terça-feira, 27 de dezembro de 2011

É possível pensar a história e seu ensino sem as teorias que as sustentam ?

Sim ; se pensarmos história como “ elaborar histórias “ ; podemos a partir de então dar uma interpretação “ particular “ à história à ser ensinada ;ou seja , através de um recorte no tema , a fim de proporcionar analises a partir determinados aspectos e interessantes de quem a produz ; ou seja , a visão histórica que se quer dar determinada ocorrência . Neste sentido temos que:

“Aliás, vamos começar nosso raciocínio pensando justamente a pluralidade inerente ao nosso campo do saber a História. Longe de entendermos o “ pensar História “ como algo estático ou postular uma formula para se atingir a verdade acreditamos que esta disciplina tem múltiplos sentidos e significados , e que foi concebida de diferentes maneiras em diferentes épocas , sempre resultando em textos históricos distintos.”




No entanto se a história for entendida (como nos dias de hoje ) ,como instrumento de elucidação de momentos relevantes do passado , seremos levados a utilizar teóricos que servirão como cimento para essa reconstituição .Neste sentido notamos que somente à partir da profissionalização do ensino de história surge uma preocupação com a historiografia , e após analise das teorias historiográficas ao longo do tempo verificamos que estas correspondem aos anseios de uma época e a determinados setores da sociedade .


Notamos que o desenvolvimento da história independe das teorias , ou seja , a história vai existir independente do posicionamento da escola teórica a qual nos identificamos .Em ultima analise, a historiografia , busca o “ enquadramento “ da visão histórica utilizada na abordagem ; dando a esta o sentido de “ validação “ do conhecimento diante de seus pares ; contudo tal procedimento não invalida abordagens anteriores , mesmo que classificadas como ultrapassadas .




Partindo deste princípio é possível afirmar que a história pode ser entendida sem que nos prendamos a uma analise taxonômica; pois ao analisamos como o ensino, e o próprio entendimento do que é história é entendido; notamos que as abordagens historiográficas respondem questões relevantes para a época do historiador.



Neste sentido podemos afirmar que não são as teorias historiográficas que dão veracidade ao fato histórico a ser analisado, esta somente torna possível uma analise mais profunda e critica do fato; pois responderá aos rigores acadêmicos, classificando-o como conhecimento acadêmico e aceito por uma comunidade cientifica.

Apesar da existência da possibilidade de ensinar história, sem as chamadas teorias historiográficas; somente notaremos tal experiência sendo vivenciada em sociedades que valorizam a “ historia oral “ como pratica cotidiana; e mesmo assim , fato tal não isenta a analise de sofrer influencias externas , pois , inevitavelmente também estará a mercê de questionamentos postos pela referida sociedade , onde atenderá sua porção de verdade e atenderá `determinadas expectativas .





Ao analisarmos a pratica docente notamos a atuação de professores ( muitos desses , despreparados ) , onde o foco principal não é atender uma abordagem historiográfica; conceituando a interpretação dada ao fato ,mas sim reproduzir o recorte apresentado no livro didático , fazendo com que conceitos sejam assimilados sem a menor criticidade e analise ; ou seja , apesar de fazer uso dos livros didáticos ( que respondem a fundamentos historiográficos ) , nem sempre uma analise historiográfica do conteúdo é feita, devido ao total desconhecimento de sua existência .

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