo ou mesmo dentro de uma nave espacial? Tudo isso e muito mais existe hoje, em boa parte do nosso planeta e não os surpreende, pois afinal eles vivem nessa realidade desde que nasceram e as encaram como Adão e Eva encararam o Paraíso: tudo muito normal....
Chegamos, entretanto ao século XXI em um mundo onde a felicidade está ligada diretamente àquilo que dá muito prazer e o que dá prazer é o novo, o inédito, a "adrenalina" da eminência de perigo, do desafio. Para tanto, nada melhor do que um jogo, uma brincadeira agressiva e mais: o poder. O poder de subestimar o outro, de usá-lo, de fazer dele um personagem, como uma caricatura. O poder que a agressividade trás aos fracos vem da intimidação que praticam, a qual gera sofrimento que tem dificuldade de se defender.
As crianças vêm aprendendo a ser agressivas cada vez mais precocemente e da mesma forma que a maioria, parecem ter nascido sabendo operar um computador, uma boa parcela delas se assemelham, já aos 4 ou 5 anos, a pré-adolescentes querendo dominar o outro pela hostilidade verbal e física.
A crescente onda de agressividade que se percebe no comportamento de crianças e adolescentes incluem uma enorme gama de condutas explosivas de ira, agressão física e verbal, brigas, ameaças crueldades, vandalismo, etc.
A situação é alarmante: hoje, uma das mais constantes queixas que se encontra nas escolas, de todos os níveis sociais e econômicos é a dificuldade de se lidar com esse potencial instintivo que parece ter renascido com toda força no final do século XX. Bullying, nome dado a esse comportamento universal de violência nas escolas, envolve uma forma de afirmação de poder através de atitudes onde a agressividade intencional, repetitiva, ultrapassa a brincadeira entre iguais.
O bullying ou violência escolar é um termo criado na década de 80 na Noruega, originado da palavra inglesa "bully", ou seja, valentão. Na forma de verbo, indica a ação de ameaçar, intimidar. E é isso mesmo que ocorre: uma série intencional e repetida de atitudes agressivas de um ou mais estudantes,sem qualquer motivo plausível, contra um grupo ou um colega sobre o qual exercem algum poder de intimidação. Mas afinal, quais são as causas? Problemas de educação? Da família? Das escolas? Ou seria a TV, o computador, a Internet, os maus exemplos?
Muitos estudos têm mostrado que é necessária uma interação complexa de fatores que elevam o risco do aparecimento de condutas violentas nas crianças e jovens, para que o bullying apareça: ter vivido cenas violentas ou sofrido violências, abuso sexual, físico, excessiva exposição à violência através de jogos, televisão; uso de drogas, álcool, fatores socioeconômicos prejudicados, família desestruturada, problemas psiquiátricos, entre outros.
É unânime que a criança que apresenta este problema deve ser tratada e não punida, pois lidamos com jovens que sofrem, que não encontram formas de se aproximarem de seus iguais, que se percebem tão frágeis que tem de mostrar o contrário, provar todo o tempo que são destemidas. E temos outras que enveredam pelo caminho oposto, tem sua autoestima diminuída, suas fraquezas expostas e se deixam dominar pelo medo de serem agredidas e humilhadas.
No Bullying nem sempre a vítima é atacada pessoalmente, com agressões, roubos, humilhações verbais ou gestuais. A difamação, o isolamento, também são modalidades muito usadas principalmente pelas meninas. Mais recentemente surgiu uma nova modalidade, o "cyberbullying", quando a tecnologia da informação e comunicação é usada para atos hostis.
A violência escolar leva a vítima a se isolar, sentir-se insegura e discriminada. Em geral, é escolhida por seus agressores justamente por aparentar certa fragilidade, ansiedade,dificuldade de relacionamento com o grupo e termina por ter ainda maiores problemas com sua autoestima, podendo vir a desenvolver depressão e apresentar baixo rendimento escolar.
As ações de prepotência trespassam a agressividade física ou verbal. É mais refinada, envolvendo intimidação psicológica, de modo que quando os pais e professores se dão conta, o fato já ocorre normalmente há muito tempo.
Seu objetivo não é só humilhar, ridicularizar, mas também controlar constantemente um colega ou grupo de colegas, que por problemas de baixa auto-estima tem carência afetiva tornando-se alvo fácil de ser controlado por outro que busca se destacar.
Todos sabem que essa situação não envolve nada de totalmente novo, já que as disputas entre crianças e jovens na escola, sempre existiu. O que difere esses dois momentos é que no passado a briga era entre iguais e hoje se trata de uma série de atos de intimidação sistemáticos, que se dão entre três grupos: os intimidadores (os "bullies"), os intimidados e os expectadores, posições estas que podem se inverter. Os expectadores, por exemplo, se calam por medo de se transformarem na próxima vítima e que por isso, tornam-se por vezes, novos agressores.
Uma característica marcante é que praticamente metade das vítimas não tem coragem de pedir ajuda aos professores e aos seus pais. Apesar de ser mais frequente após os 11 anos de idade, o Bullying também acontece no ensino médio e na pré-escola.
Os meninos são maioria entre os agressores, mas dividem com as meninas o número daqueles que são vítimas. Os meninos não parecem ter preferência por suas vítimas serem de um ou outro sexo. Já as meninas têm quase sempre outra menina como alvo.
Sabe-se através de pesquisas que metade de todos os estudantes são intimidados ao menos uma vez na vida escolar e que ao menos 10%, o são com certa regularidade, o que ocasiona um tipo de sofrimento que os pode prejudicar na sua vida social, emocional.
Pensar que os intimidadores são crianças ou jovens fortes é um erro: eles são em geral vitimas de abuso físico ou de intimidação que os tornou depressivos, agressivos. Para sobreviver, aprenderam essa forma de se relacionar no meio ambiente e se destacarem. Entretanto, não é raro que se tornem vítimas de bullying e por isso, procuram ser cada vez mais reconhecidamente agressivos, dominadores.
O agressor normalmente, também é alguém com problemas de insegurança, de relacionamento social, que aprendeu com adultos essa forma de resolver suas questões, já que é freqüentemente vítima de rejeição, de humilhação, de pouco cuidado por parte de famílias desestruturadas, onde a agressão é o modelo usado para impor o poder. Torna-se um valentão na aparência, mas é uma criança ou um jovem, que precisa de assistência para conseguir se expressar e se relacionar de forma socialmente adequada.
O ambiente familiar é em grande parte responsável pela agressividade das crianças. Os estímulos familiares são os que influenciam por mais tempo a formação do ser humano e por isso superam a qualquer outro em importância na sua educação.
A agressividade sofrida na própria família marca a criança de forma indelével e tem uma multiplicidade de consequências ao longo da sua vida. Seja física,verbal ou atitudinal, a agressividade dos pais, aponta para frustrações originadas na própria família,na vida profissional ou meio social. A vida escolar dos filhos, por exemplo, pode ser motivo de frustrações nos pais, o que gera reações agressivas entre eles.
Aos pais cabe a tarefa de observarem com cuidado seus filhos que demonstrem receio de ir à escola, negando-se ou preferindo serem acompanhados por estes e demonstrem baixa autoestima, problemas de aprendizagem, perda frequente de material escolar ou objetos pessoais ou ainda que deem explicações pouco razoáveis para esses fatos assim como para o aparecimento de ferimentos corporais leves e danos ao uniforme escolar.
Se a família perceber ou for informada que seu filho é um agressor, não o vai ajudar se tratar dessa questão com desdém, dar seu consentimento ou cobertura a tais comportamentos. Também vai piorar as coisas, agindo de forma violenta.
Assim como suas vítimas, os agressores precisam do apoio da escola, da sua família e de profissionais especializados. Sem ajuda adequada, muitas dessas crianças poderão vir a ser delinqüentes na juventude e adultos desajustados no futuro.
Bullying: o triângulo da agressividade
Durante o século XX o mundo assistiu a um extraordinário período de transformações que surgiram a partir da eclosão de novos e numerosos conhecimentos científicos. Nesse movimento de crescente complexidade, chegamos ao séc. XXI e percebemos que tais inovações, invadiram rapidamente através dos novos meios de comunicações, nossa vida social, familiar e profissional causando um grande impacto, tal como ocorrido na indústria, nas ciências em geral, na medicina, etc.
Nascidas a partir dos anos 90, as crianças e os jovens de hoje, evidentemente enfrentam uma sociedade muito mais intrincada que aquela em que seus pais e avós viveram, os quais sonhavam que o desenvolvimento tecnológico, facilitador das tarefas mais difíceis ou até rotineiras, poderia proporcionar um mundo de bonança e serenidade. Das histórias de extraterrestres que se comunicava por meio de estranhos instrumentos, pouco restou, pois praticamente tudo pode ser criado de verdade.
As crianças perderam de alguma forma esse sonho que embalou as últimas gerações: a de um mundo maravilhoso por vir, cheio de confortos, facilidades, rapidez, eficiência. Robôs que nos servem, fazem o serviço pesado por nós? Telefones móveis, internet, milhões de informações disponíveis em um aparelhinho do tamanho de uma carteira? Assistir ao vivo um acontecimento que está se passando agora do outro lado do mundo ou mesmo dentro de uma nave espacial? Tudo isso e muito mais existe hoje, em boa parte do nosso planeta e não os surpreende, pois afinal eles vivem nessa realidade desde que nasceram e as encaram como Adão e Eva encararam o Paraíso: tudo muito normal....
Chegamos, entretanto ao século XXI em um mundo onde a felicidade está ligada diretamente àquilo que dá muito prazer e o que dá prazer é o novo, o inédito, a "adrenalina" da eminência de perigo, do desafio. Para tanto, nada melhor do que um jogo, uma brincadeira agressiva e mais: o poder. O poder de subestimar o outro, de usá-lo, de fazer dele um personagem, como uma caricatura. O poder que a agressividade trás aos fracos vem da intimidação que praticam, a qual gera sofrimento que tem dificuldade de se defender.
As crianças vêm aprendendo a ser agressivas cada vez mais precocemente e da mesma forma que a maioria, parecem ter nascido sabendo operar um computador, uma boa parcela delas se assemelham, já aos 4 ou 5 anos, a pré-adolescentes querendo dominar o outro pela hostilidade verbal e física.
A crescente onda de agressividade que se percebe no comportamento de crianças e adolescentes incluem uma enorme gama de condutas explosivas de ira, agressão física e verbal, brigas, ameaças crueldades, vandalismo, etc.
A situação é alarmante: hoje, uma das mais constantes queixas que se encontra nas escolas, de todos os níveis sociais e econômicos é a dificuldade de se lidar com esse potencial instintivo que parece ter renascido com toda força no final do século XX. Bullying, nome dado a esse comportamento universal de violência nas escolas, envolve uma forma de afirmação de poder através de atitudes onde a agressividade intencional, repetitiva, ultrapassa a brincadeira entre iguais.
O bullying ou violência escolar é um termo criado na década de 80 na Noruega, originado da palavra inglesa "bully", ou seja, valentão. Na forma de verbo, indica a ação de ameaçar, intimidar. E é isso mesmo que ocorre: uma série intencional e repetida de atitudes agressivas de um ou mais estudantes,sem qualquer motivo plausível, contra um grupo ou um colega sobre o qual exercem algum poder de intimidação. Mas afinal, quais são as causas? Problemas de educação? Da família? Das escolas? Ou seria a TV, o computador, a Internet, os maus exemplos?
Muitos estudos têm mostrado que é necessária uma interação complexa de fatores que elevam o risco do aparecimento de condutas violentas nas crianças e jovens, para que o bullying apareça: ter vivido cenas violentas ou sofrido violências, abuso sexual, físico, excessiva exposição à violência através de jogos, televisão; uso de drogas, álcool, fatores socioeconômicos prejudicados, família desestruturada, problemas psiquiátricos, entre outros.
É unânime que a criança que apresenta este problema deve ser tratada e não punida, pois lidamos com jovens que sofrem, que não encontram formas de se aproximarem de seus iguais, que se percebem tão frágeis que tem de mostrar o contrário, provar todo o tempo que são destemidas. E temos outras que enveredam pelo caminho oposto, tem sua autoestima diminuída, suas fraquezas expostas e se deixam dominar pelo medo de serem agredidas e humilhadas.
No Bullying nem sempre a vítima é atacada pessoalmente, com agressões, roubos, humilhações verbais ou gestuais. A difamação, o isolamento, também são modalidades muito usadas principalmente pelas meninas. Mais recentemente surgiu uma nova modalidade, o "cyberbullying", quando a tecnologia da informação e comunicação é usada para atos hostis.
A violência escolar leva a vítima a se isolar, sentir-se insegura e discriminada. Em geral, é escolhida por seus agressores justamente por aparentar certa fragilidade, ansiedade,dificuldade de relacionamento com o grupo e termina por ter ainda maiores problemas com sua autoestima, podendo vir a desenvolver depressão e apresentar baixo rendimento escolar.
As ações de prepotência trespassam a agressividade física ou verbal. É mais refinada, envolvendo intimidação psicológica, de modo que quando os pais e professores se dão conta, o fato já ocorre normalmente há muito tempo.
Seu objetivo não é só humilhar, ridicularizar, mas também controlar constantemente um colega ou grupo de colegas, que por problemas de baixa auto-estima tem carência afetiva tornando-se alvo fácil de ser controlado por outro que busca se destacar.
Todos sabem que essa situação não envolve nada de totalmente novo, já que as disputas entre crianças e jovens na escola, sempre existiu. O que difere esses dois momentos é que no passado a briga era entre iguais e hoje se trata de uma série de atos de intimidação sistemáticos, que se dão entre três grupos: os intimidadores (os "bullies"), os intimidados e os expectadores, posições estas que podem se inverter. Os expectadores, por exemplo, se calam por medo de se transformarem na próxima vítima e que por isso, tornam-se por vezes, novos agressores.
Uma característica marcante é que praticamente metade das vítimas não tem coragem de pedir ajuda aos professores e aos seus pais. Apesar de ser mais frequente após os 11 anos de idade, o Bullying também acontece no ensino médio e na pré-escola.
Os meninos são maioria entre os agressores, mas dividem com as meninas o número daqueles que são vítimas. Os meninos não parecem ter preferência por suas vítimas serem de um ou outro sexo. Já as meninas têm quase sempre outra menina como alvo.
Sabe-se através de pesquisas que metade de todos os estudantes são intimidados ao menos uma vez na vida escolar e que ao menos 10%, o são com certa regularidade, o que ocasiona um tipo de sofrimento que os pode prejudicar na sua vida social, emocional.
Pensar que os intimidadores são crianças ou jovens fortes é um erro: eles são em geral vitimas de abuso físico ou de intimidação que os tornou depressivos, agressivos. Para sobreviver, aprenderam essa forma de se relacionar no meio ambiente e se destacarem. Entretanto, não é raro que se tornem vítimas de bullying e por isso, procuram ser cada vez mais reconhecidamente agressivos, dominadores.
O agressor normalmente, também é alguém com problemas de insegurança, de relacionamento social, que aprendeu com adultos essa forma de resolver suas questões, já que é freqüentemente vítima de rejeição, de humilhação, de pouco cuidado por parte de famílias desestruturadas, onde a agressão é o modelo usado para impor o poder. Torna-se um valentão na aparência, mas é uma criança ou um jovem, que precisa de assistência para conseguir se expressar e se relacionar de forma socialmente adequada.
O ambiente familiar é em grande parte responsável pela agressividade das crianças. Os estímulos familiares são os que influenciam por mais tempo a formação do ser humano e por isso superam a qualquer outro em importância na sua educação.
A agressividade sofrida na própria família marca a criança de forma indelével e tem uma multiplicidade de consequências ao longo da sua vida. Seja física,verbal ou atitudinal, a agressividade dos pais, aponta para frustrações originadas na própria família,na vida profissional ou meio social. A vida escolar dos filhos, por exemplo, pode ser motivo de frustrações nos pais, o que gera reações agressivas entre eles.
Aos pais cabe a tarefa de observarem com cuidado seus filhos que demonstrem receio de ir à escola, negando-se ou preferindo serem acompanhados por estes e demonstrem baixa autoestima, problemas de aprendizagem, perda frequente de material escolar ou objetos pessoais ou ainda que deem explicações pouco razoáveis para esses fatos assim como para o aparecimento de ferimentos corporais leves e danos ao uniforme escolar.
Se a família perceber ou for informada que seu filho é um agressor, não o vai ajudar se tratar dessa questão com desdém, dar seu consentimento ou cobertura a tais comportamentos. Também vai piorar as coisas, agindo de forma violenta.
Assim como suas vítimas, os agressores precisam do apoio da escola, da sua família e de profissionais especializados. Sem ajuda adequada, muitas dessas crianças poderão vir a ser delinqüentes na juventude e adultos desajustados no futuro.
Maria Irene Maluf - é : Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia.
Fonte: http://www.nota10.com.br/artigo-detalhe/_Bullying:-o-triangulo-da-agressividade
Org. Rég!s
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