sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

TEXTO : 3ª Série SOCIOLOGIA E CRIMINALIDADE

Sociologia e Sociologia da Criminalidade

A Sociologia é uma das ciências sociais, cujo objeto de estudo é o ser humano e a sociedade.dentre as varias ciências sociais encontramos as seguintes: Antropologia, Política, Direito, Psicologia Social, economia, Historia, sociologia, entre outras.
A Sociologia é uma ciência social criada a partir das necessidades de se compreender os diversos aspectos, problemas e fenômenos referentes a sociedade. O termo Sociologia nasceu no final do século XIX, com o
estudioso francês Augusto Comte. A preocupação desse teórico era encontrar uma forma de estudar a saciedade, de modo que  oferecesse a credibilidade e fosse também capaz de responder as grandes questões da sociedade:  como organizar a sociedade, o desenvolvimentos, o comportamentos dos indivíduos e instituições,
a necessidade de regras e de normas, como planejar uma sociedade equilibrada, como resolver os conflitos, entre outros, foram temas de estudo de Comte.
Motivado pelas mudanças provocadas com a industrialização e com o capitalismo, Augusto Comte (1798-1857), pensador francês, percebe a necessidade de um estudo científico da sociedade. Esse teórico funda uma corrente de pensamento chamada de Positivismo, cujos fundamentos partem da análise da sociedade baseado nas ciências naturais como a física, a química, a biologia e a astronomia; nasce, nesse contexto, a Sociologia e as demais
ciências sociais: a antropologia, a política, a economia, dentre outras. O positivismo influencia significativamente as diversas áreas: a política, a economia, a saúde, a  cultura e a ciência, no Direito, nos estudos diversos, como no  caso da criminalidade e da violencia e a administração. Para Augusto Comte, a sociedade nasce simples e evolui para a forma mais complexa, sendo esta, a industrialização e a ciência.  Na Lei dos três estados, esse pensador  considera que  a sociedade é analisada , num primeiro momento, a partir da religião  estado teocentrico), em um segundo momento, utiliza uma maneira lógica a partir da metafísica ou da filosofia e, finalmente, a partir  da industrialização, tem-se a necessidade de  analisar a sociedade de maneira objetiva, isto é, positivista  ou científica. A sociologia surge, portanto, positivista. A sociologia nasce no sentido de oferecer condições aos
homens para que possam entender a sociedade em que vivem de maneira racional, questionadora e, assim, procurar conhecer as causas dos fenômenos sociais. 
Pensar sociologicamente é procurar compreender o contexto global que envolve o ser humano, onde quer que esteja. Deste modo, é possível buscar prever os possíveis problemas, planejar e executar ações precisas para resolver os conflitos e problemas que surgem ou que possam acontecer. 
O modelo positivista comteano foi influenciado pelo evolucionismo de Charles Darwim,  o qual via na teoria evolutiva uma forte interpretação da sociedade humana. A sociedade humana passou ser explicada, por teóricos de influência darwinista, considerando que no meio social estariam qualificados aqueles considerados mais aptos.; tal pensamento  gerou bastante 10 polemica, em função de  apresentar claramente um teor preconceituoso.
Comte considerava ainda que a  sociedade, inexoravelmente, destina-se ao progresso, todavia, este deveria vir junto com a ordem, isto é, nas instituições sociais: família, escola, empresa, religião, estado, estar exatamente presente a ordem. Assim, a ordem é indispensável para manter o equilíbrio social, o que  Comte associa ao elemento estático, de um lado e, de outro lado, temos  o elemento dinâmico, responsável pelo progresso. 
A Sociologia da Criminalidade O objeto central da Sociologia é o ser humano e suas diversas interações sociais; isto significa que é necessário, para se entender algum fenômenos social, que se  leve em consideração o seu
contexto global, isto é, os aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos, psicológicos, geográficos, entre outros. 
A sociologia da criminalidade é, portanto, um ramo da Sociologia, cujo objeto de estudo, como o próprio nome indica, é  estudar os fenômenos sociais como crime e violência.  A importância da Sociologia quanto ao crime e a violência está na possibilidade de oferecer subsídios teóricos e metodológicos, por meio de pesquisas sobre o  crime e a violência nos seus diversos aspectos.
Com base em pesquisas sociológicas tem-se a possibilidade de compreender os processos e mecanismos que levam a existência do crime na sociedade. Com isso, a Sociologia oferece condições para uma percepção mais segura quanto as questões que envolvem a criminalidade nas sociedades.  É, pois, a partir de estudos e pesquisas sociológicas que se podem planejar ações concretas para o controle da criminalidade e
da violência na sociedade.
Para estudar sobre crime na sociedade a sociologia trabalha com conceitos e teorias que permitam analisar criteriosamente o fenômeno em questão e, por sua vez, uma compreensão mais próxima possível da realidade como objeto de estudo. Dentre as teorias centrais da Sociologia que auxiliam nos estudos da violência e da criminalidade destacam-se positivismo, do  funcionalismo, o  interacionismo, a teoria de controle e a teoria do conflito.
O  positivismo influencia na analise do crime a partir da utilização de métodos e de técnicas quantitativas; de forma que procura mensurar o máximo possível tudo o que está relacionado ao fenômeno.
Identificar índices de violência, apontar as principais formas de crime e de violência, utilização de questionários, pesquisas por amostras, escalas e experimentos, são formas de estudos positivistas.
A percepção positivista quanto a violência e a criminalidade se pauta na lógica da ordem, da racionalidade. O crime é tido como uma conduta desviante, portanto adversa a sociedade. Nesse sentido, a idéia de controle social, a necessidade de instituições e de regras sociais, são fundamentais na lógica positivista para o enfrentamento do crime, por sua vez, para o equilíbrio social.  
Na linha positivista segue o funcionalismo, cuja teoria parte do principio de que a sociedade é um todo organizado, sendo que as partes são interdependentes. Nesse sentido, a sociedade é também vista como um grande organismo social, de modo que as 11 instituições sociais são as responsáveis pela harmonia e o equilíbrio do todo.
Conforme Giddens (2005, p.176) para “as teorias funcionalistas, o crime e o desvio são resultados de tensões
estruturais e de uma falta de  regulação social dentro da sociedade”. Na compreensão de Durkheim, um dos principais teóricos funcionalistas, o crime é normal nas sociedades, especialmente quando ficam mais complexas, tendo em vista o seu crescimento e desenvolvimento.
“Durkheim via o crime e o desvio como fatos sociais; acreditava  que ambos fossem elementos inevitáveis e
necessários nas sociedades modernas”, afirma Giddens (2005, p. 176).
Para o controle em relação ao crime, conforme a perspectiva durkheimiana, existem as instituições sociais, as quais são constituídas de regras e normas  para a sociedade. O Estado, por sua vez é a instituição principal para a harmonia social; para tanto, há o poder judiciário com o  seu aparato necessário para a contenção do crime e da violência. Segundo Giddens (2005, p. 177) a teoria interacionista, estuda o crime e o desvio ns tradição interacionista, de modo que  percebem o desvio como um fenômeno construído historicamente e rejeita a idéia de que haja tipos de conduta que sejam inerentemente desviantes”. ao  contrario, os interacionistas questionam a rotulação de indivíduos como desviantes.
Na concepção interacionista tem-se a noção apresentada por Sutherlan de que, em uma sociedade que contém uma variedade de subculturas, alguns ambientes sociais tendem a estimular atividades ilegais, ao passo que outros não. Dessa forma, “os indivíduos podem se tornar delinqüentes pela associação com outras pessoas que são portadoras de norma criminais”  (2005, p. 177).
A teoria da rotulação está inserida na interacionista e consiste numa forma de percepção da conduta desviante a partir do processo de interação entre desviantes e não-desviantes Para Giddens (2005, p. 178), o  sociólogo que se destaca na teoria da rotulação é Howard Becker, cuja idéia era de que “o comportamento desviante não é o fator determinante no tornar-se “desviante”. Há sim processos que não estão relacionados ao comportamento propriamente dito, mas que exercem grande influência ao se rotular ou não uma pessoa de desviante.” De acordo com Giddens (2005, p. 180),
A teoria do controle postula que o crime ocorre como resultado de um desequilíbrio entre os impulsos em direção à atividade criminosa e os controles sociais ou físicos que a detém. Interessase menos pelas motivações que os indivíduos possuem para executar os crimes Na perspectiva da teoria do conflito todos os indivíduos são
propensos a cometer algum tipo de crime, basta que a oportunidade, de acordo com as  situações nas quais as pessoas estejam, assim como, a ausência de algum tipo de controle. Conforme Hirsch (1969), citado por Giddens (2005, p. 180-81), “há quatro tipos de elos que ligam as pessoas à sociedade e 12ao comportamento que obedece  a lei: apego, compromisso, envolvimento e crença”.
Dentro da teoria do controle encontra-se a teoria das janelas quebradas”, que consiste numa forma de percepção a partir da idéia de que se uma janela quebrada não for consertada, supostamente  dará margem  para indivíduos desviantes entenderem tal fato como uma oportunidade para praticarem crimes. Isto porque nem a policia, nem mesmo os moradores se preocuparam com a  conservação. A idéia das janelas quebradas levou a policia a adotar a pratica da tolerância zero, no EUA, de modo a controlar duramente determinadas áreas da cidade de Nova York.
A teoria do conflito tem base no marxismo, de modo a rejeitar as teorias de desvio. No entendimento dos teóricos do conflito, “o desvio é uma escolha deliberada e, freqüentemente, de natureza política, rejeitando de que o desvio seja “determinado” por fatores como a biologia, a personalidade, a anomia, a desorganização social ou rótulos” (2005, p. 179).
A teoria do conflito critica o modelo capitalista de sociedade, de modo a perceber no capitalismo o principal culpado do aumento da criminalidade.
Atividades
1. Conceitue Sociologia da criminalidade e apresente sua compreensão sobre essa ciência e sua importância para a
sociedade.
2. Explique como o positivismo tem influenciado no estudo da criminalidade. Aponte exemplo.
3. Destaque as teorias centrais  que explicam a violência e a criminalidade e aponte suas semelhanças e diferenças
fundamentais
4. Elabore sua critica as teorias apontadas e justifique sua resposta com argumentos concretos. 

Para entender melhor ... assista o vídeo !!!





 


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